analise

A expectativa…

Um time ostenta a pior sequência de sua História e algo precisa mudar. Melhor, quase tudo precisa. O SÃO PAULO precisa se reinventar como clube e time, para voltar ao caminho de vanguarda. Se as mudanças fora de campo em tese só terão início após abril de 2014, é dentro de campo que a resposta tem que ser dada.

E tendo a reação como meta, o SÃO PAULO vai a campo num 4-4-2 tradicional para enfrentar o embalado e bem armado Cruzeiro com o que tem de melhor para o momento: GANSO faz companhia a JADSON na armação; CLEMENTE, o da defesa, volta à lateral esquerda, com DOUGLAS na direita. OSVALDO – que parece ter voltado à fase ascendente – faz companhia a LUÍS FABIANO no ataque.

É hora de reagir!

… E a realidade!

1º Tempo

O jogo começou e o Cruzeiro demonstrou que não teria respeito algum pelo SÃO PAULO em pleno MORUMBI. Logo aos 2 minutos, jogada do time azul na intermediária, pela direita da defesa do SÃO PAULO com Ricardo Goulart. O atacante cruzou para o meio na entrada da área para Everton Ribeiro, que recebeu, arrumou e bateu forte, rasteiro, no canto esquerdo de ROGÉRIO CENI, que deu rebote para a lateral, mas completou a defesa em dois tempos.

O Cruzeiro dava mostras de que seria o que se conhece por “carne de pescoço”: uma dureza! Aos 5 minutos, Everton Ribeiro fez ótima jogada pela esquerda e passou para Vinícius Araújo, que centrou a bola, mas ROGÉRIO CENI, caindo, tocou com os pés para escanteio impedindo que a bola chegasse ao meio da pequena área.

Talvez na esperança de ver o SÃO PAULO sucumbir ao mau momento, o Cruzeiro impunha uma espécie de “blitzkrieg” nos primeiros momentos do jogo. Em vão, porque o tricolor mostrava alguma solidez defensiva, diferentemente dos jogos anteriores. E resolveu jogar aos 8 minutos. Depois de boa troca de passes entre JADSON e OSVALDO, a bola foi passada para GANSO na entrada da área. O maestro viu LUÍS FABIANO entrando e passou para o centroavante, mas a zaga azul cortou providencialmente. No lance seguinte, bola para LUÍS FABIANO, agora mais à esquerda do ataque. De dentro da área, o atacante tentou o chute, que parou em Bruno Rodrigo.

Parecia que o SÃO PAULO começava a encontrar um caminho. Aos 9 minutos, JADSON lançou OSVALDO em profundidade, pela direita. O rápido atacante tricolor dividiu com o goleiro Fábio, que atentou saiu do gol no momento exato e evitou a finalização do camisa 17. Embora ficando evidentes alguns sinais de desorganização da equipe — um  demasiado espaço entre as linhas do time — o SÃO PAULO jogava de maneira inteligente, com serenidade, sem ligação direta da defesa para o ataque. A bola passava por todos os setores do time, com paciência e boas trocas de passe. Um avanço!

E GANSO queria jogo. Aos 14, recebeu pela direita, tocou a pelota no meio das pernas de Ricardo Goulart e sofreu falta. Na cobrança, JADSON cobrou com efeito, porém direto nas mãos de Fábio. E ROGÉRIO CENI saía jogando com precisão, ora pela direita, ora pela esquerda. É…

Aos 16, DOUGLAS mostrou boa visão de jogo e encontrou LUÍS FABIANO pela direita. O centroavante recebeu, ajeito e, de fora da área, pela direita, bateu com força, mas por cima do gol. Quatro minutos depois, GANSO lançou OSVALDO em velocidade, pela esquerda. O atacante tricolor dominou a bola, mas esperou demais para finalizar e foi desarmado dentro da grande área.

O Cruzeiro sentiu a imposição tricolor e se retraiu até os 21, quando  Egídio foi lançado pela direita da defesa e cruzou para o meio da área, para Everton Ribeiro, que se atrapalhou ao receber a bola e finalizou fraco, nas mãos de ROGÉRIO CENI. Mas o SÃO PAULO, a despeito de todos os problemas, era melhor no jogo.

Aos 23 minutos, GANSO recebeu na intermediária e, com muita inteligência, passou para LUÍS FABIANO na direita, dentro da grande área. O centroavante fez o giro e bateu forte, mas, de novo em cima da marcação. No minuto seguinte, a mesma jogada e, de novo, LUÍS FABIANO foi desarmado, ao tentar o drible. Não dava para reclamar que a bola não estava chegando…

O relógio marcava 26 minutos de jogo quando DOUGLAS , após efetuar desarme pela direita, fez excelente passe que cruzou toda a defesa do Cruzeiro chegando até OSVALDO. O camisa 17 ajeitou e, de dentro da área, finalizou rasteiro mas sem muita força e a bola morreu nas mãos de Fábio.

O tricolor superava a desorganização com a inteligência e jogava bem, trocando passes, evitando chutão da defesa para o ataque. Mas ainda dava espaços. E o Cruzeiro, perigoso time que é, tentava se aproveitar.

CLEMENTE RODRÍGUEZ era grata surpresa pela esquerda, cruzando razoavelmente bem. Assim como DOUGLAS, na direita, justiça seja feita. GANSO e JADSON articulavam bem as jogadas no meio-campo e só destoava um pouco o posicionamento dos volantes, acanhados na marcação e no combate.

Aparentemente, o SÃO PAULO era um time mais tranquilo em campo. E a tranquilidade gerava seus frutos: aos 37, a bola foi de pé em pé e chegou até LUÍS FABIANO. O centroavante, marcado pela linha de fundo e pela zaga do Cruzeiro, tentou o chute mas foi travado. A bola sobrou para OSVALDO que invadiu a área e chutou, novamente travado pela defesa. Era incrível como os chutes do SÃO PAULO eram travados pela defesa do Cruzeiro, não chegando ao gol de Fábio.

Aos 40, Everton Ribeiro foi para quebrar GANSO. Falta. E só. Aos 42, JADSON lançou para LUÍS FABIANO, que invadiu a área e ia finalizar quando foi interrompido pelo apitador, que anotou equivocadamente um impedimento. Difícil…

Aos 44, JADSON recebeu cobrança de escanteio na entrada da área, ajeitou para finalizar mas foi derrubado. Nada. “Segue o jogo”. Na sequencia, em contra-ataque do Cruzeiro, RODRIGO CAIO desarmou Everton Santos na bola. Falta. Que fase! Na cobrança, a defesa tricolor afastou o perigo e então o apitador, sem acréscimos, terminou o primeiro tempo.

A fase não é das melhores? Não, não é. O SÃO PAULO tem problemas de organização? Tem. Mas AUTUORI, provavelmente na base da “resenha” começa a dar mostras de que está ajeitando o time. Não se viu em campo o time que isolava a bola. Muito menos aquele desânimo de outrora. O SÃO PAULO foi melhor no primeiro tempo e poderia até ter aberto o placar, não fosse a infelicidade nos arremates ao gol.

2º Tempo

O SÃO PAULO voltou com o mesmo time que encerrou o primeiro tempo. E logo aos 2 minutos um bom momento. Belíssima troca de passes, a bola foi de pé em pé até JADSON, na entrada da área. O camisa 10 tabelou com DOUGLAS na entrada da área,  recebeu de volta próximo da marca do pênalti e finalizou, porém sem força, nas mãos de Fábio.

Aos 4, outro excelente momento. DOUGLAS desarmou LUAN pela direita e avançou em velocidade, passando para JADSON. O armador cruzou rasteiro, a bola resvalou na zaga e foi em direção ao gol. Não fosse por Fábio, a bola teria entrado.

O SÃO PAULO dominava amplamente o início do segundo tempo, mas aí aconteceu daqueles lances em que só o mau momento explica. Bola na esquerda da defesa do SÃO PAULO Cruzamento alto, esquisito. DOUGLAS se posicionou mal, pulou mas não conseguiu cortar e a bola chegou até LUAN, livre dentro da grande área que, com uma felicidade extrema pegou de primeira e mandou no ângulo de ROGÉRIO CENI. Indefensável. Impensável. Improvável. Imponderável. E triste. 0x1 Cruzeiro.

E então o jogo se tornaria mais um fator psicológico do que qualquer outra coisa.

Aos 10, GANSO fez excelente enfiada de bola, por cima, para LUÍS FABIANO. O centroavante brigou com a marcação e tentou chutar, mas furou feio.

PAULO AUTUORI, aos 13, colocou ALOÍSIO no lugar de LUÍS FABIANO, que sentiu o joelho esquerdo.

E a bola do SÃO PAULO não passava pela defesa do Cruzeiro, Dedé era um paredão.

Aos 16, jogada rápida do SÃO PAULO pela direita. Bola para OSVALDO, em velocidade. Dedé passou lotado e o camisa 17 invadiu a grande área e cruzou para ALOÍSIO. Não fosse interceptação corajosa de Fábio, seria o gol de empate. Que fase, que fase!

O SÃO PAULO era só pressão e o Cruzeiro sumia do jogo.

Sobrava disposição, faltava qualidade e tranquilidade. Aos 24, GANSO iniciou jogada pelo meio, passou para JADSON, que mandou para OSVALDO, que vislumbrou ALOÍSIO passando pela direita e o lançou. O atacante recebeu livre, cara-a-cara com Fábio, mas finalizou para fora, rente ao pé da trave direita do goleiro.

E os espaços para os contra-ataques do Cruzeiro começavam a aparecer.

Aos 31, SILVINHO foi ao campo no lugar de OSVALDO. AUTUORI tentava fazer alguma coisa. No minuto seguinte, CLEMENTE RODRÍGUEZ tentou de longe e quase surpreendeu o goleiro Fábio, que fez a defesa.

E o jogo acabou aos 33 minutos: em contra-ataque pela esquerda da defesa, Luan ganhou de CLEMENTE RODRÍGUEZ, adentrou a grande área e tocou na saída de ROGÉRIO CENI. 0x2 Cruzeiro. Se justo ou injusto, dependia do ponto de vista. Pelo momento, sim. Pelo jogo, não.

E nada dava certo. Nada, nada, nada.  Tanto que em outro lance de contra-ataque, Luan matou o SÃO PAULO. Inacreditável: 0x3 Cruzeiro, em pleno MORUMBI. E a torcida mandava: “Fora Juvenal”.

A sensação de incredulidade era geral. O SÃO PAULO não fazia uma partida ruim, criou chances, mas a bola não entrava, sequer passava pela defesa do Cruzeiro. E de repente tudo desmorona. Havia luta, havia entrega, mas as coisas simplesmente não aconteciam favoravelmente ao SÃO PAULO. E caía um tabu de 9 anos, mas isso era o que de menos importava no momento.

Aos 44, JADSON tentou da entrada da área, mas, de novo, foi travado pela zaga e a bola foi para o escanteio. Logo depois, sentiu contusão na panturrilha e o time termina a partida do 10, mesmo com o 10 em campo. Três minutos depois, GANSO tentou de fora da área e carimbou o travessão de Fábio.

E então o apitador encerrou a partida.

O SÃO PAULO correu, se esforço, lutou, teve suas chances, mas de repente tudo desmoronou. Em três lances o Cruzeiro matou o SÃO PAULO e afundou o clube numa crise sem precedentes. Quando todos entendiam ser o fundo do poço, o SÃO PAULO cavou ainda mais um pouquinho. Triste.

Por: Paulo Martins

NOTAS

ROGÉRIO CENI: Não teve culpa nos gols, mas é fato que as bolas que vão ao gol, entram. 3

DOUGLAS: Fazia uma boa partida até falhar na marcação de Luan,  que originou no primeiro gol. 2

TOLÓI: Vinha bem, mas sucumbiu com o resto do time. Inevitável. 2

LÚCIO: Algumas boas interceptações, mas depois do gol, seguiu seu companheiro de zaga. 2

CLEMENTE RODRÍGUEZ: Ainda se acostumando ao time, fez um bom primeiro tempo, mas caiu de produção no segundo. 2,5

RODRIGO CAIO: Fez bons desarmes, mas está claro que o meio-campo é um dos pontos fracos do time. 2

DENÍLSON: Perdeu o vigor. Precisa reencontrar o futebol que jogou na Sulamericana do ano passado. E urgentemente. 2

GANSO: Alguns bons passes, bons lançamentos e uma bola na trave. Se o time tivesse ganho, poderia dizer que fez uma partida razoável. 3

JADSON: É o motor do time. Até o primeiro gol, vinha fazendo um bom jogo. 3

OSVALDO: Correu, lutou, criou boas chances. Mas a fase não ajuda. 2

LUÍS FABIANO: Não conseguiu finalizar como gostaria. Parece sem vigor, não consegue vencer mais a marcação. 2

[ALOÍSIO]: Entrou no lugar de LUÍS FABIANO. Não faltou luta. Qualidade, sim. Perdeu um gol feito que poderia ter mudado a história da partida. 2

[RONI]: Entrou para aumentar o poder ofensivo do time mas não conseguiu. Normal. SEM NOTA

[SILVINHO]: Entrou, só que não. SEM NOTA

PAULO AUTUORI: Tem tentado fazer o que pode. Deu para perceber que o time teve alguma estabilidade no primeiro tempo. Depois do gol, tudo voltou como antes. Não sei como, nem de onde, mas o rumo das coisas precisa mudar. Entretanto, acho injusto julgá-lo agora, no “olho do furacão”. SEM NOTA.

Por: Paulo Martins

Bola+Cheia+Bola+Murcha

BOLA CHEIA

  • Nada e nem ninguém.

BOLA MURCHA

  • Tudo e a todos.

Por: Paulo Martins