analise

 

A expectativa…

No estádio que leva o nome de um dos maiores jogadores que o futebol mundial viu, o SÃO PAULO foi até Brasília enfrentar o Flamengo, que busca consolidar o bom momento depois da reestruturação com a chegada de Mano Menezes, demitido do comando da seleção da cbf. São times em momentos distintos, dada a relação imensa de problemas do tricolor, que só não era maior que a fé. Era hora de acreditar naquilo que impossível, para que o bêbado possa surrar o adversário.

… E a realidade!

1º Tempo

Jogando “em casa”, o Flamengo começou a partida tentando pressionar o SÃO PAULO. Com menos de dois minutos, Gabriel tentou chute pela direita da defesa, foi interceptado. A bola sobrou na entrada da área e Cáceres pegou a sobra, mas isolou a bola.

O Flamengo, mais organizado, adiantava a marcação e criava problemas na saída de bola do SÃO PAULO, que tentava articular melhor as jogadas no meio-campo com GANSO e JADSON na armação. Aos 6 minutos, RODRIGO CAIO fez bom lançamento para ALOÍSIO na direita. O centroavante chegou à linha de fundo e cruzou. Felipe tentou a defesa, mas jogou a bola nas redes. Seria gol. Seria, não fosse o fato de a bola ter saído pela linha de fundo antes do cruzamento de ALOÍSIO. Dois minutos mais tarde, lance parecido. ALOÍSIO desta vez chegou antes da bola sair e cruzou com força, mas por cima do gol de Felipe, que só acompanhou.

E o time carioca chegava. Principalmente com Elias, que foi parado com falta aos 10. Na cobrança, a bola foi alçada na área e passou por todo mundo.

GANSO e JADSON estavam muito marcados, mas mesmo assim a bola começava a chegar. Como aos 13 minutos. GANSO, no meio campo, fez lançamento primoroso para OSVALDO, dentro da área, dominar no peito, virar e chutar fraco, rasteiro, facilitando a vida de Felipe.

Apesar de não estar mal no jogo, o SÃO PAULO apresentava as mesmas falhas de posicionamento defensivo dos outros jogos, dava muitos espaços ao adversário, que quando roubava a bola no meio campo, criava perigo. Como aos 14, quando Elias desarmou JADSON e puxou contra-ataque. André Santos recebeu pela esquerda, foi até a linha de fundo e cruzou rasteiro, forte. A bola passou por todo mundo, com muito perigo, à frente de ROGÉRIO CENI.

Lance parecido ocorreu aos 16. Bola alçada da esquerda para a direita e Nixon ganhou de todos por cima e testou no chão, porém sem muita força, no canto esquerdo de ROGÉRIO CENI, que mergulhou para fazer a defesa.

O SÃO PAULO dava espaços demais, principalmente no meio-campo… E o Flamengo aproveitava para jogar, não deixando o SÃO PAULO sequer ficar com a bola. Aos 21, nova jogada pela direita da defesa, Gonzalez fez o cruzamento rasteiro e, de novo, a bola passou por todo mundo, na cara de ROGÉRIO CENI. O SÃO PAULO tinha muitos problemas para conter o ímpeto ofensivo do Flamengo, principalmente pelo lado direito da defesa.

O SÃO PAULO era um time assustado, em que os volantes assistiam o adversário jogar. FABRÍCIO e WELLINGTON não conseguiam encaixar a marcação, tanto que GANSO (???) em determinadas situações voltava para desarmar, tamanho o desarranjo em campo.

Aos 24, JADSON fez falta em Luiz Antônio na esquerda da defesa tricolor. André Santos cruzou na área e Hernane cabeceou no chão, para defesa de ROGÉRI CENI. A verdade era que o Flamengo sobrava em campo, e o SÃO PAULO faltava. No minuto seguinte, novo ataque do Flamengo, a bola sobrou parta Gabriel, pela direita da defesa, que soltou uma tijolada de fora da área, passando com perigo por cima do gol de ROGÉRIO CENI.

E o pouco que o SÃO PAULO tentava, dava errado. Estava muito, muito difícil. Não fosse o SÃO PAULO o clube da fé, era possível dizer que o gol do Flamengo era questão de tempo. Depois do começo razoável, o tricolor sumiu em campo. A falta de confiança era evidente. Mas aos 30 minutos, um oásis no deserto: JADSON cobrou falta da direita e mandou na área. ALOÍSIO, com a mão, marcou. O apitador, corretamente anulou. É ALOÍSIO deveria parar com essa bobagem de usar da malandragem para levar vantagem. Ou, em pouco tempo, o SÃO PAULO terá dois centroavantes marcados pela arbitragem. Se é que já não tem.

Aos 32, REINALDO foi acionado pela esquerda e fez o cruzamento. ALOÍSIO desviou no primeiro pau, com os pés, e a bola foi à rede, só que do lado de fora. Logo que efetuou o cruzamento, REINALDO recebeu entrada criminosa de Nixon, que voou com os dois pés sobre o seu tornozelo esquerdo. Jogada para expulsão, que o apitador nem falta, tampouco cartão amarelo, anotou. É…

O SÃO PAULO melhorava um pouco na partida, GANSO chamava a responsabilidade, mas a falta de opções em campo parecia acorrentar o seu jogo. Mas os espaços dados ao adversário, problema crônico do time, permaneciam. Aos 41, o Flamengo foi tocando, tocando… E chegou à linha de fundo pela esquerda da defesa do SÃO PAULO. Nixon fez o cruzamento para o meio da área e RODRIGO CAIO, bem posicionado, fez o corte para escanteio. Na cobrança, Hernane tocou de cabeça, por cima do gol.

E Nixon seguia dando trabalho. Aos 44 minutos, pela esquerda da defesa, o bom jogador do Flamengo foi para cima de DOUGLAS e, na linha de fundo, cruzou forte, mas nas mãos de ROGÉRIO CENI. Aos 46, o apitador colocou fim ao primeiro tempo. Apesar do bom começo, o SÃO PAULO não conseguiu encaixar a marcação no meio-campo e deu muitos espaços ao Flamengo, que foi superior e poderia ter saído da primeira etapa com vantagem no placar. GANSO e JADSON tentaram armar, mas bem marcados não puderam fazer muito, apesar de serem os responsáveis pelas poucas chances criadas da equipe. O SÃO PAULO, apesar do esforço, da luta, sofria demais com o peso do momento, com a falta de confiança e com a desorganização da equipe, que não “dá liga” de forma alguma.

 2º Tempo

O SÃO PAULO veio sem alterações para o segundo tempo.

Com mais toque de bola e um pouco mais de calma, o SÃO PAULO recomeçou melhor. Logo aos 2 minutos, ALOÍSIO foi caçado por trás. Gonzalez pisou na sua panturrilha, por trás. Falta desleal. E o cartão? Nada. Bola alçada na área por GANSO e Felipe afastou de soco.

Apesar de o jogo ficar mais truncado e concentrado no meio-campo, o SÃO PAULO dava mostras de volta mais aceso. Aos 6, OSVALDO partiu para cima da marcação pela direita, cortou para o meio e foi derrubado próximo da grande área. Falta, que o apitador não anotou.

O Flamengo quis assustar pela primeira vez aos 10. Paulinho, que acabou de entrar, fez boa jogada pela direita da defesa do SÃO PAULO e passou para João Paulo, que cruzou para atrás, visando o mesmo Paulinho, que recebeu e, desequilibrado, tentou finalizar de primeira e mandou a bola na arquibancada.

Aos 11, PAULO AUTUORI tirou OSVALDO e colocou LUCAS EVANGELISTA. E logo na primeira jogada o meia tricolor arrancou pela esquerda e foi parado com falta. Na cobrança, JADSON mandou a bola na área, mas Felipe, seguro, saltou e ficou com a bola.

Embora o segundo tempo fosse muito mais truncado que o primeiro, o SÃO PAULO, ao menos até os 14 minutos, jogava melhor. Contudo, não conseguia criar situações claras de gol. WELLINTGON e FABRÍCIO começavam a se entender na marcação, com destaque para o camisa 5, que ligado no jogo, era um dos que mais desarmava.

Aos 18 minutos, em cobrança de escanteio, o Flamengo não somente quis como de fato assustou. Bola no meio da área do SÃO PAULO pouco à frente da pequena área. Hernane cabeceou e a bola passou perto da trave direita de ROGÉRIO CENI. E, assim como fez no primeiro tempo, já começava a ter o controle do jogo, principalmente porque o SÃO PAULO errava passes demais, não tinha saída de bola, o jogo tricolor era só chutão para frente… Fé, mais que tudo, fé.

Porque o Flamengo se insurgia perante o domínio tricolor no segundo tempo. Aos 22, jogada rápida do Flamengo pela esquerda da defesa tricolor e a bola sobrou para André Santos avançar e dentro da área finalizar por cima do gol de ROGÉRIO.

AUTUORI tirou ALOÍSIO e mandou ADEMÍLSON para o jogo, aos 22 minutos. E aos 24 o pequenino fez boa jogada pela direita do ataque mas errou o passe final, interceptado pela zaga. No minuto seguinte, boa troca de passes do SÃO PAULO na intermediária do Flamengo, GANSO deixou ADEMÍLSON cara-a-cara com Felipe. O atacante tricolor tentou tocar por baixo, mas o goleiro defendeu.

WELLINGTON, uma grata surpresa no segundo tempo. Ligado, era o que mais desarmava. E também aparecia no ataque. Aos 27, recebeu bola na esquerda, tocou entre as pernas do marcador, invadiu a área e finalizou rasteiro, nas mãos do goleiro Felipe que colocou para escanteio.

ADEMÍLSON colocou fogo no jogo. E o SÃO PAULO cresceu com ele. Aos 28, o pequenino recebeu bola de GANSO e num toque de primeira clareou o jogo para JADSON, que invadiu a área rubro-negra com velocidade, tentou o drible mas foi desarmado por André Santos.

Aos 33, o SÃO PAULO veio de novo. Em rápida troca de passes, JADSON recebeu triangulação e passou para ADEMÍLSON, que vinha de trás e sairia na cara de Felipe, mas o apitador anotou impedimento, alegando que JADSON estava adiantado. Não estava. No máximo, na mesma linha. Mas…

E, aos 34, a melhor chance do jogo para o SÃO PAULO. GANSO recebeu na direita e clareou o jogo para JADSON próximo a grande área. O 10 passou para ADEMÍLSON na entrada da grande área. O pequenino deu um corte na marcação, passou como quis por ela e saiu, sozinho, na cara de Felipe. Mas, por azar, incompetência, pela fase ou o raio que o parta, mandou por cima do gol! Era um daqueles gols imperdíveis! Triste demais!

O Flamengo não conseguia mais jogar. Era, naquele momento, o SÃO PAULO que sobrava. Aos 38, ADEMÍLSON foi acionado pela direita, foi à linha de fundo e cruzou rasante, por cima, com muito perigo. A defesa do Flamengo, providencial, desviou e evitou o gol do SÃO PAULO.

Aos 39, AUTUORI mandou MAICON no lugar de FABRÍCIO, que cansou.

E o Flamengo voltou a assustar: aos 40, depois de cruzamento pela direita da defesa tricolor, Adryan tocou de cabeça, para fora.

Então o fio de esperança. Aos 41, depois de bola cruzada na área, LUCAS EVANGELISTA foi empurrado dentro da área. Pênalti. Mas a fase não ajuda… Tudo dá errado… Não há mais o que dizer, não há mais nada a ser escrito: JADSON foi para a bola e chutou nas mãos de Felipe. O time está, profundamente amedrontado, perturbado… Uma tristeza sem fim! Só nos resta a fé, mesmo…

Mas o SÃO PAULO lutava bravamente contra tudo isso. Era o que podia ser feito. LUCAS EVANGELISTA invadiu a área aos 44, pela esquerda e bateu forte, rasteiro, mas nas mãos de Felipe.

O Flamengo era um arremedo de time no segundo tempo, o SÃO PAULO jogava mais, muito mais, mas o imponderável parecia querer o sofrimento tricolor. Inacreditável… Era uma derrota por 0x0! E uma derrota doída demais!

Até que, aos 48, o apitador colocou fim ao jogo, mas não ao sofrimento do SÃO PAULO, que atinge a marca de 12 jogos sem vencer. O SÃO PAULO tem um sério problema de confiança. Pior no primeiro tempo, superior no segundo, muito superior. No todo, talvez até tenha sido melhor no jogo. Mas, se a bola não entrou nada disso adiantou.

Fé! Porque neste momento, ela é a única que sobrevive!

Por: Paulo Martins

NOTAS

ROGÉRIO CENI: Boas defesas no primeiro tempo. 6

DOUGLAS: No primeiro tempo, sofreu demais com as subidas de Nixon. No segundo, melhorou a marcação pelo setor. 5

TOLÓI: Bem no jogo, apesar do sufoco no primeiro tempo, não sucumbiu. 6

RODRIGO CAIO: Improvisado na zaga, vem dando conta do recado. No mesmo nível de seu companheiro. 6

REINALDO: Faz o simples e essa é a sua melhor qualidade. Apesar de ter sofrido bastante no primeiro tempo, no segundo subiu de produção e fechou o setor. 5

WELLINGTON: Apesar do primeiro tempo não ter sido muito bom, pode se dizer que foi ou dos melhores da partida. Que seja um recomeço. Quase marcou um golaço. 7

FABRÍCIO: Assim como WELLINGTON, se acertou no segundo tempo, não dando chances ao meio-campo do Flamengo. 6

JADSON: Era, junto com GANSO, uma das válvulas de escape do time para sair para o jogo. No primeiro tempo, não conseguiu produzir muito. No segundo, fez a bola andar e cresceu com o time. Mas desperdiçou uma bola crucial, a do pênalti, que poderia ser o início da redenção do time no torneio. Imperdoável? Talvez. Mas é difícil dizer se outro jogador, nessa fase terrível que enfrentamos, teria condições de marcar aquele pênalti. 4

GANSO: Jogou relativamente bem. Creio que, assim como JADSON, seu futebol seja limitado pela falta de movimentação inteligente dos atacantes do time. E, também, pelo péssimo momento do time. Hoje, deu bons passes e chamou a responsabilidade. 6

OSVALDO: Fez algumas jogadas no primeiro tempo, mas está longe, muito longe de ser o jogador que já foi. 3

ALOÍSIO: Lutador, dá muito mais do que tem. Mas precisa tomar cuidado com a malandragem, ou ficará marcado pela arbitragem, assim como LUÍS FABIANO. Porém, ainda é pouco, muito pouco para o que precisamos no momento. 5

[LUCAS EVANGELISTA]: Sua entrada ajudou o time a crescer no segundo tempo. Sofreu o pênalti e quase marcou, na jogada seguinte à cobrança. 6

[ADEMÍLSON]: Um dos maiores responsáveis pelo “acendimento” do time no segundo tempo. Rápido e insinuante, merecia melhor sorte. Só temo que fique marcado como o “artilheiro dos gols imperdíveis”. 7

[MAICON]: Entrou no fim para melhorar a saída de bola do time. Ajudou a pressionar e acuar o Flamengo, que não jogou no segundo tempo. 4

PAULO AUTUORI: No primeiro tempo, sofreu para ajustar o posicionamento do time, principalmente quanto à marcação do meio-campo do Flamengo. No segundo tempo, mesmo sem alterar o time, já fez com que a equipe crescesse no jogo. Com as alterações, sacramentou a superioridade e não fosse tudo o que está acontecendo, poderia ter sido decisivo para o time ter vencido o jogo.

Por: Paulo Martins

 

Bola+Cheia+Bola+Murcha

BOLA CHEIA

  • O segundo tempo do time;

BOLA MURCHA

  • A má-fase, o azar, a monumental falta de confiança, malditos sejam;
  • O primeiro tempo;
  • O pênalti perdido.

Por: Paulo Martins