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Fatos da semana – 22/04 a 30/04

***A partir desta semana, a coluna “Sou, Sou Tricolor” passa a ser publicada ao meio-dia de quinta-feira***

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Libertadores – Mais incrível do que a facilidade com que o São Paulo venceu o clássico contra o SCCP é a dificuldade dessa diretoria em entender que precisamos de um técnico. Já se foram 25 dias desde que Muricy deixou o cargo a disposição, e 8 desde o nosso último jogo, e até agora, não há nem sinal de que teremos novidades.

Depois de se submeter a esperar semanas pela resposta de um técnico argentino, de qualidade no mínimo questionável, a direção agora parece não ter mais cartas na manga. O que me parece certo é: Milton Cruz não pode ser efetivado.

O interino até teve alguns méritos, na utilização de Ganso próximo ao gol e a escalação de Hudson no time titular. De resto, temos um time ainda com os mesmos vícios e sonolência dos tempos de Muriçoca. Basta lembrar o 1º tempo do jogo contra o Red Bull, e as partidas contra Danúbio e santos. Um terror.

De repente, veio o jogo contra o SCCP (que vem descendo a ladeira), no qual, com uma boa atuação, vencemos e nos classificamos. Milton Cruz virou lenda, pelo menos aos olhos da direção.

Tomara que, assim como a derrota em Itaquera na estreia da Libertadores nos colocou em questionamento por meses, a vitória da semana passada nos coloque nos trilhos do bom futebol. Mas ao meu ver, sinceramente, o último clássico foi daqueles atípicos. Bom futebol é verdade, mas não nos esqueçamos que jogamos 70 minutos com 1 homem a mais, e que o SCCP já não andava servindo muito parâmetro ultimamente (vide Ponte Preta, San Lorenzo e SEP).

Milton Cruz, por mais que conheça o elenco e tenha apoio dos jogadores, não pode ser o treinador. Tudo caminha para que a direção o mantenha no cargo, até que sejamos eliminados na Libertadores. Uma carta na manga, que permitirá a tão desejada demissão de Milton Cruz tão logo chegue o auge da crise pós-Libertadores. Não quero ser o profeta do caos, mas fiquem na espera. As cenas dos próximos capítulos prometem…

Rogério Ceni – Ainda um mito, quer você queira, quer você não. Nos últimos anos, é verdade, Rogério Ceni não é mais aquele goleiro que a tantas glórias nos levou. Desde a pior contusão de sua carreira, em 2009, coincidentemente ou não, passou a falhar mais, defender menos, e até errar cobranças de pênalti.

Nada muito grave. Rogério Ceni apenas desceu um degrau, e entrou no patamar da maioria dos demais goleiros do mundo, que revezam boas atuações com alguns jogos infelizes.

Mas há diferenciais que só o M1to tem, e que ele conserva independentemente de contusões ou idade. Rogério Ceni ama o São Paulo. Se dedica de corpo e alma ao clube, não poupa esforços em ver esse time bem. Qualidades que precisam ser valorizadas, e que nenhum outro clube no mundo pode comprar.

Se o desempenho não é o mesmo, a liderança é. Quem assistiu as entrevistas dos jogadores do Tricolor pós-classificação às oitavas, pode perceber o porque de Rogério ser tão único. O agora 5º jogador na história com mais partidas de Libertadores (primeiro entre brasileiros) contagiou o elenco na preleção.

Questionar a continuidade do goleiro no clube pode até ser democrático. O que não pode é desrespeitar o ídolo e a história que Rogério Ceni construiu neste clube…

Luis Fabiano – Não quero me alongar novamente neste assunto, mas o 3º maior artilheiro de nossa história (atrás apenas de Serginho Chulapa e Gino Orlando), 2º maior artilheiro da história do estádio do Morumbi (atrás apenas de Serginho), maior artilheiro da história do São Paulo em confrontos contra os 11 grandes do Brasil, o jogador que mais vezes foi artilheiro de campeonato com a camisa do São Paulo, e a 2ª melhor média de gols contra o SCCP (atrás apenas de Waldemar de Brito), entre outras coisas, deixou novamente o seu contra o time de Itaquera, no jogo que nos deu a classificação a segunda fase da Libertadores.

Foi expulso e não joga a primeira partida contra o Cruzeiro. Faz parte do pacote Luis Fabiano. Pode-se questionar seu ônus para o clube, mas jamais esquecer o bônus de se ter o Fabuloso como camisa 9.

Faz a sua pior temporada com a camisa do São Paulo, em termos de números. Ao contrário do que ocorreu em todos os outros anos de LF no Tricolor, desta vez as críticas tem embasamento estatístico, já que ele tem feito poucos jogos e gols. Na minha opinião, fruto muito mais do mau futebol que o time tem praticado em 2015. Centroavante vive de padrão de jogo que permita que as bolas cheguem até o ataque, o que o São Paulo ainda busca neste ano. Que as últimas partidas sirvam para Luis Fabiano enfim decolar na temporada.

Centurion – O argentino é enjoado e tímido. Peca um pouco no individualismo e na hora do arremate final a gol. Diz que sofre na cidade de São Paulo e, pior ainda, expôs o problema de forma pública, em entrevista a Fox Sports argentina. Mas é incrível a importância de Centurion para o Tricolor.

Além de servir de desafogo, o lapso de dribles neste burocrático time do São Paulo, Centurion é o cara que cresce em jogos decisivos, com bom futebol e provocações ao rival. Na falta de um Lugano e de um Álvaro Pereira, Centurion é a reencarnação do espírito de Libertadores no Morumbi.

Só precisa ganhar mais tempo em campo. Contra Danúbio e SCCP, Milton Cruz só colocou o gringo depois dos 30 minutos do 2º tempo. No primeiro, fez o gol da vitória. No segundo, quase mandou Elias para o chuveiro mais cedo. Lembrando que seu melhor jogo até hoje com a camisa do São Paulo foi no clássico contra o mesmo SCCP, pelo paulistinha. É esse o espírito que queremos ver no time!

Hudson e Souza – O primeiro mantem sua regularidade, e dá conta do recado sempre que escalado. Chegou ao São Paulo depois o campeonato paulista do ano passado, e vive atualmente o seu melhor momento, com vaga assegurada entre os titulares.

O segundo foi muito bem em 2014, o que lhe levou a ser convocado para a Seleção Brasileira e ter a permanência garantida no São Paulo para 2015. Não repete as mesmas boas atuações neste ano, mas mesmo assim tem sido mantido na equipe titular.

Bem ou mal dentro de campo, o inegável é que Hudson e Souza vestiram o manto Tricolor como pouco costumamos ver hoje em dia. Quem os acompanha nas redes sociais, nas entrevistas coletivas e nos vídeos que o canal do São Paulo FC mantem no Youtube, vê como os volantes fazem questão de demonstrar carinho para com o Tricolor, celebrando as vitórias e lamentando as derrotas, mas sempre felizes com oportunidade que tem de vestir as cores do São Paulo. É esse o espírito que queremos ver no time!

Pato e Denis – Um fora do clássico por conta de cláusula contratual e o outro por causa de contusão. Mas ambos estavam no Morumbi, no jogo decisivo contra o time e Itaquera, para torcer e dar força para os companheiros no vestiário. É esse o espírito que queremos ver no time!

Rodrigo Caio – Informações veiculadas na imprensa nesta quarta-feira dão conta de que o São Paulo teria recebido uma oferta do Atlético de Madri por Rodrigo Caio. O valor oferecido pelo nosso jovem volante-zagueiro chegaria a casa dos 15 milhões de euros (47 milhões de reais).

Já falei sobre isso em outras colunas: considero Rodrigo Caio muito bom jogador, com um futuro brilhante pela frente, inclusive na seleção brasileira. É são-paulino desde criança e, a exemplo de Hudson e Souza, citados acima, faz questão de demonstrar o orgulho e prazer em jogar com a camisa Tricolor.

O problema é que o clube vive uma grave crise financeira, com dificuldades inclusive para pagar os altos salários do elenco. Rodrigo Caio, totalmente recuperado e com ritmo de jogo, é titular indiscutível desse time. Mas por enquanto, ainda luta para retomar a boa fase de 2013-14. Sem ter jogado muito nos últimos tempos, sua saída não causaria grandes danos à equipe.

Carlos Miguel Aidar pede 20 milhões de euros pelo atleta, o mesmo valor pelo qual o Mônaco estava propenso a gastar em agosto passado. É válido dar uma engrossada na negociação, afim de se obter alguma barganha a mais. Mas não nos esqueçamos que a cotação do real mudou bastante do meio do ano passado para cá. Se em agosto de 2014, os 20 milhões de euros significavam quase 60 milhões de reais nas contas do Tricolor; hoje, esta mesma cifra é alcançada com pouco mais de 18 milhões de euros.  Ou seja, barganhemos, mas não sejamos burros a ponto de perder uma boa oportunidade de desafogar as contas do clube por conta de 2 ou 3 milhões que, no mundo do futebol, não é tanto.

Ingressos – Depois de muita reclamação e apenas a 10ª melhor média de público da primeira fase da Libertadores, a diretoria do São Paulo revisou sua política de ingressos para o jogo contra o Cruzeiro. Para esta partida, as arquibancadas por exemplo, que saíram por 120 reais na primeira fase para quem não era sócio, agora podem ser compradas por 60 reais.

Era o mínimo que a torcida esperava. A direção também retomou a parceria com a Total Acesso para a comercialização das entradas, que tão problemática foi nos primeiros jogos do ano.

Agora, já não há mais desculpas para que não lotemos o Morumbi no próximo jogo. O momento é crucial na temporada. Uma classificação às quartas pode significar o reajuste do time no caminho das glórias.

Sócio Torcedor – Mais uma boa notícia para o Tricolor. Passamos o número de sócios torcedores do flamengo, e temos agora o 7º maior programa do tipo no país. O próximo alvo é o santos, que tem atualmente cerca de 3 mil membros associados a mais do que o São Paulo.

Com um alto índice de adesões em 2015, e a promessa de uma reformulação do programa agora em maio, é provável que ultrapassemos nossos rivais praianos em pouco tempo. É esperar para ver…

Outros esportes – Seguindo a tendência de trazer a marca São Paulo Futebol Clube de volta ao cenário dos esportes fora do futebol masculino, a diretoria Tricolor anunciou nesta semana uma parceria de um ano com o Taubaté, para a manutenção de um time de vôlei para a próxima temporada da Superliga masculina.

A iniciativa de Aidar e companhia já havia feito o Tricolor retomar os investimentos no time feminino de futebol e no futsal.

Acho válida a iniciativa de expandir o nome do São Paulo FC também através de outros esportes (já que no futebol masculino anda difícil…rs), ainda mais por causas dos benefícios fiscais que são concedidos pelo Governo ás instituições que apoiam os esportes olímpicos. Desde que não cause prejuízos ao futebol masculino, o grande motivo do São Paulo ser tão grande, a medida aparentemente tende a trazer bom retorno ao clube.

O problema é que o São Paulo tem passado vergonha nestes outros esportes. Faz campanhas pífias no futsal por exemplo, no qual atualmente ostenta a vice-lanterna do torneio de 20 clubes. O sucesso no futebol feminino é um pouco mais fácil de se obter, diante da ainda fragilizada estrutura do esporte.

Fato é que, se for para montar times modestos, sem grandes pretensões de título e captação de novos torcedores, acho preferível não se entrar em empreitadas deste tipo. Associa o nome do clube ás derrotas e ao fracasso. Coisas que passam longe da gloriosa história Tricolor.

Página do Carlos Miguel Aidar – Curtam, comentem e compartilhem a página do nosso presidente no Facebook:

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Wagner Moribe

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