Aidar, um presidente com o sentimento de torcedor. Olha, sou honesto em afirmar que o presidente do Tricolor subiu muito no meu conceito após as informações que obtive sobre as reações de Aidar depois dos jogos de quarta e domingo. A apatia, o abatimento e a tristeza que acometeram o mandatário após a eliminação, foram uma mostra de que o coração dele sofre como o nosso e o desejo, a ânsia de nunca mais sentir o ruim sabor da derrota é latente. Isto para mim é crucial para que ele sentindo como torcedor, entenda nossas agruras e lute por melhoria, por crescimento e pelas taças.

A fúria e indignação que ficou após a palhaçada que Ceni fez ontem, irritou tanto Aidar que ele disparou palavrões inconformado. A Ataíde direcionou que o recado ao goleiro seja dado: “Nunca mais quer ver isto se repetir”. É isso mesmo, Aidar.  Ninguém é dono do SPFC. Nem ele, nem você, nem Juvenal e nem ninguém. É dos são-paulinos todos e não admitimos que brinquem com o São Paulo FC.

Renovação de Ceni e permanência de Muricy definidas. Depois de reunião após a eliminação, Aidar sentou com Ataíde e Rubens Moreno, diretor de futebol e definiram o primeiro passo: Muricy ficaria para a continuidade do trabalho. Definida a permanência do treinador, o primeiro pedido de Muricy foi a permanência de Ceni. Redigiram um contrato até Agosto com renovação automática até 31 de Dezembro de 2015 se assim desejarem com as mesmas condições do contrato atual. Foi rápido. Ceni recebeu e assinou e na manhã de 6ª feira, foi efetuado o anúncio.

“Foi a renovação mais fácil da minha carreira como presidente. O importante é que ele vai continuar conosco por muito tempo. Não havia nenhum motivo para ele não continuar. O Rogério vive grande fase técnica”.

Aidar fraquejou. Após ouvir de Muricy na reunião que tem certeza que faltam pequenos ajustes no time para uma temporada incrível, Aidar cobrou seriamente resultados concretos. Foi convencido de que com investimentos corretos, Muricy tendo Ceni ao seu lado no comando do time, conseguiria disputar realmente a Libertadores de 2015.

Fato é que Aidar fraquejou. Teve que adiar seus planos de renovação e oxigenação do São Paulo. Agora, terá que aguardar até a saída de Ceni e provavelmente de Muricy que deve se aposentar em caso de queda na Libertadores e em caso de resultado positivo, até o final do ano. Muricy também é obcecado por conquistar a taça pelo São Paulo pois sente que deve isto à torcida.

Aidar se submeteu à vontade de Muricy e Ceni mesmo não querendo a permanência. Agora, sofrerá as consequências de ter dois sub presidentes do clube no futebol e terá que aguentar a coisas como Muricy cobrando publicamente reforços, plantel e agilidade no planejamento mesmo ele participando das reuniões. Se algo der errado, Muricy não pensará duas vezes em dizer que não teve time e Aidar pagará caro por não agir já com o treinador e colocar limites em Ceni.

Lamentavelmente, o São Paulo virou refém da vontade de ambos. Espero que o futebol e o resultado falem mais alto pois até aqui, quem vem sendo priorizado são os homens e não a instituição. Como não quer tomar atitudes impopulares e que geram um massacre dele na mídia, internamente e com a torcida, ele recuou. Acorda, Aidar. Tudo tem limite e o que importa é o São Paulo. E a atitude dele após a falha de Ceni me fazer ter fé nele e esperança em suas decisões em 2015 para que o SPFC seja prioridade sempre.

O blá blá blá acabou.  Qual o planejamento de 2015? Definidos Muricy e Ceni, agora faltam as peças chaves do quebra cabeça. Depois de 7 meses de reclamação, de faxina, de alterações, planos, entrevistas com projeções de futuro e tentativas de mudar o São Paulo, Aidar teve aprovação da torcida, mídia e muita repercussão. Aidar afirmou categoricamente que mudará o São Paulo e que tudo de errado será corrigido. Quando questionado sobre jogadores, plantel e planejamento, ele afirmou que não era o responsável e que fosse cobrado por 2015. Eu concordo em partes mas agora não tem mais desculpa. Agora não tem mais blá blá blá, precisa fazer, mostrar a que veio.

O que espero de Aidar agora é a mesma vitalidade e desejo de remontar o plantel que teve na década de 80 e que está alinhado com o que ele nos promete e brada em todas as entrevistas. Agora é hora de colocar o olhar sobre este desbalanceado plantel e começar a mexer nas peças. Vamos apostar na base mesmo ou vamos trazer medalhões? Vamos repor peças à altura ou vamos perder Kaká e ficar com o mesmo time? A filosofia dele está boa? Como agirá com Muricy cobrando reforços agora? O que será feito de gente que não merece vestir nossa camisa como Paulo Miranda, por exemplo?

Ok, a antiga gestão deixou um legado horrível. Agora, está nas mãos dele mudar. Tivemos 7 meses e até começar 2015, serão 8 meses. A Libertadores está aí. O patrocinador master idem, Under Armour a um passo. Só com a saída de Kaká, o fim de contrato de Lúcio, Fabrício e outros que tínhamos resquícios, já é uma economia mensal de R$ 1 milhão por mês. É muita grana. Alie aos patrocinadores, vendas que DEVEM ser feitas e pronto. Já é um baita começo.

Ah, não é fácil alguns dizem. Claro que não! Mas escolheu ser presidente do São Paulo FC, então é isto mesmo. Muito é falado, muito foi dito. Agora é hora de mostrar. Ações foram tomadas e as consequências precisam surgir em forma de resultados. É hora do fazer e cessar o falar. Agora é hora de prosseguir, melhorar e fazer mais para as taças serem realmente nossas. Como? Vamos a alguns pontos claros na mente de qualquer torcedor Tricolor:

Planejamento lento. Muricy detonou o planejamento andando devagar. Os nomes que ele deu foram trucidados na imprensa por Ataíde. Mesmo havendo reuniões com todos os envolvidos, Muricy entendeu como afronta esculachar os nomes como Edu Dracena e Leandro Euzébio que ele havia pedido. Criticou que estão lentos na negociação de outros nomes e que se querem algo melhor, tem que ir pra cima, ir com tudo para fechar e trazer logo como foi com Kardec. Ataíde respondeu dizendo que conversaria com Muricy e numa reunião após a renovação de Ceni, Ataíde e Muricy conversaram a respeito a sós e o resultado da conversa não foi ruim já que os dois saíram rindo.

Aidar se defende: “”Quando digo que o São Paulo não ganhou títulos é preciso encontrar coisas boas. O time foi incrível no segundo semestre, lutou com todas as suas forças no Brasileiro e na Sul-Americana. As peças que trouxemos (Kardec, Kaká e Michel Bastos) mudaram o time”. Ambiente. “Em termos de ambiente, posso dizer que nunca vi um como esse. Todos estão com a mesma pegada. O time será reforçado, não só com reforços de expressão, mas com peças que representem crescimento”.

OBS: Outro motivo que incomodou profundamente Muricy e que poucos deram conta é o fato de que os métodos do treinador foram questionados. A forma “meio período” de trabalho incomoda Aidar que deu indiretas na mídia que técnicos brasileiros são ultrapassados e que não existem mais técnicos como antes e deu exemplos como Cilinho e Telê que doavam-se ao clube, focavam o clube o tempo todo e hoje atuam em meio período, vão pra casa e voltam no outro dia como um emprego qualquer. Tanto é que Aidar sonhava com Sampaoli e seu estilo full time, dedicação integral e obsessão por vitórias.

Bom, Muricy ficou. Tudo está resolvido e a Libertadores agora é o foco e surge o dilema:

Remontar, seguir o trabalho, mudar em 2015? Qual é o plano? O time não é ruim mas faltam peças para transformar um bom time em time campeão. Repor Kaká passa por repor liderança. Tem que ser liderança com agregação, com motivação, de exemplo, de grupo. Dificílimo pelo que Kaká representa no planeta futebol. Mas temos que buscar.

Precisamos criar variações táticas e técnicas. O time precisa ter alternativas de jogo e precisa ter peças que se adequem mais ao estilo de jogo. Toloi e Edson Silva terminam bem o ano mas precisamos de suplentes. Precisamos de laterais, de mais um volante, de atacantes de lado confiáveis. Tem que acreditar na base montada que é boa mas ter a consciência que precisamos de ajustes.

Lembremos de 2004 para 2005 quando com a inserção de peças como Mineiro e Josué e a chegada de Amoroso, definiram um time altamente capaz, coeso e decisivo em 2005. O caminho já está bem direcionado.

O que mais me preocupam, são as dispensas, vendas etc. Jogadores como Paulo Miranda, Ademilson, Osvaldo e Antonio Carlos, possuem uma inaceitável condição de não terem capacidade de atuar no clube e possuem chances aos montes. Que se dê sim chance à base, mas de verdade e não colocando faltando minutos ou quando o barco já afundou.

Quantos nomes? 3 de grande apelo e 1 de porte Michel Bastos, Kaká etc. Outros 3 de composição e com potencial a desenvolver com estilo Hudson. Usar a base para não desgastar medalhões é outra tática que Muricy terá que fazer.

Under Armour. A empresa americana oferece o Paulinho por 1 ano e meio de empréstimo ao Tricolor junto ao contrato de 3 anos que quer firmar. Não é à toa que Aidar está tão afim da empresa, sem contar a bufunfa. Seria sensacional pois encaixaria como uma luva. Se já está certo, qual o problema? Penalty não quer sair antes da despedida de Ceni, não quer sair antes da Libertadores. E Aidar tenta costurar uma forma juridicamente segura de fazer este ação já que em negociar com a empresa, não obteve sucesso.

Agora, é torcer para que tudo dê certo, ter um uniforme decente, um bolso cheio e um excelente reforço para o time. Vamos torcer.

Até a próxima semana onde será exclusivamente dedicada a nomes de reforços e novidades internas, bastidores e planejamento. É coisa demais e esta coluna já ficou imensa…

* Uma info: Júlio Baptista está conversando com o São Paulo sobre um possível retorno. 

** Info 2: Para o lado esquerdo da zaga, Pedro Geromel é tentado junto ao Colônia, detentor dos direitos, hoje no Grêmio. 

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