Muita gente falou, quis aparecer, achou que ia dar furo, anunciar coisas mas o fato é que Muricy não será demitido mesmo pela diretoria. Tanto é que Ataíde ao receber seu pedido de demissão na 5ª feira, recusou veementemente. O motivo? Ataíde enxerga o mesmo que Muricy enxergou: a conduta dos jogadores precisa mudar.

O clima no vestiário nos jogos contra os maiores rivais tem sido assim: igual a nada. Parece que nada acontece, os jogadores são chamados por Muricy para conversar individualmente, em grupo e nada acontece. Muricy entregou o cargo não por não acreditar que possa dar algo e sim por estar impressionado com a falta de brio, com a falta de vibração e vontade dos jogadores. Ele comentou com Ataíde que na época do Tri, quando haviam momentos de baque, de recaídas e instabilidade, os jogadores se reuniam e os caras mostravam suas angústias, expunham coisas ruins, falavam e cobravam, tinha um clima de revolta contra quem não dava tudo de si, um clima de insatisfação com o companheiro que não rendia e não se dedicava, tinha raça e comprometimento ali.

Hoje, os caras parecem não ter alma, parecem não ter sangue, não tem nada. Muricy nunca viu um grupo assim que perdeu sua vida com a saída de Kaká e Alvaro Pereira.

Ah, Muricy não dá treino direito, não dá padrão, não dá isso e aquilo, ok. Mas saibamos separar as coisas. Nos jogos contra os rivais motivados, minguamos em campo, fomos bebês contra leões. Contra um time desmotivado e sem vontade, não há milagre. Há algumas posturas muito complicadas que vão piorando o ambiente. Luis Fabiano anda fazendo pouco e falando muito, por exemplo. Para piorar, fica de ameacinha de deixar o clube o tempo todo. Isso irritou Ataíde antes e agora cai como uma bomba por estar fora dizendo sentir dores e não aparecendo nada em seus exames. Parece que está é fugindo da raia ao invés de justificar ser ídolo. Se quer sair, ele vai. É isso que Ataíde quer dizer e começar por ele.

Ganso parece um zumbi. Alternou posições, descansou, teve folga e nada. Segue um morto vivo. A direção já agora, fará de tudo para vendê-lo. Outros jogadores como Toloi, por exemplo, já pela 2ª vez no ano, foi expulso em lance de revide infantil. Bruno e Carlinhos tecnicamente são dignos de pena.

Aí vamos dizer que a base nessa hora vai salvar…não. No jogo contra o Palmeiras, Boschilia ria sem parar após a expulsão de Toloi e com o 1×0 para o Palmeiras no placar. O bicho pegando e ele rindo no banco. Que palhaçada é essa?

Ah, e o Ceni? Esse eu não quero me estressar com os são-paulinos xiitas que acham que ele pode até fazer gol contra que ainda está certo. Mas acho que a máscara do egoísmo e das marcas pessoais que já são conhecidos por muitos há muito tempo, está aparecendo até para os mais radicais. Ele esse ano, se omitiu nos jogos mais duros, falhou em lances capitais e quando o bicho pega, parece que é com os outros e não com ele…o São Paulo precisa renascer, respirar uma nova era e isto passa pelo Ceni.

Quem achar que é oportunismo meu, não deve me ler constantemente pois desde que saiu de sua boa forma e foco, já não é mais o mesmo. Vive de bons jogos mesclados com péssimos e a sensação eterna de um passado que nunca mais voltará. Estou cansado de quem não faz nada pelo time e parece ter que receber gratidão como se estivesse fazendo um favor ao clube, uma doação de vida à torcida. Ganhando quase 1 milhão por mês eu não consigo olhar para um ídolo e sentir essa gratidão toda e ver esse favor dele com o clube se ainda assim, deve em campo e não faz seu papel de líder, não vibra e não demonstra esse amor no grupo, não se comporta diferente para alguém que tem uma vida no SPFC. Mas os dias para ele realmente estão contados no gol. Ataíde chegou em Ceni após o jogo e percebendo a apatia do treinador mediante a reação dos jogadores e o que já indicava, disse que era hora dele tomar uma atitude e se posicionar como líder. Ceni deu sua palavra ao vice presidente. Participou da reunião com Muricy pela permanência e disse que quando saírem, sairão juntos.

Bom, o que isto tudo quer dizer? Simples: Ataíde não vai segurar e se segurar se o São Paulo for eliminado da Libertadores. E convenceu Muricy a ficar de forma simples assim. Irão ficar juntos até o final destas 2 competições do 1º semestre e no caso de fracasso, todos sairão juntos. Eu honestamente, achei de uma covardia barata. É uma forma de ter um escudo e um imã dos erros em cima do treinador poupando a direção. Muricy aguenta o tranco e por mais erros que tenha, personifica coisas que outros não teriam estrutura para suportar.

Muricy deu a dica: “Futebol precisa de resultado. Ontem vim com a intenção disso mesmo, para eles ficarem à vontade, mas me convenceram para ficar mais um pouco. É isso. Aí vai o instinto do cara que é do esporte de lutar até o fim. Temos chances ainda nas duas competições. É isso que me moveu. Então estou aqui de novo, lutando mais ainda”.

Cheio de erros e problemas, quando acabou a pressão de opositores, quando se pagaram os salários, quando tudo ficou em paz e a bola estava somente no pé dos jogadores, a falta de vergonha na cara, de alma, de vida e sangue quente, honrado correndo nas veias sumiu. E não é como em 2007 que não chutamos ao gol contra o Grêmio, não é como contra o Cruzeiro que ocorreu o mesmo em 2009. Naquela época, os caras ficavam inconformados, putos com o que ocorria.

Muita gente tripudia mas Richarlyson era um grande motivador daquele grupo. Era um cara que não admitia o grupo cair e ceder. Hoje, vemos um Denilson, um Souza que parecem não ter nem calor no corpo no jogo. Jogam como mortos vivos. Entram derrotados em campo. Muricy tem culpa nisso pois não trabalha o emocional também. Hoje em dia, jogador é pior que criança e precisa de muito tato psicológico. Kaká e Palito faziam isto com intensidade no grupo ano passado e eram os pontos da diferença.Tite fez isso no Corinthians e faz e equilibra, controla o emocional do grupo. Some isto a treinamentos sérios e o time rende regularmente. Mesmo com um time limitado, consegue criar uma aura de bom time mesmo não sendo, mesmo sendo um time limitado, retranqueiro que joga no erro do adversário. De novo, é um time comum só que equilibrado.

O São Paulo que tem o material humano, que tem recursos técnicos, táticos e elenco, não flui. É inadmissível, é incompreensível e inconcebível.

Agora, essa aliança pode acabar antes. Aidar vem sendo convencido a agir antes de uma eliminação. E este antes seria o jogo na Argentina contra o San Lorenzo. Uma derrota lá pode ameaçar cruelmente a vaga na Libertadores. E Aidar não quer nem sonhar em ver este time fora agora no torneio. Treinadores são indicados aos montes. Abel Braga por conhecer os laterais vindos do Fluminense, por ser linha dura e ser fortemente conhecido pela questão passional e emocional é um nome que permeia o Morumbi. Sem contar seus títulos recentes.

De novo, Sampaoli é o nome alvo de Aidar. O sonho…

Sobre os ídolos. Façamos homenagens, referências, estátuas, placas etc. Mas NÃO dar lugares cativos. Nenhum jogador pode, deve ou merece ter seu nome acima do bem do clube.

Saídas. Flamengo já tem pronta proposta para levar Ganso. A proposta inclui jogadores e dinheiro. Luis Fabiano é outro alvo do time carioca. Luxemburgo vem trabalhando nos bastidores.

Nada é tão ruim que não possa piorar…Uma nova reunião de conselho e uma enxurrada de críticas virá em cima de Aidar e das duas diretorias que mais atraem atenção no clube: futebol e marketing. Ambas por motivos óbvios: resultados pífios no campo e a ausência de patrocinador. Some a isto, a fome de atacar a gestão de Aidar que anda omisso, foi o primeiro a gerar a desconfiança e a instabilidade que hoje permeia o Tricolor e para se redimir, disse que manteria Muricy em qualquer caso. Se tornou refém do treinador. Sua passividade e falta de pulso será outro ponto. Enfim, reunião cai em péssimo momento,  a oposição vai deitar e rolar faltando 48h para o jogo mais importante do ano, o time está em frangalhos, um lixo de esquema, jogadores molengas, sem confiança, treinador sem motivação e sem ânimo e ainda mais essa. Ou seja, nada é realmente tão ruim que não possa piorar.

Para quarta feira, eu vou sem pensar, sem pessimismo, sem nada. Apenas fé.

Boas energias e fé…esse clube é grande demais para os que lá estão destruírem sonhos e essa grandeza. Depois do jogo, protestos se for justo. Mas agora, é só acreditar e de novo…ter fé.

Sempre lembrando de que quem  sabe, a moeda possa cair em pé em 2015 como foi em 1943…

Alexandre Zanquetta

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