Senhores, hoje fomos cobrados intensamente pela carta de Aidar à Juca Kfouri. Não entrarei no mérito de como ela vazou e a condução dos fatos por parte dos que rodeiam Aidar hoje, mas esta é outra história. Uma carta como esta não pode vazar da forma que foi que foi em nome de um clube como o São Paulo FC.

Fiz a minha parte. Liguei para o São Paulo Futebol Clube, instituição, falei com a secretária do Aidar que me atendeu cordialmente e fui passado ao Gerente de Comunicação Marcos Roberto que falou longamente comigo por telefone e o qual faço questão de agradecer. Marcos me ligou, deu toda a atenção, falamos sobre diversas coisas das quais não posso abrir mas posso garantir que podemos ao menos pelo feeling que tive, acreditar que temos um cara fiel à Aidar, à gestão do clube atual, ao Douglas, VP de Comunicação e principalmente ao São Paulo FC.

Marcos me confirmou que a carta abaixo é realmente o documento redigido por Aidar em resposta ao Juca Kfouri que se negou a publicar e responder. Pois bem, CONFIRMAMOS a informação antes de nos manifestarmos de forma concreta e idônea e não com achismos. É considerada como o justo direito de resposta do presidente ao jornalista sem consultá-lo antes da publicação.

O Blog do São Paulo preza pela credibilidade, pela verdade e deu este direito à Aidar. O presidente vem se recusando a conversar com qualquer veículo e a justificativa é a de que está trabalhando enquanto outros querem brigar pelo poder e querem derrubar o São Paulo para o denegrir. Nossa posição não mudou.

Aidar não pode ser condenado ou acusado injustamente. Porém, sua gestão até aqui tem falhas cruéis, problemas complicados e nebulosos e nem de um lado ou outro, admitimos simples acusações e brigas por poder que visem o pessoal e nem o clube. Nós, queremos o bem do clube, nós estamos de olho.

Este Blog, na última 2a feira, informou do movimento orquestrado que há para derrubar Aidar em prol de Juvenal. Não concordamos com isso. Não concordamos com muitas das coisas que Aidar faz. E é isto, não visamos a pessoa, os homens e sim a instituição. Assim foi, assim é e assim SEMPRE será.

Quem quiser ler a respeito e também sobre esclarecimentos sobre Rafael Botelho, acusado de ser corintiano que denegria o São Paulo, sócio do Corinthians, aliado de Andres etc, está tudo lá. E continuaremos visando a idoneidade, imparcialidade e justiça.

De novo, agradecemos ao Marcos pela atenção, conversa franca e aberta com boa impressão e demonstração de amor ao clube e que os planos, foco em melhorar e otimizar o clube entre outros, vá à frente e sejamos melhores, voltemos a ser um clube modelo. Sempre e de novo, sempre em prol do São Paulo FC.

Confira a Carta na íntegra validada pela Marcos, Gerente de Comunicação:

S. Paulo, 20/01/2015.

Senhor jornalista Juca Kfouri,

Antes de qualquer coisa, lamento que tenha se negado a ouvir minha versão para os fatos sobre os quais escreveu em sua coluna do último dia 15. Aliás, me surpreendeu também que o tivesse feito sem nunca me procurar para checar as informações que passa para os seus leitores, nem todos corintianos como o senhor, mas também muitos são-paulinos, que, com isso, infelizmente ficaram desinformados. Preferiu, assim, a versão distorcida de gente que hoje se dedica exclusivamente a tentar manchar minha honra e a atacar a atual gestão do São Paulo Futebol Clube.

Ao escrever e publicar seu texto, o senhor tenta, também, atacar a minha reputação e minha honra, apenas baseado em suposições. É minha obrigação, meu compromisso e característica de minha personalidade ser transparente e honesto nas minhas atitudes pessoais e profissionais, mais ainda, agora, em que estou novamente na posição de dirigente esportivo e em vias de completar 70 anos de idade, em que erros desse tipo podem custar caro, já que a expectativa de vida para corrigi-los é, naturalmente, cada vez menor. 

Pensei que ouvir os dois lados da notícia fosse obrigação ética dos jornalistas. 

Mas vamos aos fatos:

1 – Em resumo, em seus primeiros parágrafos do texto, o senhor fala de uma suposta conspiração para assaltar os cofres do clube. Sugere que toda a minha pregação por uma solução para a trágica situação financeira que o São Paulo FC enfrenta nunca passou de encenação, com o objetivo de fechar negócio com a empresa BWA.

2 – A dívida bancária do São Paulo hoje é de R$ 160 milhões e pode quase dobrar em um ano por conta de seus custos financeiros elevados. Isto é fato! Inexorável! Facilmente constatável através da simples análise dos dados financeiros do Clube. Chamar a atenção para essa informação é minha obrigação. Aliás, transparência é um dos pilares desta minha administração. Meu objetivo ao expor a dívida não foi gerar “alarme” e sim convocar os dirigentes e Conselheiros para que juntos possamos encontrar uma solução. Como poderia esconder esses números? Isso sim seria incompatível com minha conduta. Esconder dos associados, e dos conselheiros, informações como essa era prática corriqueira na administração anterior. Não na minha! Seria correto com os nossos associados não informá-los, nem chamar a atenção para essa situação? Nem mais cabe a discussão sobre como e quando essa dívida surgiu. Meu dever maior agora é buscar alternativas para solucionar o problema. Mas por estar cumprindo meu papel, o senhor me acusa de ter ardilosamente tramado essa divulgação. Ora, se não informamos, falta transparência, se informamos, somos mal intencionados.

3 – A decisão de buscar ou não uma solução para essa dívida será tomada soberanamente pelo Conselho Deliberativo. Trata-se de providência de tal importância que precisa comprometer cada um dos que nos ajudam a gerir o clube. O Conselho pode decidir que as soluções apresentadas não são adequadas e não servem ao São Paulo FC. Ou, podem entender que será melhor termos novamente caixa para investir em melhorias no social e investimentos no futebol para nos trazer o São Paulo de volta ao caminho da vitória, do qual nos distanciamos nos últimos anos. Seja qual for a decisão, será tomada soberanamente pelo Conselho, faço questão de repetir.

4 – Quando aceitei ser candidato, tinham me dito das dificuldades, mas a situação precisa só me foi transmitida no meu primeiro dia de mandato pelo atual Vice Presidente Administrativo, Sr. Osvaldo Vieira de Abreu, homem de confiança, como também o era na gestão anterior. Ele mesmo já teve a oportunidade de confirmar isto na mídia, na presença de Diretores, também para Conselheiros em diversas ocasiões. Quero esclarecer que não há paradoxo na permanência do Sr. Osvaldo Abreu na minha gestão, como alguns insistem em insinuar. A situação financeira do Clube não é resultado da incapacidade do Diretor Financeiro. Ela é resultante de escolhas administrativas que não deram certo, especialmente no futebol. Não fosse pela capacidade profissional e experiência do Osvaldo, a situação poderia estar pior. E aqui saio veementemente em defesa do Sr. Osvaldo Abreu, homem íntegro, probo e que goza de prestígio e credibilidade junto aos sócios e conselheiros do São Paulo FC. Rechaço suas insinuações contra ele ou qualquer outro membro da diretoria.

5 – O senhor também cita a venda do jogador Lucas. Este é um bom assunto, mas sobre o qual o missivista prefere não especular. Por quê? 

6 – Pelo seu texto não é difícil depreender a enorme admiração que nutre pelo senhor Juvenal Juvêncio. Respeito-a. Mas com certeza o democrata jornalista, sempre tão sensível às causas sociais, faria melhor juízo se conversasse com funcionários do Morumbi para saber como eram tratados pelo ex-presidente (mais uma informação que só vim a descobrir depois de assumir a presidência), se tivesse me procurado, poderia conhecer contratos que estavam escondidos nas gavetas e que agora nos deixam boquiabertos pela desfaçatez. Mas permita-me rapidamente dizer que sobre esses desmandos que encontrei e estou sanando, não falarei, pois o único prejudicado será o São Paulo FC, que está acima de qualquer disputa pessoal. 

7 – Sim, logo que assumi contratei o jogador Alan Kardec. E não foi só: vieram também Michel Bastos e Kaká. Preste atenção nos nomes. Sobre isso também cabe alguma acusação? Não parecem ao jornalista que essas contratações nada se assemelham com as de Cortez, Lúcio, Cañete, Pabón, Clemente Rodriguez e outros? E que esses e outros atletas que não atuam no elenco do São Paulo FC custam aos cofres do clube cerca de 22,8 milhões de reais ao ano em salários!!! Isso é mais um dos fatos que nos leva à situação de penúria financeira que estamos.

8 – Com a responsabilidade de quem preside um dos maiores clube do mundo, e sendo avalista da dívida, tenho procurado alternativas para resolver a questão, bem como solucionar o problema do nosso fluxo de caixa (relação receita/despesa). No caso da dívida, estudo com a minha diretoria, alternativas e inclusive a possibilidade de ceder a receita da bilheteria em troca de eliminação imediata do passivo bancário (principal, juros e amortização). A princípio, esta última, parece ser uma saída interessante, pois o custo financeiro mais a amortização anual da dívida são superiores a 92,4 milhões de reais (sendo 32,4 milhões de reais só de juros) e a média anual histórica da receita de bilheteria é de aproximadamente 22 milhões (em 2014 a receita com bilheteria foi 19,0 milhões de reais).

Note que, tudo isso ainda está na fase de estudos. Não há, REPITO, NÃO HÁ qualquer acordo firmado, muito menos assinado com qualquer fundo ou empresa nesse sentido. De fato, o que há é a contratação de uma nova empresa para prestar serviços de catraca e bilheteria, firmada no final do ano passado, a Ingresso Fácil Pré-Venda e Venda de Ingressos Ltda., em decorrência do encerramento do contrato que o São Paulo Futebol Clube mantinha com a empresa Total Acesso. 

No que tange à dívida, qualquer proposta que envolva cessão de receita será submetida à aprovação da Diretoria, e principalmente do Conselho Deliberativo, conforme preconiza o nosso estatuto. Aliás, vale destacar que a cessão de receitas para a obtenção de recursos não é uma medida inédita no São Paulo Futebol Clube, uma vez que no início do ano passado foi firmado contrato deste tipo com fundo de investimento que nos antecipou (a juros, é claro!) valores de cotas de televisão. Portanto, também no que concerne à dívida, não há trama diabólica premeditada. A diferença de lá para cá é que aquela negociação e depois celebração de contrato foram feitas sem divulgação alguma e sequer foi submetido ao Conselho Deliberativo.

9 – Outro erro que poderia ter sido evitado na sua reportagem: ainda que se (e somente se) o São Paulo Futebol Clube aceitar proposta nesse sentido (e não Legardè, como o senhor afirma) NÃO haverá o pagamento de comissão a quem quer que seja. Isso nunca foi sequer cogitado. 

10 – Ainda sobre suas insinuações a respeito de comissões à empresa da Sra. Cinira Maturana, embora eu entenda que todos os esclarecimentos sobre o assunto já tenham sido feitos, o senhor ainda não os entendeu. Não há problema, esclareço e os repito: o São Paulo Futebol Clube pagará, como sempre pagou, comissões para todos aqueles que trouxerem negócios que sejam bons para o Clube, principalmente sabendo-se da nossa delicada situação financeira. Essa é praxe de qualquer intermediação de negócios. Mas ela não beneficiará a referida senhora. Em maio do ano passado, o São Paulo Futebol Clube firmou contrato com a empresa dela, objetivando a captação de novos negócios. Entretanto, nenhuma comissão será ou foi paga àquela empresa, pois, a pedido dela e com a concordância do São Paulo Futebol Clube, o contrato firmado em maio do ano passado foi distratado no início de janeiro deste ano.

11 – A respeito das suas insinuações sobre o contrato com a Puma, vale lembra-lo: a) os documentos que provam nossas afirmações já foram publicados por pelo menos dois veículos de comunicação: o Diário de S. Paulo e o portal noticioso em que o senhor trabalha, o UOL; b) o não fechamento do negócio acabou gerando demissões na empresa alemã e essas providências só são tomadas quando alguém comete erro grave; c) as divergências entre São Paulo FC e Puma serão resolvidas em juízo, em ação proposta por nós. 

12 – Finalmente, cabe informá-lo que, para enfrentar o problema do fluxo de caixa, bem como a modernização da gestão (compromisso assumido em campanha) o São Paulo FC contratou o Instituto Áquila, que tem feito um trabalho primoroso (reconhecido pelos Diretores) para preparar o futuro do Clube. A partir deste ano, o São Paulo Futebol Clube trabalhará com metas objetivas para aumento das receitas, redução de despesas, desempenho esportivo e qualificação do quadro de colaboradores.

13 – E para sanar toda e qualquer dúvida sobre a lisura dessa gestão, estamos assinando contrato com empresa ilibada, de reputação internacional, conhecida como uma das “big five”, para que promova rigorosa auditoria sobre nossos balanços e contratos.

Eram esses os esclarecimentos que gostaria de ter feito e que, entendo, tinha o direito de ter feito antes da publicação da sua reportagem. Chega de polêmicas desmedidas, inverídicas, manipuladas e alimentadas por aqueles resistentes à mudança e que sofrem de abstinência de poder.

Não tenho disposição, idade ou desvio de caráter que me permitam participar de tramas diabólicas, novelas, filmes ou estórias. Não! Absolutamente NÃO!

Tenho certeza que a esperada credibilidade do jornalista o fará publicar minha resposta na íntegra. É o que espero. 

Carlos Miguel C. Aidar 

Observação: Sr. Juca Kfouri, o também jornalista André Kfouri, por sinal seu filho, dentro da melhor técnica jornalística, publicou matéria alusiva à minha filha, não sem antes, porém, ouvir-me e, na matéria, fazer menção ao meu posicionamento.

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