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10 de agosto de 1980.

Pela primeira vez ia ao estádio para assistir a um clássico.

A campanha do Tricolor no primeiro turno do campeonato paulista não tinha sido boa.

Tínhamos acabado na oitava colocação, longe de conseguir uma vaga para as semifinais.

O título daquele turno tinha sido conquistado pelo Santos.

Pela primeira rodada do returno enfrentaríamos o Corinthians.

Na partida válida pelo primeiro turno, em 13 de julho, tínhamos vencido por 1 a 0 a equipe alvinegra, com um gol de Serginho Chulapa.

Com aquele resultado foi encerrado um incomodo tabu de 12 jogos sem vitória frente à equipe da Marginal do Tietê (o segundo maior da história do confronto, atrás apenas dos 14 jogos que eles ficaram sem nos vencer).

Naquele dia, o técnico Carlos Alberto Silva escalou o tricolor com Waldir Peres, Getúlio, Oscar, Dario Pereyra e Airton; Almir, Heriberto e Renato; Paulo César, Serginho e Zé Sérgio.

Mais de 40.000 pessoas estavam presentes, muitos deles, alvinegros, para acompanhar a estreia de Gil, o Búfalo Gil, atacante recém-contratado.

Logo aos 5 minutos, Serginho lançou Heriberto pela direita e correu para área, onde recebeu de volta “um presente”, um cruzamento perfeito em sua cabeça, 1 a 0.

Apesar de vasto domínio tricolor, o primeiro tempo acabou com este placar.

Tão logo começou a segunda etapa, aos 2 minutos, Renato avançou frente o zagueiro Djalma, entrou na área, tirou o goleiro Jairo da jogada e chutou para o gol, deslocando o lateral Zé Maria…um golaço, 2 a 0.

Aos 14 minutos, Serginho recebeu uma bola um pouco depois do meio de campo, avançou sobre dois zagueiros corintianos e arrematou na saída do goleiro, 3 a 0.

A goleada tirou os corintianos do sério, que ainda tiveram tempo de sofrer o quarto gol, desta vez de Paulo César, aos 42 minutos.

O placar final foi 4 a 0, fomos piedosos.

A vitória serviu de pontapé inicial para dar confiança a Máquina Tricolor, que ao final daquele ano conquistaria o campeonato paulista.

Quanto ao alvinegro, seu técnico, Orlando Fantoni, cairia depois de mais uma partida, uma exceção, uma vez que em toda a história desta equipe, em 15 oportunidades seus técnicos foram demitidos após derrota frente ao Tricolor, um marco inédito na história de todo o futebol mundial em todos os tempos.