A expectativa…

Cumprindo compromissos anteriormente acertados, o SÃO PAULO foi à Europa para disputar a Copa Audi para enfrentar outro gigante, o Bayern de Munique, campeão da Champions League, um adversário que vive verdadeiro estado de graça. Mas, mais que isso, o SÃO PAULO foi buscar em ares europeus aquilo que tem buscado sem sucesso nos interiores da Barra Funda e Cotia: jogar como um time, se fechar, ganhar corpo, ânimo e superar o mau momento que assola o clube.

… E a realidade!

1º Tempo

O SÃO PAULO fazia uma partida até equilibrada contra um adversário de respeito. Procurava não dar espaços ao adversário, mas o Bayern usava com sabedoria as laterais do tricolor. Ribery era o mais acionado.

Se SÃO PAULO marcava com afinco, quando sobravam espaços, atacava. E com mais perigo que o Bayern, inclusive. Como aos 9 minutos, quando ALOÍSIO recebeu passe na intermediária, enfrentou a marcação da zaga, desvencilhou-se dela e mandou uma patada de direita forte, no meio do gol, para defesa de Neuer, que encaixou.

O Bayern queria responder, tinha mais posse de bola e chegava tocando com alguma facilidade na defesa tricolor, entretanto não conseguia finalizar com perigo.

Aos 12 minutos, PAULO MIRANDA sentiu a coxa. PAULO AUTUORI mandou EDSON SILVA para o jogo.

No minuto seguinte, depois de cobrança de escanteio, o Bayern teve a primeira oportunidade de gol. Pizarro cabeceou próximo da pequena área, mas desequilibrado, mandou a bola para fora. Aos 14 minutos, falta de WELLINGTON em Robben. O camisa 10 do Bayern cobra com perigo, baixo, no canto direito de ROGÉRIO CENI, que pulou para a bola e fez a defesa, rebatendo para a lateral de campo. A bola tinha endereço certo, não fosse intervenção do capitão, o Bayern teria aberto o placar.

Se o Bayern tinha extrema liberdade até o meio-campo, depois da linha central a marcação tricolor era implacável. Ainda assim, achava espaços. Aos 18, Martinez esticou bola para Ribery, que foi bem interceptado por DOUGLAS, que colocou para escanteio. Na sequência, bola para a esquerda do SÃO PAULO, a defesa afastou, mas Schweinsteiger pegou a sobra a bateu firme. ROGÉRIO CENI fez grande defesa e colocou para novo escanteio.

Aos 21, em novo escanteio, Ribery cobrou aberto para Robben, que de fora da área e de primeira, bateu forte, rasteiro e a bola saiu à esquerda de ROGÉRIO CENI, sem perigo.

O tricolor se defendia direitinho, mas sem “jogar” um pouco, sabe-se lá por quanto tempo tal situação se manteria, pois só o Bayern jogava. A bola vinha, era rebatida pela defesa e voltava, quase sempre para escanteio e depois parava nas mãos de ROGÉRIO CENI.

Depois dos 25 minutos, principalmente, o Bayern já encontrava mais espaços para jogar. WELLINGTON não conseguia conter os avanços de Kroos e a defesa se virava como podia. Jogar um pouco se era questão de sobrevivência na partida!

Merecia destaque a bela partida de FABRÍCIO, muito firme no meio-campo.

Robben dava muito trabalho. Reinaldo que o diga. Aos 31, bobeada da defesa do SÃO PAULO e a gorduchinha sobrou para o camisa 10 que frente-a-frente com ROGÉRIO CENI, finalizou em cima do goleiro, noutra boa intervenção do capitão na partida. E era incrível como Robben, mesmo carregando a bola, corria mais que todos os marcadores do SÃO PAULO! Aos 33, o camisa 10 do Bayern partiu do campo de defesa e partiu em carreira-solo rumo a área tricolor, perseguido por FABRÍCIO que apenas poderia cumprir seu dever protocolar de perseguir, porém sem ameaçar o jogador holandês, que foi parado com falta por WELLINTGON na entrada da área. Falta e amarelo para o volante. Na cobrança, Schweinsteiger cobrou em cima de EDSON SILVA.

O SÃO PAULO tentava jogar por bolas longas, tentando aproveitar a velocidade de OSVALDO e a correria de ALOÍSIO, que em tarde pouco inspirada e com marcação dobrada, pouco faziam.

E aos 37, depois de saída errada de ROGÉRIO CENI, a bola foi para Rafinha na esquerda da defesa e o lateral cruzou para o meio, para Pizarro, que finalizou para as redes. Só se esqueceu de combinar com TOLÓI que, a la RONALDO LUÍS, tirou de cima da linha, salvando o SÃO PAULO. E dá-lhe pressão do Bayern. Agora pela esquerda. Ribery lançou Alabá, que em velocidade saiu na cara de ROGÉRIO CENI e finalizou para excelente defesa do goleiro tricolor que com os pés desviou por cima do gol.

E nova intervenção excelente de ROGÉRIO CENI. Aos 40, depois de rápida troca de passes dos atacantes do Bayern, Ribery recebeu dentro da grande área, na diagonal, e bateu rasteiro, para outra excelente defesa de ROGÉRIO CENI.

Aos 42, JADSON cobrou escanteio nas mãos de Neuer. No lance seguinte, lance rápido do Bayern e Robben recebeu na entrada da área, pela direita. O camisa 10 do Bayern viu ROGÉRIO CENI avançado tentando tirar seu ângulo e tocou para  encobrir o goleiro tricolor, mas mandou por cima do gol.

O primeiro tempo chegava ao final e apesar do 0x0, havia um “quê” de massacre no ar.

Era preciso jogar. Mas como?

Até que, aos 45, o apitador colocou fim ao primeiro tempo, amplamente dominado pelo Bayern, que só não venceu graças à boa marcação do tricolor, as intervenções de ROGÉRIO CENI e também ao milagre de RONALDO LU…, digo TOLÓI, que tirou bola em cima da linha. Mais que evidenciado, verdade seja dita, além da diferença de qualidade entre os times, os momentos que ambos vivem. O SÃO PAULO foi o tricolor de hoje, um time em reconstrução enfrentando o melhor time da atualidade, talvez um dos melhores times já formados pelo Bayern. Não havia como ser diferente.

2º Tempo

O SÃO PAULO veio para o segundo tempo com P.H.GANSO no lugar de OSVALDO.

E RODRIGO CAIO, aos 2 minutos, de repente virou o Batman e parou o Robben!

Era um segundo tempo com cara de primeiro. Porque o jogo não mudou uma vírgula. Aos 4 minutos, Robben cruzou na cabeça de Mandzukic, ou como diz o Muricy Trabalho, o Mandioca. E o substituto de Pizarro subiu mais que todo mundo e cabeceou para fora, por cima do gol de ROGÉRIO CENI.

WELLINGTON, afobado, sofria demais no jogo.

Aos 7, nova boa intervenção de ROGÉRIO CENI, bem colocado, depois de boa finalização de Lahm. Era um sofrimento. Mas o SÃO PAULO se segurava como podia. Aos 9, bola perigosa para Ribery na direita da defesa. O 7 fez o passe para o meio da área mas FABRÍCIO, bem colocado, fez corte providencial de carrinho e evitou que a pelota chegasse até Mandzukic, que entrava pela esquerda da defesa.

Mas então veio o gol do Bayern. Depois de cobrança de cruzamento de Robben, EDSON SILVA raspou de cabeça e a bola sobrou para Mandzukic, que atrás de TOLÓI tocou para o gol. Bayern 1×0.

Logo em seguida, PAULO AUTUORI mandou MAICON para o lugar de RODRIGO CAIO.

O SÃO PAULO até tentava jogar, ficar um pouco mais com a bola, mas a marcação do Bayern era implacável ainda na defesa do SÃO PAULO. Ainda assim, ALOÍSIO saiu para o jogo aos 17. Passou para DOUGLAS. O lateral-direito tinha em seus pés uma boa chance de armar uma jogada, mas passou errado, nas direto para as mãos de Neuer, desperdiçando a oportunidade.

Aos 18, AUTUORI mandou LUCAS EVANGELISTA para o jogo, no lugar de FABRÍCIO. E o EVANGELISTA logo em sua primeira jogada, aos 19, tomou pancada. Falta. Cobrança na área e a defesa alemã debateu, armando o contra-ataque. E o ataque do Bayern foi tabelando como quis no meio da defesa do SÃO PAULO até o cruzamento de Müller, tocado por ROGÉRIO CENI, mas ninguém chegou para completar.

AUTUORI mandou LUCAS FARIAS para o jogo, no lugar de DOUGLAS. Também tirou TOLÓI colocando LUCÃO em seu lugar.

Aos 25, falta sobre Müller, no bico da grande área. Ribery cobrou, a defesa afastou e Shaquiri pegou a sobra e chutou de fora da área, para boa defesa de ROGÉRIO CENI. No minuto seguinte, a primeira chance de gol do SÃO PAULO. Depois de escanteio, EDSON SILVA ganhou de todos pelo alto mas mandou a bola por cima do gol de Neuer.

ROGÉRIO CENI fazia uma partida irretocável, muito bem debaixo das traves e nas saídas do gol. E fazendo milagres, também. Aos 30, Mandzukic recebeu pela esquerda da defesa, invadiu a área em velocidade e bateu forte, parando nas mãos do goleiro tricolor!

P.H.GANSO estava em campo. Só que não.

Aos 31, o Bayern perdeu outro gol feito. Shaqiri cruzou da direita da defesa e Weiser, de frente para o gol, tocou por cima.

AUTUORI queria testar todos quanto podia. Aos 32, mandou SILVINHO para o lugar de ALOÍSIO. Mas o SÃO PAULO seguia sem jogar.

Aos 34, bola lançada por REINALDO para SILVINHO, que vinha pela intermediária em velocidade, mas o goleiro Neuer, atento, saiu da grande área e cortou de cabeça.

E os times, bastante modificados, tornavam impossíveis quaisquer prognósticos do que iria acontecer dali adiante.

Talvez fosse o momento do SÃO PAULO ousar um pouco mais, gostar um pouco mais do jogo, como se diz, e ser mais objetivo. Faltava GANSO aparecer numa bela enfiada de bola para ADEMÍLSON ou SILVINHO. Entretanto, considerando o momento, o resultado estava dentro da normalidade, principalmente dada a pouca ou nenhuma experiência internacional da maioria dos jogadores do SÃO PAULO em campo.

E então o Bayern chegou ao segundo gol. Shaqiri recebeu na intermediária, entrou na área e finalizou na trave de ROGÉRIO CENI. No rebote, a defesa parou e Weiser pegou a sobra, tocando no canto direito de ROGÉRIO CENI.

Mas aos 42, SILVINHO fez jogada pela direita e foi derrubado por Boateng. Pênalti. ROGÈRIO CENI cobrou rasteiro, com pouca força. Neuer tocou na bola mandando-a na trave, perdendo a chance de diminuir o placar.

Até que o apitador colocou fim à partida, aos 45 minutos.

Considerando a abissal diferença que há hoje entre os times, somado ao momento ruim vivido pelo SÃO PAULO, foi um jogo em que o SÃO PAULO poderá tirar boas lições para o restante da temporada. Perdeu? Sim. Para o melhor time do mundo da atualidade. Mas o comportamento defensivo do time no primeiro tempo, quando o Bayern jogou com o que tinha de melhor, serviu para mostrar que a defesa, aos poucos, está se acertando. Ofensivamente, ainda nos falta muito. Mas, seguindo o que disse AUTUORI, de que a defesa seria o primeiro ponto a ser consertado, tudo corre dentro do programado.

Não é fácil enfrentar um adversário como o Bayern, na casa dele. Por tudo isso e por tudo o que o SÃO PAULO está passando, não dá pra dizer que foi uma experiência ruim!

O SÃO PAULO sai fortalecido do confronto!

FORÇA, SÃO PAULO!

Por: Paulo Martins

NOTAS

ROGÉRIO CENI: Foi monstro hoje. Só não leva 10 porque perdeu um pênalti. 9

DOUGLAS: Jogo grande ou jogo pequeno, o óbvio ululante fica cada vez mais ululante: precisamos de um lateral-direito decente. 3

TOLÓI: Excelente partida do nosso zagueiro, mesmo com a desatenção no primeiro gol. Nesses dois últimos jogos, ficou claro que voltou a trilhar o bom caminho. 7

PAULO MIRANDA: Vinha bem, assim como TOLÓI. Mas sentiu contusão no começo do jogo e saiu. SEM NOTA.

REINALDO: Não é horroroso. Mas precisa evoluir. Fez o que pode contra um adversário fantástico. Por isso mesmo, sofreu. 4

RODRIGO CAIO: Ajudou na marcação do meio-campo. Ofensivamente, quase não apareceu. Mas foi bom para dar experiência ao jovem jogador. 5

FABRÍCIO: Um dos melhores do time. Marcou e se posicionou bem. Saiu bem para o jogo, nas poucas vezes que o SÃO PAULO articulou jogadas de ataque. 7

WELLINGTON: Do trio do meio, o mais fraco. Não parece mais o jogador de antigamente. 4

JADSON: Ofensivamente, pouco fez no primeiro tempo. Porém, demonstrou consciência tática no posicionamento defensivo. 5

OSVALDO: Assim como o WELLINGTON, é outro jogador. Hoje, inexistiu no ataque. Mas era o Bayern, né? Então merece um desconto. 4

ALOÍSIO: Muita vontade e correria. Foi o mais lúcido no ataque. O que não quer dizer muito também. 5

[EDSON SILVA]: Entrou no lugar de PAULO MIRANDA, contundido, e não comprometeu. Pelo contrário, foi bem. 6

[ADEMÍLSON]: Entrou para aumentar o poder ofensivo do time mas não conseguiu. Aliás, quem conseguiria, no elenco de hoje? 3

[P.H.GANSO]: Nulo em campo. SEM NOTA.

[MAICON]: Melhorou um pouco a posse de bola, mas nada demais. SEM NOTA.

[LUCAS EVANGELISTA]: Mostrou personalidade na sua primeira jogada. Mas foi só. SEM NOTA

[LUCAS FARIAS]: Entrou nervoso. Normal, é jovem. SEM NOTA.

[LUCAS SILVA]: Substituiu TOLÓI e a despeito do entrosamento, não comprometeu. SEM NOTA.

[SILVINHO]: Buscou o jogo e, em poucos minutos, fez mais que OSVALDO. Mas era um outro Bayern, também. Sofreu o pênalti que ROGÉRIO CENI perdeu. 6

PAULO AUTUORI: Disse que o primeiro desafio seria ajustar a defesa. Depois do jogo de hoje, apesar da superioridade do Bayern, dá pra dizer que está no caminho certo. A postura da equipe, embora inevitavelmente dominado pelo Bayern, também mostrou que o treinador começa a achar um caminho para o time. Em que pese o momento, a fase e a distância abissal hoje entre Bayern e SÃO PAULO, foi bem. 7

Por: Paulo Martins

Bola+Cheia+Bola+Murcha

BOLA CHEIA

  • O setor defensivo;
  • A postura do time no primeiro tempo, mesmo como domínio do time alemão.

BOLA MURCHA

  • Hoje, nada. Só aplausos à postura do time.

Por: Paulo Martins