O São Paulo não estaria em situação de risco na Libertadores se Rogério Ceni pudesse se multiplicar. O São Paulo também não teria sido tão ameaçado no primeiro tempo das quartas de final do Paulista se o Mito fosse dois ou três dentro de campo.

Sendo só um, ele já teve importância fundamental para colocar o Tricolor nas semifinais e tranquilizar o clima antes da viagem ao Uruguai.

Sendo só um, Ceni defendeu as duas melhores chances, que fizeram o Red Bull Brasil deixar o primeiro tempo com o sentimento de injustiça pela derrota parcial. Injustiça, na verdade, é Rogério Ceni precisar sempre corrigir as falhas absurdas e repetitivas de Souza, Rafael Toloi, Denilson e Reinaldo, o quarteto que encadeia atuações decepcionantes.

Injustiça, também, foi Rogério Ceni precisar resolver a missão ofensiva dos outros e abrir caminho para o time se soltar. Há outros que tentaram ajudar o heroi do Morumbi. Lucão só errou quando não tinha saída, Hudson se entregou à marcação e tentou avançar e Michel Bastos foi o mais valente e interessado entre os homens de frente.

Wesley, o estreante da noite, foi boa notícia. Mostrou muito empenho na marcação e mobilidade. Funcionou bem com a ideia de Milton Cruz de um 4-1-4-1, com Michel e Ganso mais abertos e Souza e Wesley caindo por dentro, mas que depois mudou, mostrando que o São Paulo pode ser um time de opções e muita qualidade na troca de passes.

Sendo só um, Ceni segurou a bronca para o segundo tempo. Sua vibração foi exemplar para Ganso se aproximar da área e também dica para Pato não sumir dentro de uma proposta que exigia aplicação. O trio prova que a fase pode passar. E que nem todo rival vai ser tão inocente…

Lance!