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07/01 a 13/01

As opiniões deste colunista a respeito da semana que passou.

Dudu – A novela mais chata do ano acabou. Nem Itaquera, nem Morumbi e muito menos em Kiev, o ‘Cristiano Ronaldo brasileiro’ (SQN) vai jogar é na Barra Funda. Ao SCCP, riam, faltou dinheiro. Ao Tricolor, faltou o culhão de Dudu, para peitar a pressão de seus agentes e encarar o desafio de converter a torcida contrária a sua vinda. Jogador sem brio é melhor passar longe mesmo.

Embora muita gente venha querendo pregar o contrário depois de sua contratação ter melado, Dudu é bom jogador sim. Não é craque, nem jogador de seleção, mas trata-se de um meia-atacante jovem, habilidoso e que ajuda na marcação. Em um mercado tão escasso de nomes, entende-se a procura demasiada pelo jogador.

Não devemos culpar a diretoria. Fez o que lhe cabia: negociar com os ucranianos, vencer a concorrência com o arquirrival e oferecer o salário cabível a um jogador do nível de Dudu. Ouso até dizer que, se não tivesse dado declarações indevidas, o meia teria acertado com o Tricolor. Mas, feita a besteira, fez o possível para melar a transação. Aí veio o Paulo Nobre, que parece pautar suas ações muito mais baseadas no ego do que na análise técnica. Mas isso é problema deles….

Opções para o ataque –  Se defendo a postura da diretoria na negociação por Dudu, o mesmo não vai ocorrer se não trouxerem outro jogador para a posição. Teoricamente, se tinham mais de R$ 10 milhões para contratar o ex-meia gremista, com a desistência do negócio, há dinheiro em caixa. É preciso ter criatividade e agilidade, pois 2015 já começou.

Sem o corintiano da SEP, e sem Wellington Nem, as opções são ainda mais escassas.

Taison, do Shakhtar Donetsk, tem variado entre a titularidade e a reserva no time ucraniano. Nesta primeira metade da temporada, foram 2 gols marcados em 20 jogos. Na temporada 2013/14, foram 4 gols em 32 jogos. Números modestos, que poderiam facilitar sua liberação. Neste fim de ano, ouvi entrevistas do jogador, ora dizendo que não voltaria ao Brasil agora, ora afirmando que seria uma boa possibilidade. Não era o caso de tentar uma conversa com os ucranianos?

Bernard, a criança de 1,20 metros da última Copa do Mundo, é companheiro de Taison no Shakhtar. Desde que chegou a Europa, em julho de 2013, foram 43 jogos e apenas 5 gols. Mas lembremos que foi super importante na campanha do Atlético MG há 2 anos.

Também do Shakhtar surgem pelo menos mais 2 opções: Douglas Costa e Alex Teixeira. Ambos foram para Ucrânia muito jovens, mas já com boas carreiras nas categorias de base no currículo. Os dois são titulares atualmente, o que pode dificultar negócio. O ex-gremista traz números mais modestos do que o ex-atacante do Vasco, mas mesmo assim desperta interesse de clubes maiores na europa, tendo quase sido negociado no meio do ano. Em ambos os casos, a opção viável seria o empréstimo.

Erik fez um bom campeonato pelo Goiás.  Mas apesar da velocidade, não sei se é exatamente um preparador de jogadas para servir Luis Fabiano, Alan Kardec, ou qualquer outro centroavante. De qualquer forma, está valorizado, e se viesse, teria que ser em uma negociação do tipo que trouxe Rafael Toloi ao Morumbi. Na época de sua vinda, o São Paulo estava desesperado por um zagueiro, e aceitou pagar R$ 4 milhões por apenas 25% do jogador. Se o Goiás aceitasse uma negociação fracionada, o negócio seria viável, mas é preciso se lembrar que os cofres do time goiano já foi contemplado pelo dinheiro de Thiago Mendes, o que deve diminuir a necessidade de venda de outro jogador. Negociação difícil.

Thiago Neves é do tipo soneca e flerta com o ‘chinelismo’. Mas quando quer, joga muita bola. Não é exatamente o tal jogador de velocidade, ganha alto salário e viria com o velho problema da readaptação ao futebol pós-mundo árabe. Mas na falta de opções…

Eduardo Vargas. O protagonista da penúltima novela chata do futebol brasileiro é titular do Queens Park Rangers, mas não anda em boa fase. Tem clara dificuldade de se firmar na Europa, o que poderia facilitar. Salários ingleses são sempre difíceis de se competir, mas quem sabe o jogador não queira experimentar um time grande?

Dagoberto? Obrigado por tudo, mas não.

Santos Black Friday – Se é para falar de retorno, que tal Thiago Ribeiro? Todos que apostaram em um desmanche no Fluminense estavam errados. A liquidação de jogadores está ocorrendo no litoral paulista. Segundo informações do Lance!, Thiago Ribeiro, que foi campeão mundial em 2005 e brasileiro em 2006, vai acionar o time de Vila Belmiro na Justiça. Está longe de ser minha opção favorita, ainda mais por conta do grande número de contusões que sofre, mas diante da falta de possibilidades.

E o time do litoral tem ainda outras boas opções. Se Lucas Lima disse que quer ficar, vai lá Aidar, atrás do Geuvânio! A liquidação é por tempo limitado…

Dario Conca – A Unimed saiu, e todos cravaram o desmanche no Fluminense. No bom elenco do time carioca, Dario Conca se tornou o maior alvo dos grandes clubes brasileiros nesta janela de transferências. Todo mundo contratou Conca. Só se esqueceram de conversar com o Fluminense e com, adivinhem, Dario Conca.

É tão verdade que o Fluminense está sem dinheiro quanto é verdade que eles não precisam de dinheiro para manter o meia argentino. Conca é jogador do clube carioca, com quem tem contrato de mais 2 anos. Contrato de multa salgada. Conforme diz a imprensa, o Flu paga um terço dos R$ 750 mil do salário de Conca, que é ídolo nas Laranjeiras. Então alguém me explica: a troco de que o Fluminense se livraria de seu camisa 10, um dos melhores jogadores do país, ídolo, e com o qual gasta ‘apenas’ R$ 250 mil mensais? Para a Unimed, é óbvio, qualquer clube que lhe ajude a diminuir seu gasto com o atleta é bem vindo. Mas quem tem o martelo na mão é o Flu. Então, encerremos as especulações sobre esse jogador.

Uma novela criada pela imprensa, comprada pelos torcedores, mas que de fato, nunca existiu.

Zaga – Muricy decretou: se for para trazer zagueiro mais ou menos, fiquemos com os que estão por aqui mesmo. Assino embaixo.

Aí, três dias depois, surge a informação de que o Tricolor teria interesse em Paulo André, ex-SCCP.

Socorro!

 E pensar que o Réver, que se acerta com o Inter, foi descartado…

 Carro batido – Sou um cara otimista, mas vai ser difícil alguém me convencer de que a diretoria do São Paulo sabia que Daniel, nosso novo ‘reforço’, teria que passar por uma cirurgia antes de estrear pelo Tricolor. São duas as opções: ou a comissão técnica foi incapaz de detectar a seriedade da lesão, coisa que nosso vizinho de CT conseguiu; ou apostaram alto em um jogador que só estará apto no segundo semestre. Será que valia a espera? Ou será mais uma episódio de inocência da direção?

Laterais dos sonhos – Cicinho disse novamente que gostaria de voltar. Depois de sua segunda passagem no Morumbi, a qual confessa não ter se dedicado como deveria, Cicinho passou com destaque pelo Sport e virou rei das assistências na Turquia. Jogador de brio, que na minha opinião, com a cabeça no lugar, viraria o melhor do Brasil com um pé nas costas.

A outra opção do mercado é Daniel Alves. Em fase não muito boa, tem contrato a se encerrar no meio do ano com o Barcelona, o que significa que já pode assinar pré-contrato com qualquer clube. E é são-paulino de coração.

Dois laterais experientes e de qualidade. E lá vamos nós começar (de novo) o ano com uma incógnita na direita.

Copa São Paulo de Futebol Jr. – Não temos a melhor safra dos últimos anos no sub-20, e mesmo assim terminamos a primeira fase da Copinha com a 4ª melhor campanha. Os dois melhores jogadores, na minha opinião, são o volante Gustavo Hebling e o atacante Inácio, apesar dos bons jogos do nosso artilheiro João Paulo. Gustavo Hebling, o Pira, passa o tempo inteiro buscando lançamentos e inversões de jogo e defensivamente se assemelha com Rodrigo Caio. Inácio me lembra muito o Adriano Imperador no começo de carreira. Sabe usar a força, tem um bom chute e, a exemplo de Adriano, também começou na lateral-esquerda antes de se tornar atacante.

Outra coisa que sempre me chama atenção na Copinha é perceber como o São Paulo gasta dinheiro em contratações desnecessárias. E não me refiro nem a jogadores que não atuam, como Caramelo, Clemente Rodriguez e Roni, por exemplo. Estes, está óbvio que gastamos a toa. Me refiro a jogadores medianos, que costumam jogar no time principal. No elenco atual, cito exemplos como Renan Ribeiro, Paulo Miranda, Antônio Carlos e Reinaldo. Será que é preciso ir buscar fora do clube jogadores tão medianos, zagueiros rebatedores, para serem 3ª ou 4ª opção, e jogar 10 ou 15 vezes por ano? Se Cotia não servir para formar 3º goleiro, 5º zagueiro ou 3º lateral, é melhor fechar o CT.

Sorteio dirigido –Para encerrar o assunto Copa São Paulo hoje, uma nota a respeito do sorteio para definição dos grupos e cidades do torneio. Eu morei 6 anos no interior de São Paulo, e desde sempre percebi que algumas cidades costumam receber mais os times grandes paulistas do que outras.

Para não ficar no campo da especulação, fiz um levantamento a respeito das últimas 5 edições, e comprovei o fato. De 2011 para cá, os municípios de São Carlos e Jaguariúna foram sedes de grupos com um grande paulista por 3 vezes; Limeira foi 4; e Barueri recebeu um gigante em todas as 5 edições.

Caso a justificativa fosse estádios mais aptos a receberem maiores públicos, até poderíamos considerar tal direcionamento. Mas não é o caso. Presidente Prudente, Itu e São José do Rio Preto tem melhor infraestrutura do que Jaguariúna e São Carlos, por exemplo.

Sorteio dirigido não pode, Sr. Marco Polo Del Nero. Algo me diz que tem gente recebendo benefício de prefeitura por aí…

Galinha na área – Nosso novo diretor de Relações Internacionais, segundo informações da mídia, torce para o SCCP. Rafael Botelho foi nomeado na semana passada por Carlos Miguel Aidar.

Falando-se exclusivamente do setor de futebol, acho um pouco utópico se pensar em uma equipe formada apenas por são-paulinos. Entre jogadores, técnico e comissão, é impossível se fazer um time de qualidade sem contar com exs-jogadores com história e carinho por outras agremiações.

Agora, para setor administrativo, a ideia torna-se menos inviável. Principalmente porque trata-se de áreas com muito maior oferta de profissionais no mercado.

No caso de Botelho, o caso é ainda mais grave. As noticias sobre o assunto não falam de um torcedor do SCCP, mas sim de um torcedor do SCCP que costuma fazer graça e desrespeitar o Tricolor mais querido. Mais um tiro no pé de Carlos Miguel Aidar…

Olheiros – Uma questão levantada na semana passada pelo Sombra, do Estádio 97, mas que sinceramente eu já tinha pensado: porque os dirigentes brasileiros só se interessam por jogadores sulamericanos depois de uma ou duas partidas feitas contra um time daqui? Por exemplo, porque o São Paulo só foi atrás do lateral Ivan Piris depois das duas partidas que ele fez contra o Santos na semifinal da Libertadores de 2011, ou porque só cogitaram o meia Cardenas, do Nacional de Medellin, após a semifinal da última Sulamericana?

Com a falta de talentos por aqui, o São Paulo precisa aprender a olhar melhor o mercado sulamericano, como fazem os times gaúchos, por exemplo. Um monitoramento mais amplo e constante, que diminua a margem de erros e evite contratações do tipo Rondon, Adrian Gonzalez, Pabon e do próprio Piris.

Não se pode gastar dinheiro com jogadores por causa de um ou dois jogos bons. É preciso estar atento sempre, para saber quem de fato tem qualidade para jogar no Brasil. Lugano, Conca, Aranguiz e tantos outros, eram desconhecidos por aqui quando contratados. E deram certo. Fruto de observação.

Fosse eu o presidente, destacava um olheiro para atuar em toda a América do Sul, em tempo integral, rodando por Chile, Argentina, Uruguai e etc. Quem sabe até com uma comissão a cada bom nome indicado.

E vou mais longe: um outro mercado a ser explorado é o africano. De lá surgem Eto´os, Drogbas e Tourés que, a preço de banana, chegam para brilhar na Europa. Mais um olheiro lá, e certamente descobriremos craques.

Criatividade de gestão, que tanto falta ao futebol brasileiro.

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Wagner Moribe

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