O novo estilo dos times de Muricy Ramalho, adotado depois de perder para o Barcelona por 4 x 0, na final do Mundial de Clubes de 2011, é responsável pelo time atual do São Paulo ser o rei da posse de bola e dar sempre a impressão de que não chuta.

Os números da rede social Footstats indicam isso na comparação entre os times vencedores de Muricy em 2008, 2009 e 2011, antes do débâcle do Japão, e a muança deles depois.

Em 2010, o Fluminense foi campeão com uma finalização a cada 41 passes. No estadual de 2015, o São Paulo dá em média 94 passes para finalizar uma vez. É mais do que o dobro.

No primeiro tempo de ontem contra a Ponte Preta, foram 232 passes para um chute no alvo.

O novo Muricy também fez sumirem os gols de cabeça. Em 2008, o São Paulo foi tricampeão brasileiro com 16 gols de cabeça (24%). No Fluminense, em 2010, foram 10 (15%). No Paulistão, só um dos 23 gols são-paulinos foram fruto de cabeceios.

A história está resumida na coluna de hoje na Folha de S. Paulo, mas os números detalhados estão abaixo.

Depois de perder para o Barcelona, Muricy passou a dizer que gostaria que seus times tivessem um pouco mais do toque de bola característico da equipe catalã, na época dirigida por Josep Guardiola.

Não é ruim.

A questão é achar a medida. No ano passado, o São Paulo foi vice-campeão brasileiro com o terceiro melhor ataque do campeonato. Fez 59 gols em 38 jogos, média inferior a dois por partida.

Abaixo os números detalhados:

TIME                      PASSES/FINALIZAÇÃO      GOLS DE CABEÇA

São Paulo (2008)    47,5                                        16

Fluminense (2010) 41,7                                        10

Santos (2011 *)      49                                           3

Santos (2011 *)      54,3                                        7

São Paulo (2014)    81,1                                        11

São Paulo (2015)    94,1                                        1

* A primeira coluna do Santos 2011 se refere à Libertadores. A segunda coluna se refere ao Campeonato Brasileiro.

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