megafone5

Olá amigos do Blog do Zanquetta! Como a maioria dos que leem essa coluna, sou frequentador assíduo do blog, fanático pelo Tricolor e gostaria de explanar alguns pensamentos particulares sobre esse início de temporada da nossa amada equipe.

Segundo minha análise, os resultados que obtivemos até aqui estão todos dentro do esperado e do que se pode considerar como normalidade.

Em relação ao Campeonato Paulista, estamos vencendo a maioria dos times pequenos, alguns com mais facilidade – aqueles que jogam mais abertos, e nos permitem jogar com maior liberdade – outros com mais dificuldade – aqueles que jogam fechados, a popular retranca mesmo. E nos dois confrontos que fizemos contra times grandes, dois jogos parelhos nos quais a vitória poderia pender para qualquer dos dois lados.

E na Libertadores, também o esperado. Uma derrota fora para o Corinthians, na Arena em Itaquera, uma boa vitória diante do fraco Danúbio no Morumbi, e por fim, a guerra de ontem contra o San Lorenzo – atual campeão do torneio – também dentro de casa. Algum resultado catastrófico ou inesperado? Na minha análise não.

Para mim, o que era inesperado e vem acontecendo até aqui é esse clima de guerra que existe nos corredores do Morumbi. E o que me deixa mais pasmo, é que esse clima está sendo provocado e mantido por pessoas da própria diretoria tricolor, pessoas que deveriam zelar pelo crescimento e sucesso contínuos do São Paulo. Pelos menos na teoria.

O que também é inesperado é o futebol paupérrimo apresentado pela equipe até aqui. E aí temos que ponderar os dois lados da moeda. Um primeiro lado a ser considerado é a falta de padrão tático da equipe. Acho que todos concordamos que falta profundidade, aproximação, criação de jogadas efetivas de gol. Creio que também concordamos que a marcação no meio de campo não é eficiente, a cobertura dos laterais também não, enfim… Existem falhas que só serão corrigidas com o tempo e, principalmente, com trabalho e orientação por parte das pessoas capacitadas e que recebem – e muito bem! – para isso. Certo professor Muricy?!

Mas também devemos considerar que, ao contrário do que muitos pensam, o São Paulo não tem um time pronto. A equipe que terminou o ano passado como vice-campeã do Campeonato Brasileiro é totalmente diferente da que começa esta temporada. E isso passa, sobretudo, pela saída de dois titulares da equipe do ano passado: Álvaro Pereira e Kaká. Explico.

Álvaro era uma lateral que, apesar de criticado no final da última temporada, se destacava mais na marcação, ao contrário do que acontece com Carlinhos e Reinaldo – sendo que este último foi quem mais jogou este ano – que tem deficiências na marcação e tem por maior virtude o apoio. Kaká, mesmo não sendo mais o garoto de vinte e poucos anos que foi considerado o melhor do mundo, além de ter papel relevante na liderança, ainda dava dinâmica ao meio de campo da nossa equipe. Michel Bastos, que vem jogando muito bem, ficou com a vaga de Kaká, mas exerce função completamente diferente, mesmo por ter

características diferentes: é um jogador que atua mais como ponta, pelos lados do campo; além disso, Ganso tem uma técnica acima da média, mas não se pode dizer que se trata de um jogador dinâmico.

A entrada do Bruno na lateral direita também muda a forma do São Paulo jogar em relação ao ano passado, especialmente após a saída do Douglas. Não pelo jogador em si, que se não brilha, também não compromete. Mas por característica mesmo. Paulo Miranda e Hudson, que atuaram boa parte do ano como titulares improvisados no setor, têm maior poder de marcação e menos qualidade no apoio; justamente o inverso do nosso novo titular.

Além disso, a saída de dois jogadores – reservas, é verdade, porém quase titulares – Maicon e Osvaldo, e a chegada de outros que ainda estão em fase de adaptação ao clube (Thiago Mendes, Jonathan Cafú, Dória e Centurión) , além de outros que ainda nem puderam estrear (Breno, Daniel, Wesley) acabam dificultando a montagem de uma equipe realmente pronta, coesa, entrosada e competitiva.

Concluindo, creio que as duas derrotas para o rival Corinthians – especialmente pelo modo como elas ocorreram e não pelos resultados em si, já que em uma partida não demos um chute a gol e na outra jogamos boa parte do jogo com um jogador a mais e tendo pênalti perdido – além da própria movimentação interna por parte dos dirigentes do clube, que hoje mais atrapalham que ajudam, são os principais responsáveis por toda fumaça que exala dos corredores da Barra Funda. Mas também creio que com apoio, tempo e trabalho as coisas podem se encaixar. E aí sim, caso elas não se encaixem dentro de um tempo satisfatório (para mim, o término da primeira fase da Libertadores), os culpados devem ser localizados e receber sua punição.

Por: Rafael Vecchi