Este texto faz parte do Especial de Natal do Blog do São Paulo. Todos os dias publicaremos cartas redigidas por nossos admins e colaboradores direcionadas ao SPFC e ao presidente Aidar. 

Apreciem, curtam e reflitam.

 

Blog do São Paulo

Colocadas próximas à lareira, naquele estilo dos filmes cheios de neve, presépios e corais natalinos a la Gremlins nas portas dos vizinhos, elas continham alguns pedidos para o Papai Noel sem barba, e de óculos exótico, que assumira a importante missão de presentear aqueles milhões de seres semelhantes a nós, aqui do Blog do São Paulo.

Eram pedidos possíveis, quase iguais àquele feito numa época um pouco mais sombria, em que o mais puro desejo era ganhar um pé direito do Kichute no mínimo 2 números menor, para não sair voando sempre na hora da bicuda e não precisar amarrar aqueles longos cadarços na canela…

…se bem que ficava ‘dahora’…  O menino ‘monolancha’ de cabelo tigela…

A lareira, que podemos chamar de janela para a esburacada rua 2 andares lá embaixo, cheia de neblina (também conhecida como neve, se for o caso) entoava para os pouquíssimos transeuntes noturnos o som dos corais floydianos, com seu mais novo Endless River, talvez nem de longe lembrando o filme ícone dos bichinhos que não podiam comer após a meia noite.

Mas era assim, como é agora, junto ao digitar dessas tão limitadas palavras, que os pedidos se encaixavam nas velhas meias, também conhecidas como imaginação.

Ora… o escrever de cartas também se apresenta como imaginar.

Foi uma vez que me contaram de um menino que não escrevia cartas, mas sempre pedia as coisas. E todos eram ‘Papais Noéis’. O menino não sabia ler, tampouco escrever, porém, nada disso o impedia de traduzir os passos das pessoas no giro do mundo. Sabia o que estava escrito em alguns dos olhares que não o viam, mesmo quando voltados em sua direção.

Alguns de seus pedidos eram atendidos prontamente. Outros surgiam como surpresas, porque sequer haviam sido desejados daquele jeito, mas sempre eram bem vindos. Todavia, existiam aqueles ‘presentes’ que não passavam de simples receptação de algo que ninguém mais quer.

Esse menino chamava de mãe a lua que abençoava seus sonhos e de pai o Sol que o fazia levantar logo cedo para enfrentar os barulhos dos carros voando e das almas suplicando menos velocidade no passar dos minutos dos trajetos para onde quer que fosse.

Nas suas cartas, também os pedidos de paz para os corações de todos ao redor.

E são pedidos de paz que recheiam as tais meias tricolores pro Papai Noel Aidar. De um modo específico, a certeza de que essa paz se traduz num título, numa conquista, numa conclusão vitoriosa de campeonato.

A convicção de que isso não é pedir demais é embasada na consciência de que, como possuidor do comando da Sagrada Entidade, Aidar tem poderes suficientes o bastante para fazer surgir na extensa galeria um troféu a mais.

De modo que um simples ‘paulistinha’ será grande o suficiente para colocar sorrisos orgulhosos nas faces tricolores. Sorrisos daqueles do tipo que anda bem escasso ultimamente. Sorrisos dos de título e troféu com o Capitão erguendo a taça, os fogos, os gritos eufóricos e aquele semblante vitorioso que sempre foi sinônimo de São Paulo Futebol Clube.

Sinceramente, não vejo como um equívoco fazer tal pedido para o presidente que controla o trenó, por mais que exista quem diga que pilota um Boeing.

Ser o Papai Noel Aidar é ter plena capacidade de deixar na chaminé uma taça a mais. Guiar o trenó Tricolor corretamente, pelos melhores caminhos, com a melhor força motriz, sendo ela bem trabalhada, coordenada, administrada, de forma consciente, convicta e objetiva, séria e correta.

“Querido Papai Noel Aidar,

neste Natal, eu, torcedor são-paulino, de alma eterna de criança, quero um título no ano que se anuncia como especial, devido suas singularidades de despedida de heróis e grande projeção de futuro em razão das possibilidades plenas de sucesso.

Desejo uma taça (ou mais, porque como forte fluxo, resultados ainda melhores tendem a acontecer por osmose) em nossa já vasta galeria. Tal presente terá grande importância, pois fará ressurgir aquela tão conhecida mística Tricolor de sempre estar assumindo as rédeas do futebol nacional.

Deixe nas meias Tricolores mais um troféu, marque seu triunfo como nosso e seja ainda mais querido e adorado pelos torcedores são-paulinos.

Obrigado.”

 

A todos, um Feliz Natal e um mais que próspero Ano Novo!

 

Ronnie Mancuzo – Sub