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Fatos da semana – 25/03 a 31/03

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Crise – Prevendo que alguns leitores assíduos desta coluna possam vir a questionar se eu nego a existência de uma crise no nosso Tricolor, respondo que não. Estamos sim em período de turbulência.

O que venho dizendo repetidamente neste espaço é que o monstro se tornou muito mais feio, e chegou muito mais rápido ao Morumbi, por causa de fatores extracampo, em uma sequência incrivelmente especulativa: Melhor elenco do país -> Derrota para o SCCP na estreia da Libertadores -> Imprensa questionando -> Desconfiança da torcida -> Pressão da diretoria -> Declarações infelizes de diretores e jogadores -> Reflexos no time.

O São Paulo não joga bem em 2014, fato. O problema é que, desde 18 de fevereiro, data do fatídico jogo em Itaquera, não há paz para que o trabalho de comissão e jogadores evolua.

Com o nível de futebol apresentado até hoje pela equipe, acho provável que nem com a tal blindagem estaríamos com um time arrumado agora. Mas não tenho dúvidas de que o momento não seria tão negativo como o atual.

Lembrando que temos a 3ª melhor campanha do Paulistinha, e estaríamos classificado no grupo da morte da Libertadores. Lembrando também que, dos 5 jogos realmente importantes que fizemos neste ano, jogamos absurdamente mal nos 3 fora de casa (SCCP, santos e SEP – com expulsão injusta de Rafael Toloi), e fomos melhores que o adversário, em casa, nos demais (SCCP e San Lorenzo).

Em suma, não destrincharei novamente um longo tópico para questionar ou não se estamos em crise. Apenas peço paciência e apoio (claro, dentro do possível), para que o caldo não entorne de vez e passemos o resto do ano lamentando “aquelas eliminações no Paulista e na Libertadores” e alimentando uma crise que nos fará viver 2015 lutando contra o rebaixamento no Brasileiro.

Caça às bruxas – Existe um hábito curioso na torcida do São Paulo, que eu só vejo acontecer igual no SCCP e na Seleção Brasileira, em tempos de Copa: a caça às bruxas.

Quer dizer, perdemos a Copa de 50 por causa de Barbosa, a de 82 por causa de Cerezo e Telê Santana, a de 98 por causa da bicicleta furada de Roberto Carlos, a de 2006 por causa da meia do mesmo lateral-esquerdo, e a de 2010 por culpa de Felipe Melo. A do ano passado ficou na conta de Felipão.

No São Paulo, a crucificação ocorre a cada momento turbulento do time. Anos de Libertadores são um prato cheio para que as cobranças insanamente irracionais comecem.

A gestão de Juvenal Juvêncio cometeu muitos erros. O maior deles, na minha opinião, junto com a péssima escolha de treinadores, foi ceder às pressões das arquibancadas. Tivesse JJ sido menos populista, poderíamos ter hoje em nosso elenco, jogadores como Arouca, Jean, Rhodolfo e Casemiro, entre outros. Todos descartáveis por grande parte da torcida, em algum momento de suas passagens pelo Morumbi.

Hoje, os bolas da vez são Luis Fabiano, Ganso, Muricy Ramalho e até Rogério Ceni.

Para início de conversa um adendo: critique, cobre e peça a aposentadoria/saída de quem você quiser do São Paulo. Só não pode ofender. Não seja mal agradecido com quem já tanto fez pelo Tricolor, e com quem sempre, com ou sem qualidade, lutou pelas nossas cores. Sei que a maioria reconhece, e é incapaz de xingar o M1to, o treinador do nosso tricampeonato brasileiro ou o 3º maior artilheiro de nossa história. Mas é que às vezes a gente lê coisas por aí, que irritam a memória.

Voltando a caça às bruxas. Acho engraçado como as opiniões das pessoas mudam do dia para noite. Antes da estreia na Libertadores, tínhamos o melhor elenco do Brasil. Depois, o time já era questionável. Contra o San Lorenzo, a equipe não prestava até os 44 minutos do 2º tempo. Até antes do jogo contra a SEP, os torcedores eram só confiança na recuperação da equipe. Depois da partida, o mundo caiu.

Ganso foi 2º colocado da Bola de Prata da Revista Placar em 2014, atrás apenas de Ricardo Goulart. Hoje, dizem, é ruim. Em janeiro, Luis Fabiano era o cara que se cuidou nas férias e que tinha tudo para se ultrapassar Serginho Chulapa ainda este ano. Hoje, dizem, é ruim. Muricy era o cara que nos livrou do rebaixamento em 2013 e que nos levou ao vice do Brasileirão em 2014. Hoje, dizem, é péssimo.

Vejam bem, quedas de rendimento DEVEM vir acompanhadas de críticas SIM. O que eu não concordo é com esse pessoal que troca de opinião na mesma velocidade em que troca de roupa. Afinal, você acha Ganso um mau jogador ou um bom jogador em má fase? É esse tipo de diferenciação que você deve começar a fazer antes de criar suas convicções, sejam elas quais forem. E por favor, faça o possível para mantê-las. Sempre questionei quem apelidava nossa torcida de ‘modinha’. Hoje, não sei mais…

Sobre o time – Desde o jogo contra o Bragantino, válido pela 5ª rodada do Campeonato Paulista (portanto antes da estreia na Libertadores), eu defendo que o São Paulo precisa de algo novo, para mexer com o time. Naquela partida, em que Muricy atuou com reservas e contava com as estreias de Dória e Centurion, o Tricolor foi a campo no 3-5-2 e teve uma das raras boas exibições de 2015, vencendo o rival por 5 a 0, em Bragança Paulista.

Há algumas semanas, venho dizendo que o esquema, tão glorioso entre os anos de 2005 e 2008, deveria voltar a ser adotado por Muricy. O momento é mais do que propício: time irregular, jogadores em baixa e, principalmente, a volta de Rodrigo Caio.

Nosso beque-volante pode ser o diferencial desta defesa. Dadas as devidas proporções, o garoto seria nosso Lugano de 2005 ou André Dias de 2008. Tem a qualidade defensiva e saída para o jogo. A baixa estatura é compensada pelos outros zagueiros.

O sucesso do esquema depende ainda de boa qualidade ofensiva de alas e volantes. E o elenco do São Paulo pode suprir essa necessidade.

Assim sendo, minha equipe para a continuidade da temporada, a começar pelo jogo de vida ou morte de amanhã, seria: Rogério Ceni, Rafael Tolói, Rodrigo Caio e Dória (Édson Silva ou Lucão); Thiago Mendes, Souza, Denilson, Ganso e Michel Bastos; Pato e Alan Kardec.

Centurion pede espaço, e poderia até entrar no lugar de Ganso, como muitos querem. Pode ser também. Um quase 3-4-3, parecido com o do time campeão brasileiro de 2007, que além de 3 zagueiros, alas e volantes, contava com Dagoberto, Leandro e Aloisio na linha de frente, sem nenhum meia propriamente dito.

Além disso, em jogos especialmente realizados no Morumbi e/ou contra times menores, eu acho que Ganso e Centurion poderiam até atuar juntos no esquema, com a saída de Souza (em péssima fase) ou de Denilson, e o recuo do camisa 10 para a função de segundo volante.

 Enfim, uma volta forçada ao passado, que tantas glórias nos renderam nas mãos do próprio Muricy Ramalho. Me parece uma de suas últimas cartadas possíveis, antes de uma inevitável demissão, a se continuar os maus resultados…

 Reflexos no ST – O mau momento do São Paulo já começa a refletir fora de campo. Além das arquibancadas vazias, o crescimento do programa de sócios-torcedores do clube vem enfrentando um período de estagnação nas últimas semanas.

Em 2015, o Tricolor ostenta a 3ª melhor marca de crescimento no seu programa de sócios, atrás apenas de SCCP e SEP. Mas se considerarmos apenas o mês de março, ficamos atrás ainda de Ponte Preta e Botafogo. Além disso, na semana passada fechamos em 6º e, nos últimos 2 dias, houve mais gente se desassociando do programa do que se vinculando ao clube. Preocupante…

 Jorge Sampaoli – Segundo informações trazidas nesta segunda-feira pelo Blog do Andreoli, da UOL, a diretoria do São Paulo tem acordo apalavrado para que Jorge Sampaoli, técnico da seleção chilena, assuma o comando técnico do Tricolor após a Copa América. Claro, tudo dependente da performance do São Paulo neste primeiro semestre e do próprio Chile no torneio continental.

A primeira questão é: quem é Sampaoli? Um técnico que, em 13 anos de carreira, dirigiu 7 equipes diferentes, além da seleção chilena. Nunca atuou no ‘eixo’ Brasil-Argentina-Uruguai e tem, como item mais graúdo de seu currículo, a montagem da Universidade do Chile, tricampeã nacional entre 2011 e 2012.

Contra o São Paulo, um encontro recente, do qual me lembro muito bem. Dois jogos válidos pelas quartas de final da Copa Sulamericana de 2012. Com 2 a 0 na ida e 5 a 0 na volta, fechamos o confronto com 7 tentos de diferença, em duas partidas facílimas, especialmente a volta, no Pacaembu.

Com a seleção chilena, foi relativamente bem na Copa do Mundo, deixando a Espanha na 1ª fase e perdendo para o ‘poderoso’ Brasil apenas nos pênaltis.

Mas qualidades e defeitos a parte, o grande problema de ser trazer técnicos estrangeiros para atuar no Brasil é a falta de conhecimento destes gringos com relação ao nosso futebol. Não dá para pensar em cogitar Guardiola na Seleção Brasileira ou Gareca na SEP, sem que antes estes passem pelo menos 1 ano estudando o que é um Fla-Flu, quem foi Raí e Careca, ou que tipo de futebol aguerrido é esse que se pratica no Sul, por exemplo.

Aidar sofre de uma megalomania, que o faz pensar em trazer técnicos estrangeiros, Ibrahimovic (como ele mesmo disse em campanha), e um CEO para comandar o clube. Se esquece que, antes de comprar um carro importado 0 km, é preciso arrumar dinheiro para a gasolina.

Sem dinheiro e sem experiência no futebol brasileiro, porque trazer um gringo?

 Promessa de saída? – Depois de quase perder João Paulo, e deixar a situação de Joanderson chegar as vias judiciais, a diretoria do São Paulo agora corre o risco de perder outra joia da base.

Segundo informações do Lancenet, o menino Paulo Henrique, de 16 anos, interessa a clubes europeus do calibre de PSG e Inter de Milão. O atacante tricolor teria chamado atenção na Al Kass Cup, torneio sub-17 disputado no Catar, do qual Paulo Henrique foi artilheiro e eleito o melhor jogador. Foram 5 gols e 8 assistências em 5 jogos, que ajudaram o São Paulo a ser vice-campeão do torneio. Na Al Kass Cup, o Tricolorzinho passou por gigantes como PSG, Atlético de Madrid, Real Madrid e Milan.

A notícia trazida pelo Lance diz ainda que Paulo Henrique tem contrato apenas de formação com o São Paulo, válido por mais 3 anos. E que, apesar do assédio europeu e da baixa multa rescisória, há interesse de ambas as partes na assinatura de um vínculo mais longo.

É esperar para ver. Lembrando que Gustavo Hebling, volante do sub-20 e destaque na Copa São Paulo, também corre o risco de sair do clube no meio do ano. Estamos de olho, Aidar, Chávare e companhia.

Joguinho para descontrair – Tentem adivinhar essa: quantos jogadores já atuaram com a camisa do São Paulo nesta década? A resposta é 107, o que deixa o Tricolor como o 2º time que menos utilizou atletas no período, atrás apenas do Fluminense, considerando-se os 12 maiores times do Brasil. Para se ter uma ideia, o Internacional por exemplo, utilizou 157 neste mesmo tempo.

Descobri isso por acaso, navegando pela internet. E achei um joguinho, que te desafia a lembrar os nomes destes 107 jogadores, do eterno M1to Rogério Ceni, até Dória, o último a estrear. Nos 15 minutos disponíveis, me lembrei de 74, o equivalente a 69% do total. Testei minha memória sobre os adversários e consegui me recordar de 49% dos que jogaram em Itaquera, 39% da baixada santista e 37% dos que atuaram pela SEP.

É interessante. Para quem quiser, segue o link:

http://www.df.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/sao-paulo/2015/03/23/noticia_sao_paulo,59938/voce-consegue-se-lembrar-de-todos-os-jogadores-do-sao-paulo-nesta-decada.shtml

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 Wagner Moribe

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