megafone5

Li o desabafo do Raí e fiquei pensando: que contribuição posso dar ao

clube do coração que, ultimamente, mais me envergonha do que me dá

alegrias ? Às vezes as pessoas envolvidas na situação nem se dão conta

das decepções que estão causando entre os torcedores fiéis. Com meu pai

aprendi a amar este clube, vi-o colaborando para a construção do estádio,

vi-o comprando sua cadeira cativa, que nem chegou a usar, pois faleceu

em março de 1961. Sua morte aumentou minha fidelidade, eu seria sua

continuação, expressando este grande amor tricolor.

Hoje, tanto tempo passado, o São Paulo encabeça noticiários cheios de

desavenças entre diretores, entre conselheiros, apoios estranhos a

torcidas organizadas que não dão nada ao clube, pelo contrário causam

quase sempre dissabores. Falando em torcida, por que não valorizar o

sócio torcedor? Por que não reservar uma área cujos valores do ingresso

sejam acessíveis ? Por que não fazer uma promoção, pai ou mãe podem

levar seus filhos sem ônus ?

O São Paulo é muito grande para ficar numa política menor, em que os

interesses particulares se sobrepõem aos do clube. O São Paulo é

prioridade e cada um tem de entender isto e colaborar. Pelo bem do clube

é preciso falar a mesma linguagem. A palavra-chave é união.

Por favor,devolvam o São Paulo honesto, leal, cumpridor dos

compromissos, respeitador dos princípios ético-morais. O tricolor é o time

da fé, que, como São Paulo apóstolo, possa combater o bom combate e

guardar a fé. Que possamos dizer como o apóstolo “Tudo posso naquele

que me fortalece”.

Por: Eunice Martins (Professora de Línguas Neolatinas, Sedes Sapientiae, PUC, 1963)