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Eu quero. Eu insisto. Eu bato na mesma tecla daquele final de 2014, quando me peguei a vislumbrar uma imensidão de possibilidades paralelas a um clarear de novos dias, ainda que com peças já mastigadas e por vezes e vezes mal digeridas.

Ainda que infelicidades gigantes diante de times pequenos, ainda que criatividades minúsculas nos pés de um grande gênio… ainda assim. Eis-me aqui a contemplar mais uma porçãozinha de Fé, acompanhada por pequenas doses de esperança.

Insisto.

Insisto em acreditar que Muricy tem aquele pingo (pelo menos) de vontade de marcar época , de fazer ser positivamente inesquecível este ano de 2015, encerrando seu ciclo profissional e iniciando uma orgulhosa e mais do que digna aposentadoria.

Que ele saiba que isso também é algo formidável.

Aliás, um final/início assim é o quadro mais magnífico a ser pintado.

Quadro de igual sublime valor também pode ser pintado ao vermos saudações de eterna gratidão a Rogério Ceni, que necessariamente neste ano deixará as traves Tricolores após uma vida inigualável debaixo delas.

Até quem não o tem como ídolo maior da História São-paulina reconhece tamanha importância para o futebol, para o esporte mundial gerada pela presença única num único clube. E ter um encerramento registrado com troféus de máximos valores seria compatível com tudo (ou quase tudo) o que ele representa.

É, tem sido assim, com meu eu que fala que não vai (depois de ver 90 minutos de puro desdém com o futebol premiado com derrotas lamentáveis) sendo levado pra fora do quarto pelo meu eu que tem os olhos brilhando, gritando gol.

 

Gritando gol…

Olha.. tem um grito que faz tempo que não sai.

Pra não dizer que não sai, teve um dia que saiu de fininho, como sussurro, após meia partida de final de Sul-americana.

Não desmerecendo a conquista. Jamais. De jeito nenhum.

Só que foi tão.. tão não foi. Mesmo sendo. Porque foi. Venceu, mereceu. Mas teve um certo ar de mormaço. Não era quente. Não tinha sal… De uma explosão, ouviu-se um ‘trac’.

E é por isso que aqui dentro, dentro de todos nós, Tricolores, esse grito está impaciente. Sentindo que tem que sair logo. Tal qual numa panela de pressão, suas moléculas querem e irão se movimentar, até não caberem mais no corpo. E vai explodir. Ensurdecendo os incrédulos, os invejosos, os mentirosos… Estourando as cordas vocais de milhões de torcedores são-paulinos, acompanhado com buzinaços e rojões, batuques e cantorias mil!

Ao mesmo tempo em que nos despediremos de dois grandes heróis da maravilhosa e infinita História do São Paulo Futebol Clube.

Sim. Insisto em querer gritar “Campeão!!!” com Muricy e Rogério Ceni juntos, pelo São Paulo, em 2015.

 

Todos os meus eus insistem nisso.

 

Ronnie Mancuzo – Sub