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Muricy Ramalho foi um meia, camisa oito, que se destacava pela habilidade e bons passes. Formado pela base do São Paulo, no profissional realizou 177 partidas e marcou 26 gols. Como jogador, conquistou os campeonatos paulistas de 1975 e 1977 pelo Maior do Mundo, e o campeonato mexicano pelo Puebla, em 1983.

Como treinador, conquistou pelo São Paulo o inédito tri-campeonato brasileiro (2006, 2007 e 2008), a Copa Master da Conmebol (1996) e Copa Conmebol: 1994. Conquistou ainda mais um Brasileiro pelo Fluminense (2010), , dois campeonatos gaúchos pelo Internacional (2003 e 2005), três campeonatos paulistas pelo São Caetano (2004) e pelo Santos (2011 e 2012). Pelo time da vila, ainda faturou a Libertadores de 2011 e a Recopa em 2012.

Diante dos dados, ele é um dos maiores treinadores do Brasil em termos de resultado. E em termos de futebol jogado? Aí ele não é dos melhores em termos de plasticidade e números ofensivos. Sempre se destacou por formar setores defensivos eficientes, bons índices em bolas paradas.

No São Paulo atual conta com um mito no Gol, nenhuma unanimidade nas duas laterais, um zagueiro pela direita com grande potencial, incógnitas na zaga esquerda (Dória pode sanar isso, ou não), vários volantes (tendo Souza como o mais efetivo), um craque (Ganso) e um grande jogador (Michel Bastos) no meio, uma referência como centro-avante (Luís Fabiano, cujo reserva é o Alan Kardec) e ainda Pato, Cafu, Centurion e os jovens Evandro e Ademílson para disputar vaga no ataque. Boschilia e Maicon seriam reservas no meio ofensivo com Thiago Mendes, Hudson, Rodrigo Caio (que também joga na zaga), Wesley e Denilson para o meio defensivo.

Um elenco grande e que de certa forma pode manter alguma regularidade diante de lesões dos titulares ou mesmo revezamento pelo desgaste físico de jogadores. Quanto ao time titular propriamente dito, no geral, há uns 5 ou 6 nomes de peso e que se tiverem bom rendimento não têm como sair do equipe pela qualidade que têm. Mas ainda sobram 6 ou 5 vagas. Pela característica dos jogadores não vejo como fácil armar esse time em curto prazo para ele chegar próximo ao potencial dos jogadores à disposição. Digo, para chegar perto do potencial, mas jogar um futebol no mínimo eficiente é outra história. Isso poderia acontecer de forma mais rápida.

Muitos falam da base que foi mantida em 2014, mas hoje não vejo muitos resquícios dela. As peças mudaram e o esquema tem que mudar um pouco para adequar o time às melhores peças à disposição. Afinal, o trabalho do treinador é adaptar os jogadores ao seu esquema ou pensamento, ou encontrar a melhor forma de aproveitar as principais características dos que são diferenciados? É lógico que um jogador ou outro deva se sacrificar taticamente em função do grupo. E o  Muricy tem que encontrar rapidamente uma forma de encontrar esse equilíbrio.

O que não dá é não haver triangulações, mudanças de posições oportunas e flutuações para enganar as defesas adversárias. E isso é trabalho, meu filho! O Muricy, como citado acima é um treinador vitorioso e por isso merece respeito. Mas no futebol resultados são necessários, acima de tudo quando a bola jogada é tão burocrática.

Então, fica de olho, Muricy! Mas enquanto estiver no comando, tem que ter o apoio de nossa torcida. Afinal, torcemos pelo São Paulo acima de qualquer pessoa.

Por: Bruno Barbosa