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Primeiramente, quero destacar meu respeito ao profissional que comanda o time profissional, bem como ressaltar que não sou, nem jamais pretendi exercer a função de treinador. Assim sendo, limito a avaliar o elenco conforme o pensamento de um mero torcedor, o que inclui eventuais excessos (para o bem ou para o mal).

Atacante rápido ou time rápido?

Antes de falar sobre o time atual, quero lembrar nosso trio ofensivo campeão da taça libertadores (Danilo, Amoroso e Luisão) e mundial (Danilo, Amoroso e Aloisio). Observem muito bem, NENHUM VELOCISTA (definitivamente), mas qual o segredo? A jogada pelas laterais (Cicinho e Junior) e a chegada de um volante, normalmente mineiro.

Percebam, não é um atacante de velocidade que faz a diferença, mas um esquema tático que permita movimentação de peças e aproveitamento das extremidades do campo, e nada melhor que laterais para fazer tal função.

De tanto o treinador atual destacar a necessidade de um velocista, a torcida comprou a briga e “esqueceu” de avaliar o elenco. Sinceramente, o melhor do país, se bem escalado. Explico.

 

Ajustando o esquema ao elenco!

Temos uma defesa considerada fraca em razão da lentidão do ES (e pouca técnica, reconheço), mas isso significa que precisamos montar um esquema que evite deixa-lo sozinho contra o atacante (ou qualquer outro defensor em tal condição). Assim, precisamos de dois ajustes: a) nosso primeiro volante precisa ser um cão de guarda, ou seja, mais fixo; e, b) os laterais precisam de uma boa cobertura para seus avanços (lateral fazendo a “volância”, e “volante” agindo como lateral quando necessária a cobertura).

Nossos laterais são ofensivos (Bruno/Auro e Carlinhos/Reinaldo). Assim, para melhor aproveitar tal característica, acredito ser adequado armar um meio campo em losango, para que os jogadores mais abertos tabelem com o lateral e façam sua cobertura.

Temos “volantes/meias” com velocidade e experiência na lateral. Assim, podem compor o meio campo, fazer a aproximação e tabela, bem como a cobertura (pela direita Thiago Mendes/Hudson; pela esquerda, Michel/Álvaro Pereira). Testaria o Uruguaio de “volante/Meia” pela esquerda (ao menos até a vinda de Wesley).

Obviamente, alguém poderia alegar que o Michel rende mais como meia direita (não discordo), apenas estou avaliando o elenco como um todo, não uma peça específica. Por isso, acredito que este posicionamento pode nos garantir quatro vantagens: a) aproveitar o melhor de nossos laterais sem expor nossa defesa (com os laterais protegidos pela cobertura, a defesa não fica descoberta, reduzindo o índice de erros dos zagueiros); b) maior compactação e aproximação; e, c) Ganso não se sobrecarrega, pois dividirá a armação com os outros meias (Michel e Thiago, mais marcadores) e com os laterais que avançarão mais; e, d) com o aumento de jogadas pela linha de fundo, podemos escalar um ataque com Kardec (mais recuado) e Fabuloso (outrora Amoroso e Luisão ou Amoroso e Aloísio). E se um deles não puder jogar? Podemos escalar o Pato ou mesmo dar oportunidade para Cafu ou outros atletas.

Por outro lado, sem a subida dos laterais, precisaremos de um atacante que faça tal papel (o “famoso” atacante rápido, que joga pelas pontas), majorando uma folha já sobrecarregada.

Eis um esboço do time titular e reserva, nesse cenário:

————————– — Ceni/Denis/Renan ———————————-

Bruno/Auro — Tolói/R. Caio/Breno — Edson Silva/Tonhão —Carlinhos/Reinaldo

———————————  Souza/Denilson ———————————————

———— Thiago/Hudson ————————-  Michel /Álvaro Pereira ——-

——————————– Ganso/Boschilia/Maicon ——————————–

———– Kardec/Cafu /Ademilson ———– Fabuloso/Pato/Ewandro  ——–

 

Para reserva do Ganso, enquanto Daniel não recupera, podemos testar Boschilia (promessa), Maicon (tem até um bom passe), Michel ou Kardec (eventualmente). Nas demais posições, titulares e reservas se aproximam (não possuem a mesma qualidade, obviamente), aspecto que viabiliza dois times fortes ou reposições de bom nível (para alternância em jogos). Obviamente, um bom zagueiro será bem-vindo.

Se o adversário jogar com um único atacante (fortes retrancas), pode-se adiantar a linha de laterais para o meio campo, povoando a região e liberando os “meias” para um maior ataque (ou mesmo alternar com os laterais esse papel mais incisivo).

Apresento-lhes apenas mais uma forma de pensar o elenco, de enxergar o que temos para abandonarmos o desespero por contratação de jogador “caro” (seja aposta, seja fim de carreira) e, desta forma, observar algo muito claro para mim: temos um elenco muito bom (considerando o país e a América do Sul), bastando ser bem escalado e treinado (jogadas, triangulações e movimentação, especialmente pelas laterais). Assim, arrisco falar que já começamos como favorito em todos os campeonatos.

 

Mario Fortes