image001

A estreia aconteceu em 29 de janeiro de 1992.

Em partida válida pela rodada inaugural do Brasileiro daquele ano.

O adversário era o Santos.

Éramos atuais campeões paulista e brasileiro.

Telê era cantado em verso e prosa.

O ano de 1991 tinha sido o de resgate.

Para o Tricolor e para o Mestre.

A grande novidade no Mais Querido estava no meio campo.

Jorge Ferreira da Silva tinha sido emprestado junto ao Américo MG.

E chamou a atenção da imprensa por conta de seu apelido, Palhinha.

Remetia ao ex-jogador homônimo que teve destaque no Cruzeiro e em outras equipes alvinegras de menos expressão.

Já em campo, precisava fazer acontecer… senão, era voltar ao Coelho ao final do contrato.

A estreia foi normal e certamente não encantou o Mestre.

O empate por 1 gol passou quase desapercebido.

Logo na partida seguinte, uma atuação apagada no empate sem gols frente o Bragantino.

Perda de posição.

Telê ainda tentava acertar aquele meio campo.

Também testara Eraldo, Gilmar e outros.

Na quinta partida do ano, veio a primeira derrota do ano, 2 a 3 para o Flamengo.

Para Palhinha, não foi de todo mal, entrou no segundo tempo e até gol marcou.

Voltara a ser titular.

No jogo seguinte o adversário foi o Guarani, no Pacaembu.

Nova derrota, 0 a 1.

Veio a estreia na Taça Libertadores, frente o Criciúma, fora de casa.

Telê escalou um time reserva.

Fomos goleados por 0 a 3 no maior jogo da vida do atacante Jairo Lenzi.

Três derrotas seguidas e o jogo seguinte seria frente o rival Palmeiras.

Palhinha era titular.

Fomos novamente goleados, agora por 0 a 4.

Sequência, até então, inédita na história do clube.

O nome de Telê começou a se questionado internamente.

E veio a quinta derrota consecutiva, 0 a 1 para o Internacional, em Porto Alegre.

Mais alguns dias viajaríamos para a Bolívia.

Os jogos aconteceriam na Altitude.

Telê não resistiria a novas derrotas.

A direção tricolor já tinha planos para a substituição do Mestre.

O cenário era obvio.

Em 17 de março, o jogo foi no céu, quase 4.000 de altitude, na cidade de Oruro.

O adversário seria o San José.

A Comissão Técnica trabalhou muito para prevenir a queda de performance dos atletas.

Mas não contavam com o que se viu em campo.

Palhinha correu os 90 minutos, como se estivesse passeando.

Marcou os três gols da goleada por 3 a 0.

Sendo que dois deles no segundo tempo, exatamente quando as condições físicas passariam a ser piores aos atletas.

Algo simplesmente inacreditável e até hoje inexplicável.

Era o término da sequência de 5 derrotas.

Era o começo da redenção Tricolor na Taça Libertadores.

Era o fim de qualquer possibilidade de queda do Mestre.

Voltamos ao Trilho.

Devemos muito disso a Palhinha.

Por: José Renato Sátiro Santiago