O segundo e último jogo como mandante no Pacaembu antes da volta ao Morumbi rendeu mais três pontos ao São Paulo. De volta ao estádio municipal neste sábado, a equipe recebeu o XV de Piracicaba, um rival um pouco mais páreo, mas não o suficiente para evitar derrota por 2 a 0, em noite na qual o time da capital esteve em perfeita sintonia com a torcida, que não pegou no pé de Maicon em nenhum momento, embora contraditoriamente o meia – agora com a faixa de capitão – não tenha ido tão bem quanto diante do Capivariano.

Se na quarta-feira Luis Fabiano ouviu do banco as vaias a Maicon e viu Alexandro Pato brilhar ao balançar a rede três vezes, desta vez o centroavante iniciou como titular, deixando Alan Kardec no banco, e também mostrou serviço. No primeiro tempo, ele abriu o placar. Depois do intervalo, sofreu pênalti convertido por Rogério Ceni, que não apresentou a melhor das atuações, errando muitas reposições de bola e sendo cobrado à beira do campo por Muricy Ramalho.

Reclamações à parte, o treinador mantém seu time com 100% de aproveitamento antes do primeiro grande teste da temporada: na quarta-feira, o São Paulo visita o Santos, na Vila Belmiro. Um dia depois, como mandante, o XV de Piracicaba tentará seu primeiro ponto no Campeonato Paulista em duelo com o Ituano.

Embora ainda não tenha nem sequer um empate na competição, o time de Piracicaba, bem mais equilibrado técnica e taticamente do que o Capivariano, ofereceu mais dificuldades. Tinha uma razoável saída de jogo e marcação adiantada. Foi assim que, com menos de um minuto, Rogério Ceni foi desarmado com a bola nos pés, mas o lance terminou em lateral. Foi a primeira de uma série de erros de reposição do goleiro, que ora devolvia a posse de bola, ora recolocava a bola para fora – em uma oportunidade, acertou-a nas costas do adversário.

Apesar da deficiente reposição, o camisa 1 foi bem debaixo da trave. Aos 11 minutos, Wander Luiz finalizou cruzado, à meia altura. A bola desviou e, mesmo assim, Rogério Ceni conseguiu se esticar todo para fazer uma bela defesa com o punho esquerdo.

Depois disso, à medida que passava o tempo, a torcida são-paulina se irritava mais e mais, em virtude de muitas falhas na defesa e no ataque. O zagueiro Rafael Toloi, que recebeu cartão vermelho por perder uma bola em tentativa de drible, só não foi expulso mais tarde – após derrubar atacante que invadiria a área – porque o árbitro decidiu assinalar apenas falta. Alheio à impaciência das arquibancadas também com a falta de qualidade no passe, quem muito irritou os são-paulinos foi o primeiro árbitro assistente, depois de pelo menos cinco impedimentos em jogadas que deixaram os atacantes cara a cara com o goleiro Diogo Silva. Muricy Ramalho, posicionado atrás do auxiliar, também não o perdoou, reclamando da metade do primeiro tempo até o intervalo.

Um gol aos 29 minutos esfriou os ânimos. Após receber passe dentro da área, Ganso prendeu a bola e fez o passe a Luis Fabiano por trás da marcação. O atacante fez o giro e bateu cruzado, de primeira, para abrir o placar. Três minutos mais tarde, o São Paulo quase ampliou. Alexandre Pato foi acionado próximo à meia-lua da área e ganhou na dividida com o zagueiro, mas finalizou em cima das pernas do goleiro, ganhando apenas escanteio e reclamações.

Ainda insatisfeito com a dificuldade de seu time de explorar os lados do campo, Muricy Ramalho inverteu o posicionamento de Ganso e Michel Bastos. O primeiro caiu para a esquerda, deixando o outro meia mais na ponta direita. “Como faz o Bayern de Munique”, explicou Ganso, no intervalo, poucos minutos depois de Michel Bastos ter acertado um bom cruzamento para Pato ajeitar de cabeça e Ganso finalizar rasteiro, à esquerda do gol. Finalização que foi respondida de longa distância por Wander Luiz. Rogério Ceni defendeu em dois tempos e segurou o empate na primeira etapa.

No segundo tempo, o goleiro-artilheiro não apresentou melhora satisfatória com os pés. A não ser em cobrança de pênalti sofrido por Luis Fabiano. Aos 12 minutos, Rogério Ceni colocou a bola no canto direito baixo de Diogo Silva e marcou seu primeiro gol em 2015. Já Michel Bastos voltou a ser Ribéry, enquanto Ganso retornou à faixa ocupada por Robben no Bayern. Apesar do triunfo sem susto, às vésperas do clássico contra o Santos, o futebol são-paulino nem de longe lembrou o time que é base da seleção alemã.

GE