banner_sou_tricolor_2Fatos da semana – 04/02 a 10/02

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

A palavra do ano: PRESSÃO – Devido aos acontecimentos da última semana, vou praticamente repetir um tópico escrito por mim na minha mais recente coluna.

A conta é simples:

Sete anos sem um título de expressão + Time mais promissor deste mesmo período, com base já testada em 2014 + Último ano de Rogério Ceni e provavelmente de Muricy + confrontos com o arquirrival na 1ª fase da Libertadores + guerra política nos bastidores = Bomba relógio

Por isso, a chave para o sucesso do São Paulo em 2015 está na tranquilidade. Em não se criar pressão além da já existente por natureza. Aquela inerente a um time grande e vitorioso como o Tricolor.

Já vivemos sob a mira de uma imprensa esportiva em sua maioria pouco preparada para tratar os clubes com idoneidade. Uma imprensa capaz de endeusar um Paolo Guerrero bom, mas que nunca fez mais gols que Luis Fabiano em uma temporada normal; ou ‘Mittificar’ um dirigente que encheu a Barra Funda de craques do calibre de Ryder Mattos, Kelvin, Leandro Banana e Rafael Marques, entre outros.

Se criarmos ainda mais monstros, será difícil sermos campeões de alguma coisa.

Fui ao Pacaembu na última quarta-feira, e antes mesmo do jogo começar, ouvi a organizada gritando que a ‘Libertadores virou obrigação’. Não, não virou. A obrigação desse time é correr e se dedicar. Torneios de futebol, especialmente os mata-matas, são definidos por detalhes, que nem sempre consagram o melhor time. Essa imprevisibilidade é que faz esse esporte tão diferenciado com relação aos outros. Me senti mais tranquilo quando vi que o resto das arquibancadas não aceitou as cobranças da organizada.

Mas a pressão que mais me preocupa mesmo é aquela ainda mais interna, vinda da diretoria do São Paulo. Esse blog já nos esclareceu a respeito do assunto algumas vezes. A alta cúpula da gestão Aidar não gosta do tamanho do poder que pessoas como Muricy Ramalho e Rogério Ceni exercem no clube. Não fosse o aval de elenco e torcida, provavelmente já não estariam mais trabalhando no São Paulo. Eu até consigo entender a dificuldade de se dirigir uma instituição com subordinados tão grandiosos como nossos capitão e técnico. Mas, uma vez decidido que estes são os escolhidos, é preciso dar retaguarda aos seus funcionários. Com cobrança sim, mas não via imprensa. Ninguem trabalha em sua melhor condição se se sentir pressionado. Muricy é macaco velho, e espero que tire essa de letra. Mas mesmo assim, peço aos caros diretores, que tão bem trabalharam na montagem do elenco, que deixem o homem trabalhar. Sejamos São Paulo FC!

 Dória – Excelente reforço!! Se tenho minhas dúvidas a respeito do rendimento de Centurion, sobre Dória não receio em dizer: é um ótimo zagueiro, e vai nos ajudar muito nesse primeiro semestre. Será que o tal Vinicius Pinotti não quer nos dar outro ‘presente’, mantendo o garoto por aqui em definitivo?

 Elenco cheio – São 4 goleiros (Rogério, Denis, Renan e Léo), 4 laterais (Auro, Bruno, Carlinhos e Reinaldo), 7 zagueiros (Rafael Toloi, Dória, Édson Silva, Lucão, Paulo Miranda, Antônio Carlos e Breno), 7 volantes (Rodrigo Caio, Denilson, Souza, Maicon, Thiago Mendes, Hudson e Wesley), 5 meias (Ganso, Michel Bastos, Boschilla, Centurion e Daniel) e 6 atacantes (Luis Fabiano, Alan Kardec, Alexandre Pato, Cafu, Ademilson e Ewandro). Um total de 33 jogadores para 28 vagas para inscritos no Campeonato Paulista e 25 na Libertadores.

Se excluirmos Leo, Breno, Wesley e Daniel, ainda assim nos restam 29 atletas para as duas competições. Um elenco inchado. E antes que digam “se não contrata reclama, e se contrata reclama também”, afirmo que jogador no banco de reservas pode e muito atrapalhar o andamento do ambiente de um clube, além de trazer gastos desnecessários para a instituição.

O elenco do São Paulo precisava se reforçar, o que não necessariamente significa aumentar a quantidade de atletas. A chegada de um bom zagueiro como o Dória por exemplo, poderia muito bem acarretar na liberação de um dos defensores que já estavam no Morumbi, como Paulo Miranda ou Antônio Carlos. Ás vezes, abrir mão de um jogador é tão importante quanto trazer outro. Para não falar do espaço que abre para as categorias de base aos poucos irem subindo…

 Reforços perdidos – Nos reforçamos muito bem, mas gastamos bastante também. É utópico pensar que se pode viver de contratações feita com jogadores em fim de contrato. Mas nesta janela de transferências especificamente, perdemos algumas boas opções a custo zero, ou quase zero. Para citar algumas: Vagner Love, Cleiton Xavier, Gabriel, Arouca, Guilherme (Atlético MG), Joel (ex-Coritiba), Nenê (atualmente sem clube) e Ricardo Oliveira. Por falta de visão, ou mesmo de necessidades no nosso elenco, estes não vieram. Uma pena.

 Hipocrisia no futebol paulista- Em fevereiro de 2009, o nosso ex-presidente Juvenal Juvêncio anunciou que a torcida do SCCP teria direito a ‘apenas’ 10% dos ingressos, conforme estabelecido por lei, em todos os Majestosos com mando do Tricolor disputados a partir daquele ano. Foi o início de uma série de críticas e desavenças envolvendo as diretorias dos dois clubes envolvidos.

Ignorando-se o fato de que um mês depois daquele anúncio de JJ, o nosso arquirrival tomou a mesma atitude em um clássico contra o santos, o assunto da divisão de ingressos veio a tona novamente nesta semana. Em entrevista coletiva concedida na sexta-feira, o agora ex-presidente do SCCP, Mário Gobbi, disse que o atual presidente da SEP, Paulo Nobre, arquitetou, junto ao Ministério Público, um modo de fazer o clássico do último domingo com uma torcida só, sob a justificativa do medo da violência. E lá se foi o namoro entre o pessoal de Itaquera e da Barra Funda.

Na mesma entrevista, Gobbi revelou, entre outras coisas, que só não levou Alan Kardec para Itaquera por respeito ao time verde, e que Paulo Nobre preferiu ‘esquecer’ a tal ética entre clubes, quando decidiu entrar na negociação entre SCCP e o craque Leandro Banana. O mesmo lapso de moral que parece ter afetado o presidente da Peppa Pig nas contratações de Aranha, Arouca e Gabriel (ex-Botafogo).

 Um tópico inteiro para citar alguns casos interessantes ocorridos recentemente no futebol paulista. Com uma conclusão: esse meio, e especialmente você, Sr.Paulo Nobre, é um puta de um hipócrita mimado, que adora se fazer de vítima. Além de um péssimo dirigente.

 Contra todos – Notaram a gravidade do tópico anterior? Segundo Mário Gobbi, Paulo Nobre tem um amigo no Ministério Público capaz de atender a vontade da SEP, determinando a realização de um clássico com torcida única. Com aval do palmeirense Marco Polo Del Nero, ainda presidente da Federação Paulista de Futebol que, semanas antes, já havia autorizado a SEP a fazer os seus 4 primeiros jogos do paulistinha no seu estádio.

Enquanto isso, o SCCP, ainda devendo dinheiro à União, consegue financiamento público de estádio e patrocínio federal. Com apoio cavalarmente desproporcional da TV Globo, que transmite seus jogos como se Roberto Marinho jogasse com a camisa 10.

É claro e notório: o São Paulo FC, por burrice ou mesmo altivez de seus últimos dirigentes, comprou e compra briga com muita gente (leia-se Globo, FPF, CBF, Conmebol, SEP e etc). Mas é inaceitável que a divergência de ideias se transforme em jogo político de influências que altere as condições naturais do espetáculo futebol em si.

Contra tudo e contra todos. Esse parece ser o cenário do Tricolor para um longo tempo.

 Conmebol – Uma retrospectiva:

07/03/2013- Luis Fabiano reclama do árbitro e é expulso em jogo contra o Arsenal -ARG

22/03/2013- Conmebol suspende LF por 4 jogos

30/09/2014- Luis Fabiano disputa jogada com adversário e é expulso contra o Huachipato

08/10/2014- Conmebol suspende LF por 3 jogos

04/02/2015- Guerrero dá cotovelada em adversário, Fábio Santos sola a canela do adversário, e ambos são expulsos contra o Once Caldas

10/02/2015-

Estamos de olho, viu Conmebol?

 Michel Bastos – Continuarei batendo nesta tecla até que sejamos atendidos. Diretoria, por favor, renove o contrato de Michel Bastos. Não é craque, mas é incrivelmente eficiente, e está totalmente adaptado ao clube e ao resto do elenco. Estendam o seu contrato, antes que o São Paulo inicie efetivamente uma grande temporada, e os valores da renovação fiquem impagáveis.

(Luis Fabiano e Breno também ficam sem contrato ao final de 2015)

 Rogério Ceni – Em 12 de dezembro de 2012, o São Paulo se sagrava campeão da Sulamericana, depois do encerramento precoce do jogo contra o argentino Tigre, no Morumbi. O nosso único título desde o tricampeonato brasileiro 2006, 2007 e 2008. Na festa de entrega das medalhas, nosso goleiro e ídolo Rogério Ceni se prontificou em emprestar sua faixa de capitão para que Lucas, em sua última partida antes de seguir rumo a Paris, pudesse erguer a taça, e eternizar uma última imagem com a camisa Tricolor.

Em 30 de julho de 2014, Alexandre Pato, recém chegado ao São Paulo, já convivia com a desconfiança da torcida, mesmo com pouco mais de dez partidas disputadas em sua nova casa. Uma modorrenta partida contra o Bragantino, válida pela 3ª fase da Copa do Brasil, seguia para seu final quando, aos 32 minutos do segundo tempo, o árbitro assinalou pênalti em Álvaro Pereira (‘em’ e não ‘de’). Rogério atravessou o campo e deu a bola nas mãos do atacante, que converteu a penalidade. Nos 9 jogos seguintes àquela partida contra o Bragantino, Pato balançaria as redes por 7 vezes.

Em 7 de fevereiro de 2015, o São Paulo enfrentou o XV de Piracicaba no Pacaembu. O mesmo estádio em que, três dias antes, o volante Maicon havia sido vaiado pelas pouco mais de 7 mil pessoas presentes em jogo contra o Capivariano. Maicon não havia sido brilhante, mas tinha participado de 2 dos 4 gols são-paulinos daquela noite. Nosso capitão, que fez questão de defender o trabalho do camisa 18 nas entrevistas pós-jogo de quarta-feira, para a partida contra o XV, concedeu a faixa de capitão a Maicon.

E assim Rogério Ceni já fez com Álvaro Pereira, quando o lateral se colocou a disposição de Muricy, horas depois de servir a seleção uruguaia; com Kaká, em sua última partida pelo Tricolor; e com Luis Fabiano, Ganso, e até Édson Silva.

Isso é Rogério Ceni. Se não tem a mesma qualidade de 10 anos atrás, ainda mostra a mesma dedicação ao trabalho e amor ao clube de sempre. Um goleiro para o time, um exemplo para o elenco, um ídolo para a torcida, e um M1to para nossa história.

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Wagner Moribe

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