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COLUNA PAULO MARTINS

A “opinião leviana”. A mosca na sopa. Ou nem tanto. Cabe aos(as) amigos(as) leitores(as) do Blog julgar. Fato é que, de vez em quando, gosto de tecer opinião sobre alguma coisa. Todo mundo gosta, não é? Assim será, de novo. Tal qual o sombrio Jack, como sempre, vamos por partes. Melhor dizendo, por tópicos.

 

A GUERRA DE DESGASTE: Aidar x Juvenal

O Blog nessa semana, sob as práticas de um jornalismo da melhor estirpe, melhor inclusive que muitos portais que vivem deste ofício, checou fontes, deu voz a quem de direito e reproduziu comunicado do presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, ao jornalista Juca Kfouri, na qual expõe suas alegações sobre uma matéria veiculada no blog do jornalista, bastante incisiva e dura para com o atual presidente tricolor.

Não vou entrar no mérito do que disse Juca Kfouri nem Aidar. Vou me ater ao mal que isso pode causar à instituição. Ao que parece, os intramuros tricolores fervem pela guerra interna instaurada por Juvenal Juvêncio contra o atual presidente, que invariavelmente vai para o revide. E isso explode para fora do clube, para alegria daqueles que vivem de se alimentar da carcaça alheia. Dá-se, então, mais ou menos aquilo que se convencionou como “guerra de desgaste”. Desgaste do São Paulo, no caso.

Por si só, o futebol é um meio difícil, repleto de “aves de rapina”, por assim dizer. E se considerarmos a complexidade que deve ser a administração de um clube da grandeza do São Paulo, imaginemos ter de cumprir tal tarefa sob fogo amigo (ou nem tão amigo assim!), sempre lutando em duas frentes, com os “amigos” e os inimigos, numa metáfora besta… Independentemente de Aidar fazer besteiras ou não (e ele andou tomando atitudes desnecessárias), Juvenal governou por três oportunidades quase sem oposição. Teve carta-branca para fazer o que achava necessário e correto. Aidar merece crédito e um pouco mais de paz, mesmo sob a desconfiança de seus opositores.

O São Paulo não pode ser feudo de ninguém. Tem vida própria, pulsa. E como todo organismo vivo, faz de tempos em tempos a sua renovação celular, troca suas composições. Tal qual todos os seres, é isso que o mantém vivo e na vanguarda. Como tudo na vida, Juvenal tem que que se dar conta disso, tem de “passar”. Tudo passa, a instituição fica. Espero que a vaidade não impeça o folclórico ex-presidente de enxergar o São Paulo à frente de tudo. PRO SÃO PAULO FIANT EXIMIA.

 

A COPA SÃO PAULO

Apesar de não ter feito apresentações de encher os olhos nos primeiros jogos, o tricolorzinho fez uma partida soberba contra o galinho. Marcando com ferocidade, no campo todo, recuperando a posse de bola com facilidade e sendo veloz nas jogadas avançadas, o time de Minas foi defenestrado da competição. Foguete, que os “pragmáticos da bola” insistem em chamar pelo nome e sobrenome (e essa chatice, para mim, é uma das causas do declínio do futebol nacional, pelo início da perda de identidade – afinal, será que Pelé seria o mesmo se fosse chamado de Edson Arantes? Eu, que acredito muito nesse lado místico da bola, tenho certeza que não), é um dos destaques e pode ser que estejamos diante de um futuro craque. Joga demais! O volante Gustavo e o atacante João Paulo também são bons valores. Fiquemos de olho neles.

Pois bem, passamos e enfrentamos o Corinthians, no primeiro de muitos duelos que teremos no ano. E fomos eliminados num jogo esquisito em que não jogamos mal para perder por 3×0, na opinião do escriba. Nosso time é bem mais jovem que o deles e isso conta, principalmente nesse estágio. Mas poderíamos ter virado o jogo no segundo tempo, se tivéssemos mais sorte. Jogo estranho!

Mas não vou me ater muito à bola, sobre esse confronto. Quero transitar entorno da partida, o extracampo. E o faço pelo estarrecimento que tive quando vi os boatos da “logística militar” feita pelas autoridades para “abarcar” o evento em Limeira – SP. Vigilância nas estradas, torcedores e times entrando por locais distintos, forte presença da polícia… A que ponto chegamos! Não somos mais capazes de coexistir ante às diferenças sem moderadores mais fortes que nós. Aliás, só precisam de moderadores aqueles que não têm modos. E nós não temos mais! Que poço é esse que não encontramos o fundo para alicerçar um retorno à superfície? Que poço é esse?

Reclamamos de falta de dignidade no trato com o torcedor, mas como reivindicar tal coisa se nos portamos como cães raivosos e espumamos pela boca quando vemos alguém com uma camisa diferente da nossa em campo? Mas que diabo nos tornamos? Por outro lado, sabemos que não são torcedores normais os que transformam o entretenimento em guerra. E dá-lhe cavalaria, viaturas com sirenes ligadas, bombas, fumaça e correria. Cansa. Eu cansei disso tudo. Triste! E o ano mal começou…

O resultado do jogo, apesar de importante, sempre será secundário nessas ocasiões. O objetivo primário é que todo aquele que deixou sua casa para assistir ao jogo, volte para seus familiares em paz e toque a vida adiante até o próximo final de semana, o próximo jogo.

Menção desonrosa ao jogador Gabriel Vasconcelos, que ao marcar o terceiro gol do Corinthians, confundiu rivalidade com falta de educação e, com os dois dedos médios em riste, seguindo mau exemplo idêntico de atleta do elenco profissional do mesmo time, correu em direção à torcida adversária para provocar e ofender. E, no fim, ainda deu entrevistas se vangloriando do feito, sem ser questionado com ares de repreensão por ninguém que o cercava, seja da imprensa ou de sua comissão técnica. Lembremos que trata-se de um torneio de formação, com seres humanos e atletas em formação. Se o atleta, pelo jeito, parece estar se formando bem, o ser humano não.

 

O SÃO PAULO DE 2015: Os porquês do escriba

O São Paulo foi pontual nas suas contratações. Achei bom. O time remanescente de 2014 tem bons valores e precisava de reforços em alguns setores. Veio gente boa. Faltam algumas peças que serão importantes. No primeiro jogo treino, quem viu diz que a lentidão do time da primeira etapa, o titular, chamou a atenção. Uns dizem ter havido até algum desinteresse. Pode ser. Na segunda etapa, o time reserva salvou a lavoura, com boa movimentação de Pato e Cafu.

Aí começa a ladainha do escriba. Sabem a famosa “fase do porquê” que toda criança passa? Então, o efeito aqui foi retardado algumas décadas e chegou só agora:

Porque insistir em ter dois centroavantes no time titular?

Porque Pato não tem chances no time titular?

Porque não se busca uma maneira fazer o time jogar com Pato entre os titulares, como foi em certa altura de 2014, até com bastante destaque do atacante?

Porque Muricy ainda não se deu conta de que, aparentemente, Pato precisa de um certo carinho – que no caso quer dizer colocá-lo para jogar – e insiste em querer resolver à força uma suposta falta de vontade do jogador?

Porque Et’o e não Lugano? (afinal, dizem que o camaronês foi sondado e acho que Lugano nem isso)

Porque o zagueiro pelo lado esquerdo tem demorado tanto? Faltam opções? Falta dinheiro? Sobra sigilo?

Imagino que são questionamentos pertinentes e que todo torcedor do São Paulo tem feito no momento.

Para encerrar, repito a frase escrita acima, em latim e peço reflexão a todos nós, de alguma maneira responsáveis pelo tricolor, sobretudo aqueles que dirigem o clube: PRO SÃO PAULO FIANT EXIMIA. A favor do São Paulo, façam o melhor!

Bom final de semana a todos!