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Acostumado a ir aos jogos no Morumbi desde muito tempo, eu sempre fui muito tricolor.

Minha primeira partida in loco aconteceu em 1976.

Ia ao estádio uniformizado.

Era outra época.

O torcedor originalmente tricolor naqueles tempos era aquele que só ia “na boa”.

Eu era um deles.

Voltei a ser um deles nos últimos anos também.

Meu pai sempre me levava para jogos tranquilos.

Durante muitos anos cansei de ver Juventus, XV de Piracicaba, Palmeiras, Marília e outras equipe de relevância similar a estas.

As vitórias sempre foram certas e tranquilas.

Meu primeiro jogo, digamos, grande aconteceu em 1980.

Mais precisamente no dia 11 de maio.

O Mais Querido tinha pela frente o Atlético Mineiro.

Um freguês de longa data e que sempre trazia boas recordações.

Alguns anos antes, tínhamos conquistado o nosso primeiro título brasileiro sobre eles.

O jogo valia pela primeira rodada do quadrangular que definiria os finalistas do campeonato brasileiro daquele ano.

Além do Galo, faziam parte do nosso grupo, o Vasco da Gama e o Fluminense.

Era vencê-los e seguir em frente em busca do bicampeonato.

O São Paulo vivia um novo momento, era a Máquina Tricolor.

Tínhamos Renato, Serginho e Zé Sérgio em grande fase.

O comando era de Carlos Alberto Silva.

O domínio em campo foi totalmente tricolor.

Massacramos o Atlético.

Domínio total em um jogo sem gols.

Paramos em João Leite, um dos maiores goleiros que vi jogar.

Cabe ressaltar que o Galo tinha uma grande equipe.

O zagueiro era Luisinho, aquele da Copa do Mundo de 1982.

O meio de campo tinha Chicão, o nosso Rei da Raça, e Toninho Cerezo, futuramente bicampeão mundial.

Mas naquele dia o que decidiu o resultado foi a catimba do Atlético.

A verdade é que o jogo teve pouquíssimo tempo de bola rolando.

Qualquer coisa, lá estava um jogador alvinegro caído em campo.

Verdade seja dita, os alvinegros estão sempre caídos mesmo. Seja de qual terreiro for.

O empate não foi um bom resultado.

A torcida tinha certeza disso e se emudeceu ao final da partida.

Para que em seguida começasse a um coro de FDP em homenagem ao árbitro Wilson Carlos dos Santos.

Foram quase 10 minutos de xingamentos.

Até que o placar eletrônico do estádio apresentou uma mensagem solicitando que os torcedores fossem educados e parassem o coro.

Pois é… o coro encerrou de imediato.

O campeonato acabaria para o São Paulo na partida seguinte, após perder por 2 a 1 para o Vasco da Gama.

O Galo, catimbeiro, acabou se classificando para as finais.

Por: José Renato Sátiro Santiago