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Qual o preço da idolatria?

É inegável que Muricy Ramalho é um vencedor. Por onde passou conquistou vitórias, títulos, e mais do que isso, a idolatria dos torcedores. No São Paulo não foi diferente, o técnico que conquistou o inédito Tri-Brasileiro consecutivo, o comandante do time que quebrou recordes, o líder de um elenco que dominou o futebol brasileiro por três anos seguidos. Mas até que ponto todas essas conquistas servem para amparar um trabalho do presente?
Muricy voltou ao São Paulo em um momento difícil para o clube e torcida, lutávamos contra um tenebroso rebaixamento. Como ele mesmo diz, pegou um time perdido, sem alma e com péssimo ambiente. Conseguimos emplacar uma sequência de vitórias e escapamos da degola. Assim, tínhamos ainda uma Sul-Americana, chegamos a semifinal para enfrentar a pequena Ponte Preta. E, resultado: fomos eliminados, sendo derrotados em pleno Morumbi por 3 x 1 no primeiro jogo. Não que eu não respeitasse a Macaca, mas era obrigação do São Paulo Futebol Clube se classificar, por mais fraco que fosse o time. Mas o elenco fraco serviu como “desculpa” para o primeiro fracasso do retorno de Muricy Ramalho.
Começamos 2014 com a esperança renovada, mas no primeiro campeonato disputado mais uma eliminação vexatória, novamente eliminados para um time do interior e outra vez no Morumbi, sim, outra, pois a eliminação para a Ponte Preta se fez na derrota no Cícero Pompeu de Toledo. Mas não era possível cobrar nosso comandante, pois ainda faltavam 2 zagueiros, 2 laterais, 2 meias, 2 atacantes. Claro, ainda não tínhamos um time capaz de eliminar a Penapolense em casa.
Em meio a trocas na direção do clube e a chegada de Kaká o São Paulo partia para o segundo semestre em busca de títulos, restavam ainda Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. Mas após vencer o Bragantino no jogo de ida por 2 x 1, surpreendentemente o treinador escalou um time reserva para disputar um jogo de mata-mata da Copa do Brasil. Resultado: eliminados para o poderoso Bragantino em pleno Morumbi. Terceira eliminação em mata-matas em casa, terceira eliminação para um time inexpressivo. Mas as desculpas logo vieram de todos os lados, estávamos nos poupando para o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, título que o clube não tem, não valia tanto assim.
Com bom desempenho no Campeonato Brasileiro, muito em função da liderança, disposição e garra de Kaká, o São Paulo focou completamente na Sul-Americana. E outra vez ficamos pelo caminho. Eliminados pelo Atletico Nacional, nos pênaltis, adivinhem onde? Isso mesmo, no Morumbi. Quarta eliminação em mata-matas em pouco mais de um ano. Pois é.. E assim nos restou lutar para garantir o vice-campeonato Brasileiro, que poderia ter sido título, não fosse os pontos perdidos em casa para times que lutavam contra o rebaixamento.
E é com essa exposição de fatos que me pergunto se é esse o preço que estamos dispostos a pagar pela idolatria ao nosso treinador. Neste ano, já temos o primeiro vexame, acho que todos devem saber do que falo. E mesmo com um poderoso elenco, ainda cabem desculpas e mais desculpas. Fosse outro treinador na posição de Muricy, o mesmo teria o respaldo que o marketeiro “Aqui é trabalho” tem? Fazemos bem em blindar um treinador pelas conquistas de outrora? É este São Paulo, preso ao passado, que queremos ver? Acho que não, para todas.

Douglas Sousa Leite