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Um raro ano.

Sem conquistas em campo.

Repleto de simbolismos.

Ano de fim.

Ano de começo.

Quem poderia imaginar que a estreia daquele ano marcaria o fim de uma era.

Em 27 de janeiro o Tricolor entrou em campo para enfrentar o Rio Branco de Americana.

A partida era válida pelo Campeonato Paulista.

Em campo, um chocho empate por 1 gol.

O gol de empate foi marcado pelo atacante Guilherme, aos 37 minutos do segundo tempo.

O último visto por Telê como técnico do Mais Querido.

Dias depois, durante um exame rotineiro, ele sofreu uma isquemia cerebral.

Telê nunca mais foi o mesmo.

O São Paulo também não.

O futebol brasileiro, nem se fala.

Quatro dias depois, Muricy Ramalho assumiria oficialmente, ainda como interino, o cargo de técnico.

Em 31 de janeiro, no campo do Nacional de São Paulo, na goleada por 3 a 0 frente o XV de Jaú.

Ficou no cargo até julho.

Se despediu com um título.

Conquistando a Copa dos Campeões Mundiais, torneio organizado pelo SBT.

A vitória por 2 a 1 frente o Flamengo, não foi o suficiente.

Muricy tinha o carimbo de interino.

Fracassara no Estadual e na Copa do Brasil.

Para o Campeonato Brasileiro foi contratado Carlos Alberto Parreira.

O clima era de enorme expectativa.

O nosso terceiro técnico em 7 meses.

O começo foi bem no estilo Parreira.

Altos e baixos.

Até que alguns atletas resolveram achar que o Mais Querido era um time de várzea, daqueles que costumam se juntar à beira dos rios de grandes cidades.

Em situação claramente orquestrada e muito divulgada na época, coisas estranhas começaram a acontecer.

Cenas explícitas de corpo mole.

Em uma partida frente ao Atlético Paranaense no Morumbi, por exemplo, vencíamos com certa tranquilidade, por 3 a 1.

Em 8 minutos sofremos 2 gols.

Outras derrotas para equipes de nível bem inferior ao nosso: Palmeiras, Sport, Vitória e Guarani.

A situação ficou insustentável.

Parreira caiu.

Em 3 de novembro, Muricy Ramalho reestreou no comando técnico com uma vitória de 5 a 3 frente ao Criciúma.

Não mais como interino.

A reabilitação no Campeonato Brasileiro aconteceu.

Mas a classificação já estava comprometida.

Fomos eliminados ainda na Primeira Fase após empatar com o Paraná por 1 a 1 em Curitiba, na última partida de Zetti como goleiro tricolor.

Muller também jamais voltaria a vestir a nossa camisa.

Para terminar o ano, foi marcado um jogo amistoso frente o Colo Colo, na capital chilena, Santiago.

Dia 3 de dezembro de 1996.

Um dia marcante para a história do futebol mundial.

No gol, enfim assumiria a vaga de titular da equipe, o Mito, Rogério Ceni, na época, apenas um goleiro.

Coube a Muricy com um simples ato deixar claro que aquele momento seria único.

Ainda no vestiário, escreveu o nome de Rogério em uma lousa para indicar quem bateria as cobranças de falta.

O São Paulo jamais foi o mesmo

O futebol brasileiro também não.

A história do futebol mundial ganhava um novo capítulo.

O começo de uma nova era.

 

Por: José Renato Sátiro Santiago