O São Paulo trava uma batalha para renovar o contrato de Joanderson, de 19 anos, que desde o dia 15 de fevereiro não tem mais vínculo com o clube. Da mesma geração de Auro, Boschilia e Ewandro, o atacante canhoto é visto como uma grande promessa. O Tricolor e o jogador, porém, não chegaram a um acordo.

Com o direito de preferência na renovação do primeiro contrato profissional do jogador previsto pela Lei Pelé, o clube protocolou na Federação Paulista de Futebol uma proposta de renovação antes do término do vínculo. O mecanismo é a forma de defesa do São Paulo para não perder o atleta, na mira de times brasileiros e até internacionais. O Porto, de Portugal, sondou o atacante no último mês, mas as negociações não avançaram.

Desde o fim do ano passado, o São Paulo estabeleceu um padrão financeiro para os salários dos garotos da base. A ideia é manter um nivelamento para evitar distorções de valores e mal-estar entre os jogadores. O clube ofereceu uma proposta a Joanderson dentro dessa nova política, mas a oferta não foi aceita. Por isso, o Tricolor notificou o jogador e protocolou na FPF a proposta de renovação de três anos.

Joanderson não respondeu à notificação são-paulina dentro do prazo previsto. O Tricolor, então, consultou a CBF para saber se a proposta protocolada na FPF, sem a resposta no tempo correto, implicaria na renovação automática do contrato. A entidade deu razão ao clube e reconheceu o novo contrato, mas informou que não poderia registrá-lo sem a assinatura do jogador.

Por entender que está respaldado, o São Paulo agora aguarda o jogador definir se aceitará ou não renovar seu contrato. Caso Joanderson opte por sair, ele terá de apresentar a proposta do outro clube interessado para que o Tricolor tenha a chance de cobrir a oferta. Se o clube do Morumbi chegar aos mesmos valores e, ainda assim, o atacante optar pela transferência, o São Paulo terá de ser indenizado.

Além da divergência salarial com o Tricolor, Joanderson teme não ter chances no elenco profissional, que já conta com Pato, Luis Fabiano, Alan Kardec e Cafu. Ewandro, por exemplo, participou de quatro das 15 partidas do time no ano.

Quem é

Temendo perder o jogador no começo do ano, o São Paulo não inscreveu Joanderson na Copa São Paulo de Futebol Júnior, disputada em janeiro, já que seu contrato estava no fim. Abriu mão de um jogador que tem bons números nas divisões de base.

No clube desde 2011, quando entrou na categoria sub-15, marcou 27 gols em 31 jogos em 2013, ano em que foi campeão e artilheiro da Copa do Brasil sub-17 e chegou à seleção brasileira, disputando o Mundial da categoria nos Emirados Árabes.

Em 2014, fez 18 gols pelo clube, sendo sete deles na Weifang Cup, torneio sub-19 disputado na China em que foi goleador e eleito o melhor jogador.

Ge.com