A expectativa…

Extirpar a fase ruim e exorcizar os demônios que rondam os porões do MORUMBI. Reagir, recuperar a confiança, o vigor, a vitória… Vencer um jogo! A que ponto o SÃO PAULO chegou! Só em 1951 e em 1986 o tricolor ficou tanto tempo sem vitória.

Era preciso empenho, organização, luta, suor. Tudo isso. Mas fé, também. Porque a bola já não entra mais e ninguém mais respeita o SÃO PAULO, seja dentro ou fora de seus domínios. O adversário de hoje era o Inter que almejava a liderança do certame.

… E a realidade!

1º Tempo

O jogo começou com chuva no MORUMBI e o SÃO PAULO melhor. Logo aos 4 minutos, DOUGLAS tabelou com LUÍS FABIANO e, dentro da grande área, finalizou para o primeiro milagre de Muriel, que salvou o Inter. O SÃO PAULO seguia tentando impor pressão. Aos 8 minutos, OSVALDO cruzou na área, mas a defesa do Inter tirou.

Precisando gol, que valia muito mais do que a dianteira na partida, o SÃO PAULO seguiu na pressão. Aos 10, o 10 cruzou na área, mas Kléber cortou de cabeça.

O SÃO PAULO até certo ponto surpreendia o Internacional com PAULO MIRANDA atuando à frente da zaga, como terceiro zagueiro e RODRIGO CAIO pela direita. E era possível dizer que dominava a partida, como nos outros jogos.

E, como nos outros jogos, mesmo melhor, foi surpreendido e tomou o gol. Aos 14 minutos, Leandro Damião foi lançado por Jorge Henrique, passou como quis por RODRIGO CAIO e chutou rasteiro, fraquinho, próximo da grande área. ROGÉRIO CENI, inexplicavelmente, pareceu querer adivinhar o canto e, traído pela sua intuição, só olhou a bola entrar, no cantinho… 0x1 Inter! Não há mais o que escrever!

Aos 24 minutos, o Inter fez o que quis na defesa do SÃO PAULO. Bola cruzada da esquerda para dentro da grande área tricolor, D´Alessandro fez belo corta-luz e deixou a bola passar para Willians, que chutou forte, mas para a sorte do SÃO PAULO, para fora.

O time, de novo, desmoronava frente ao adversário, frente á fase desesperadora e errava demais. RODRIGO CAIO parecia o mais abalado. Aos 28, após erro do volante, boa troca de passes do Inter e a bola sobrou para Forlán, que pegou a sobra e finalizou forte, para fora, perdendo chance incrível! Cena que se repetiu aos 35: nova saída errada de RODRIGO CAIO, a bola sobrou novamente para Forlán, que se infiltrou pelo meio e finalizou por cima do gol.

O SÃO PAULO tentava correr atrás do seu imenso prejuízo. Tentava. Mas o Inter envolvia o tricolor com facilidade. Aos 40 minutos, D´Alessandro fintou a marcação pela direita, passou como quis por TOLÓI  e cruzou para Leandro Damião, que dentro da pequena área tricolor conseguiu o cabeceio, mas mandou por cima do gol.

DENÍLSON foi derrubado na ponta direita, aos 41. Falta. Na cobrança, GANSO cruzou, mas Damião afastou o perigo. DOUGLAS seguia horroroso: apanhava da bola e, em desvantagem, cometia faltas. A situação estava pra lá de feia e a torcida presente no MORUMBI pedia a saída de Juvenal Juvêncio, apoiando Marco Aurélio Cunha.

No campo o que se via era um SÃO PAULO desorientado, desestabilizado e, porque não, já desesperado, estupefato com tudo o que de ruim vinha acontecendo.

Até que, aos 46 minutos o apitador colocou fim ao primeiro tempo.

2º Tempo

O SÃO PAULO voltou para o segundo tempo com ALOÍSIO no lugar de OSVALDO, muito mal há bastante tempo.

E logo aos 2 minutos, bola na área do Inter. ALOÍSIO tocou de cabeça e a bola quase encobriu Muriel, mas foi para fora. Um minuto mais tarde, o atacante dominou dentro da grande da área do Inter, mas errou o chute.

Dois minutos mais tarde, JADSON perdeu um daqueles gols que não se pode perder em ocasião alguma, ainda mais na fase atual do SÃO PAULO. ALOÍSIO tabelou com LUÍS FABIANO e recebeu na frente. O atacante, que entrou com tudo no jogo, avançou pela esquerda e viu JADSON entrando livre. Não teve dúvidas e passou para o 10, que saiu frente-a-frente com Muriel,tentou o drible, se enrolou um pouco e tocou, fraco, para fora…  Um minuto mais tarde, o mesmo JADSON teve chance de finalizar, agora da entrada da área, mas perdeu o “timing” da jogada e foi desarmado… A torcida ia à loucura!

Mas, justiça seja feita, ALOÍSIO colocou fogo no jogo.

E como desgraça pouca é bobagem, LUÍS FABIANO sentiu a coxa e não deu mais pra ele. Saiu de campo sob gritos de “pipoqueiro”.  AUTUORI mandou ADEMÍLSON em seu lugar.

Aos 11, quase que o caldo entornou de vez. Kléber recebeu pela esquerda e cruzou no segundo pau. Josimar finalizou de primeira e a bola passou, rasteira, rente à trave de ROGÉRIO CENI.

O SÃO PAULO corria, se doava, mas claramente faltava algo. Era um time morno, sem vibração. ALOÍSIO lutava bravamente, tentava de tudo, até cavar pênalti, como aos 14 minutos, em jogada pela direita.

E era com ALOÍSIO que apareciam as melhores jogadas. O relógio marcava 18 minutos quando JADSON, da direita, cruzou para a área. ALOÍSIO se adiantou à marcação e, no primeiro pau, cabeceou forte. A bola passou perto da forquilha esquerda do gol de Muriel, mas infelizmente foi para fora.

Luta não faltava. Errava quem pedia raça, porque isso também não faltava. AUTUORI, a beira do gramado, parecia saber o que fazer, ao mesmo tempo que tinha ciência que não poderia fazer nada, por tudo o que vinha acontecendo e por tudo o que não tinha disponível.

JADSON era o principal jogador do time. Aos 24, fez belo lançamento nas costas da defesa do Inter e deixou ALOÍSIO novamente cara-a-cara do Muriel, mas de novo o centroavante perdeu, finalizando em cima do goleiro do Inter, que impediu o gol do SÃO PAULO. Aos 26, ADEMÍLSON recebeu pela direita, fez fila na entrada da área, adentrou o grande retângulo e bateu forte, mas por cima do gol.

Pior que a fase do SÃO PAULO era a falta de respeito do comentarista Luiz Ademar, do Sportv, que chamava o SÃO PAULO de “time de condomínio”. E pior que isso era compreender que ele não estava de todo errado!

Aos 28, AUTUORI tirou GANSO, que embora não tenha se omitido, esteve longe de ser brilhante e mandou MAICON para o jogo. Mas a bola tricolor lutava para não entrar. Aos 32, JADSON cobrou escanteio e PAULO MIRANDA escorou de cabeça, próximo à marca do pênalti.  A pelota passou – de novo! – rente à trave de Muriel.

Era comovente o esforço de ALOÍSIO.

Para aqueles que achavam que a situação não poderia piorar, pois piorou. Depois de AUTUORI ter feito as três substituições, RODRIGO CAIO sucumbiu por lesão. Se com 11 estava difícil, com 10 era quase impossível. Mas o volante voltou ao jogo, embora a última frase ainda tivesse serventia, frente às condições precárias do jogador.

Aos 38, novo lance de perigo do SÃO PAULO. ROGÉRIO CENI cobrou falta alçando bola na área. A pelota passou por todo mundo, a alguns centímetros de PAULO MIRANDA, que tentou tocar nela para marcar mas não conseguiu e ela seguiu seu caminho à linha de fundo. Difícil, muito difícil.

O Inter não jogou no segundo tempo, mas SÃO PAULO não tinha contundência, não tinha imposição física, era o time fraco.

Aos 45, bola alçada na área do Inter. ALOÍSIO matou no peito, mas perdeu o domínio. A bola sobrou para JADSON, já dentro da área, finalizar nas pernas de Juan, sem a bola sequer chegar ao gol de Muriel.

Os rostos dos jogadores do SÃO PAULO diziam tudo: terra arrasada! E o pior, não havia perspectiva alguma de melhora, pois nada – à exceção da chegada de AUTUORI – havia mudado.

E o apitador colocou fim a partida. Enquanto o Inter é líder, o SÃO PAULO se encaminha à zona de rebaixamento, com a 5ª derrota seguida na competição.

Não há o que dizer, não há mais o que explicar. A frase de ROGÉRIO CENI, na saída de campo, ilustra com precisão o que será esse resto de ano para o SÃO PAULO: “esse é um campeonato em que o SÃO PAULO jogará para se salvar”.

E é melhor o escriba parar por aqui, por que os egrégios leitores deste espaço não merecem os impropérios que ele escreveria.

Por: Paulo Martins

NOTAS

ROGÉRIO CENI: Quase não teve oportunidade de intervir. Quando teve, falhou. Pela experiência que tem, deveria compreender que a fase não permite golpes de vista, ao contrário: exige ação!  0

PAULO MIRANDA: Vindo de lesão, fez o que pode. Desperdiçou algumas chances de gol, mas dá pra dizer que fez mais do que poderia, até. 4

TOLÓI: Primeiro tempo muito fraco. Parece desvigorado. No segundo tempo, melhorou um pouco, ajudado pela inoperância do Inter no ataque. 2

LÚCIO: Saídas erradas para o ataque e algumas interceptações. No mesmo nível do seu companheiro. 2

DOUGLAS: Fraco, apanhou da bola. 1

RODRIGO CAIO: Irreconhecível! Nervoso, errou quase tudo o que tentou. Contundido, ficou em campo para o time não terminar com 10. 2

DENÍLSON: Abatido, foi mal no primeiro tempo. No segundo, até que foi razoável. Mas está mal, muito mal. 2

GANSO: Buscou o jogo, tentou fazer a diferença. Mas parece ter limitações. Resta saber se são físicas, impostas pela fase, de cunho emocional ou da falta de organização tática da equipe. Foi sacado e, ao que tudo indica, será banco no próximo jogo. 2

JADSON: O melhor do time hoje e há algum tempo. Mas perdeu um gol que poderia ter mudado a história do jogo e o ânimo do time. 5

OSVALDO: Mal no jogo, foi substituído. Desaprendeu?. 1

LUÍS FABIANO: Perdeu o vigor e não consegue mais vencer a marcação adversária. Saiu contundido. 2

[ALOÍSIO]: Naquilo que lhe cabia, colocou fogo na partida. Mas ainda é muito pouco. 4

[ADEMÍLSON]: Entrou no lugar de LUÍS FABIANO  e pouco fez. Se teve pouco brilho na boa fase do time, natural que desaparecesse na fase ruim. 1

[MAICON]: Entrou, só que não. SEM NOTA

PAULO AUTUORI: Ainda tenho fé que ele possa tirar alguns coelhos da cartola e achar uma maneira de fazer do SÃO PAULO um time. Hoje me pareceu “desacorçoado” com a fase. 4

Por: Paulo Martins

Bola+Cheia+Bola+Murcha

BOLA CHEIA

  • Os pouco mais de 6 mil torcedores que enfrentaram o frio para apoiar o time neste momento dificílimo. (contribuição do amigo PB!)

BOLA MURCHA

  • Tudo e a todos.

Por: Paulo Martins