Caro Papai CMA,

Sempre fui uma torcedora contente com o clube pelo qual escolheu torcer. Aliás, nasci em berço Tricolor. Não que isso me faça melhor ou maior que qualquer um que também ame este time. Mas desde bem pequena, aprendi a amar e respeitar o São Paulo Futebol Clube.

Se o sr. voltar no tempo, lembrará o quanto já defendi o clube com unhas e dentes, de falácias de torcedores rivais invejosos. Fossem eles palmeirenses, corinthianos, santistas….não importava quem fosse. Até por que nosso clube sempre foi referência, motivo de ódio e inveja de co-irmãos.

Não me lembro muito de sua primeira administração, mas dada a época, lembro o quanto nosso time nos dava orgulho. Menudos do Morumbi, títulos….foi uma época gloriosa, de encher os olhos e seu pai, Sr. Henri Aidar de orgulho.

O tempo passou, mais glórias vieram, veio o topo do mundo…uma, duas, três vezes! Veio o Hexa Brasileiro, incontestável e único. E aí, congelamos. Um título da Sulamericana em 2012 nos encheu de esperança mas parou-se por aí. Veio, em meio de tudo isso, o golpe, o terceiro mandato. O tapa no estatuto….aliás, o sr. lembra que mesmo em meio ao caos sempre procurei olhar o lado bom de tudo, respeitando seu tutor e criador. Nem preciso dizer quem ele é, certo?

Pois bem, passaram-se mais 2 anos e vieram as eleições presidenciais no SPFC. E todas as esperanças tricolores foram depositadas no sr. , que é cria daquele que amou tanto nosso Tricolor e que por amar demais, se perdeu. E foi traído pelo sr.

7 meses se passaram , que mais parecem 7 anos, tamanha a intensidade de todos os acontecimentos. Cutucada em rival, contratações bombásticas, família empregada no clube, mais TV e holofotes….

Não posso reclamar de tudo. Afinal , sob sua gestão, terminamos o ano em segundo lugar no Brasileirão, com vaga na fase de grupos da Libertadores, com um patrocínio esportivo excelente e contratações na medida das necessidades. Porém, é pouco. Principalmente se lembrarmos o quanto o sr. tem exposto nosso clube aos midiáticos, aos rivais…o sr. praticamente tem nos colocados nas páginas policiais dos jornais. Sempre que leio uma notícia sobre o Mais Querido, sinto-me folheando as páginas no extinto Notícias Populares.

Um clube que sempre primou pela discrição, estratégia e segurança hoje está aí, jogado aos abutres.

Então, sr. Aidar, eu, que nunca peço nada no que se refere ao Tricolor, vou lhe pedir algo que penso ser o mínimo para quem se dispõe a ser o mandatário mor de um clube de futebol. Não pedirei reforços, não pedirei reforma no estádio, não pedirei títulos. Não que eu não os queira. Claro que ficarei feliz caso um dos itens citados venham. Porém, há algo que julgo ser primordial e está faltando ser feito através de sua pessoa: RESPEITO.

Respeite esse clube, respeite nossas cores, respeite aquele que é base de vossa família tal como é da minha e de muitos que lerão este texto.

Tendo isso, com certeza, já me considerarei grata e muito mais feliz. Do jeito que está, não dá!

Por: Kátia Firmino