“O futebol é uma caixinha de surpresas”. Esta é a frase que mais ouvimos quando surgem imprevistos, jogos que imaginavam ter resultados certeiros, zebras vencem e coisas incríveis acontecem. Mas, uma ironia do destino ainda maior reservou surpresas no futebol do São Paulo para 2015.

Aidar, que contava com a saída de Muricy e com ele na sequência, tirar Milton Cruz, com Ceni e Luis Fabiano mais à frente, teve em sua morosidade, incompetência e omissão no caso da escolha do treinador, uma reviravolta incrível do destino. O homem do futebol de maior confiança de Juvenal Juvêncio, aquele que sempre passou dados internos e informações do grupo, da vivência, do dia a dia dos jogadores e treinadores, rotinas, manias, brigas, clima etc, é exatamente o mesmo que hoje, se vier à mídia e declarar que quer, se tornará efetivo como treinador do Tricolor.

O detalhe é este que todos sabemos: Aidar limpou até pessoas que gostava do clube para não ter mais gente com relação com Juvenal e agora, o principal setor do clube tem encabeçado por Milton Cruz, a influência mais poderosa de Juvenal de volta e no comando do time.

Para justificar a falta de uma contratação de treinador, motivada por desentendimentos com Ataíde Gil Guerreiro no conceito do novo nome e nas negociações fracassadas, foi dando moral a Milton Cruz. Seu trunfo? Se desse certo, ganhava tempo. Se desse errado, demitiria Milton e diria que não teria mais espaço com o novo treinador. O porém? O interino ganhou uma força enorme com o grupo. E começou a ganhar corpo com gente pesada o apoiando como Abílio Diniz, conselheiros próximos a Juvenal e o próprio Ataíde que gosta dele e na mídia, setoristas que o adoram, passaram a elogiá-lo gerando uma sensação de ótima escolha quase consensual diante da dificuldade do novo nome.

A vitória contra o Corinthians, o pedido de bicho aceito feito por Milton, a força com Ceni e a falta de nomes no mercado, começaram a pressionar cada vez mais Aidar que na mira dos jornalistas sobre as 3 semanas sem um técnico e o qual era o problema, mudou o o rumo e afirmou: “Volto a insistir na permanência do Milton como nosso treinador principal”. E foi o suficiente para Milton ter uma conversa muito próxima de Juvenal Juvêncio sobre seus próximos passos.

Nestes dias, Milton que já estava em contato cada vez mais próximo com Juvenal, agora estreitou de vez. O ex presidente vem o aconselhando e conversando desde que assumiu no fogo e esperava a vinda de Sabella antes do jogo contra o Danubio. A demissão iminente era aguardada e Aidar chegou até a mencionar que Milton poderia deixar o clube em várias entrevistas e que seu cargo estaria em risco. De lá para cá, como vimos, tudo mudou e Milton saiu do discurso humilde de que não aceitaria ser técnico, agora vem reforçando sua importância na história do clube, seus trabalhos, indicações e seu trabalho de “referência no Brasil”.

Orientando para Milton que assuma, faça um bom trabalho e se garanta como um treinador no mercado já que é questão de tempo até que Aidar tente derrubá-lo, ficando sem emprego, Juvenal passa confiança e auxilia Milton nas dificuldades em gerir o grupo e as pressões internas do clube, este clima que Juvenal tão bem conhece. Diante disto, Milton mudou o discurso já nesta 2a feira já começando a admitir mesmo que timidamente que pode aceitar se realmente for a vontade de Ataíde e Aidar e que ficará o tempo que o deixarem.

Enquanto a fogueira das vaidades queima no clube, vejam como é uma caixinha de surpresas este São Paulo: o destino de nosso clube hoje no torneio mais importante do ano passa pelos conselhos e orientações de Juvenal, maior inimigo de Aidar e cuja briga já causou demissões, rachas, rompimentos e desgastes nunca antes vistos no Tricolor.

Juvenal apoiando e ajudando Milton Cruz, treinador efetivo na gestão de Aidar?

Algo inimaginável antes, está cada vez mais perto de ser concreto…

O que você acha deste momento do São Paulo, Tricolor?

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