Toque Feminino

História sempre foi a minha matéria preferida e de todos os motivos, o que mais me agrada é que ela sempre se repete e serve de lição para a evolução dos povos, por mais que isso não aconteça com frequência.

Durante toda a história da humanidade sempre existiu os que governam a nação, são os reis, imperadores e agora, mais recentemente, os presidentes. Dentre essas classificações, muitos deles foram intitulados de ditadores ou tiranos.

A definição de um ditador é muito simples – homens que concentram o poder em suas mãos. Alguns exemplos famosos são: Hitler, Nero, Stalin, Genghis Khan, Ivan – O Terrível, Saddam Hussein, e Luís XIV. Homens que, quase em sua maioria, iniciaram sua jornada com um propósito, conseguiram fazer contribuições notórias e até mesmo importantes para a cultura, medicina e até mesmo educação de um povo em determinada época, mas que no final, acabaram da mesma forma: cegos e loucos, desvirtuados pelo poder.

Curiosamente, todos eles possuem diversas características em comum, principalmente no que diz respeito a sua ascensão e queda. Sua trajetória funciona geralmente assim:

– Tem fortes ideais no começo e até boas intenções;

– Pega gosto por suas conquistas, passa a ser aclamado, respeitado e visto como um exemplo para a nação. O ego começa a inflar;

– Com a vaidade exaltada, toma atitudes questionáveis e ousadas. Algumas dão certo, outras nem tanto;

– Como houve alguns erros no meio do caminho, surgem pequenos questionamentos sobre a sua conduta. Então ele nomeia membros de sua família ou amigos, que sejam de inteira confiança, para cargos estratégicos.

– Sua popularidade chega ao seu máximo.  Ganha mais poder e notoriedade, passa a controlar tudo, sem distribuir a autonomia.

– Se torna um megalomaníaco e começa a trabalhar fortemente para tornar os seus delírios em realidade;

– Como está obcecado para concretizar seus atos grandiosos, passar por cima de tudo e de todos para realizá-los, sem medir as consequências;

– Sua liderança começa a ser questionada entre aqueles que o rodeiam;

– Ao perceber que está perdendo o poder entre os aliados entra em paranoia e instala um regime de terror para aniquilar os seus opositores e inicia a repressão;

– O número de opositores se torna cada vez maior;

* Em alguns casos, tentam manter a parte mais miserável do povo ao seu lado para protegê-lo (por meio de doações ou benefícios para quem protegê-lo), enquanto continua a usar o poder de forma errada e somente a seu favor;

– Com a vaidade exacerbada e machucada, perde a lucidez. Frases como “O Estado sou eu” (Luís XIV) são registradas.

– Decadente, dominado pela insanidade ou depressivo por ter falhado, se suicidam ou são mortos pelos rebeldes. Em alguns casos mais recentes, eles se exilam em terras distantes.

Como disse no começo do texto, a história serve de aprendizado e sempre comprovou que nenhum homem foi destinado para se perpetuar no poder.  Para que a evolução aconteça, as mudanças de lideranças são fundamentais. E se não acontecem por bem, acontecem por mal. Não tem como escapar.

Estamos na reta final.

Sem mais.

Por: Mel Castro