analise

 

A expectativa…

De um lado, um time destroçado emocionalmente, sem planejamento, com brigas internas e cheio de carências dentro de campo. Do outro lado, um adversário quase em estado de graça, com tudo dando certo, inclusive no “timing” do momento do confronto: pegar um dos maiores rivais em baixa. E como desgraça pouca era bobagem, JADSON não jogaria, por lesão no tornozelo sofrida em treinamento no início da semana.

E a realidade…

1º tempo

O jogo começou com o Corinthians mais aceso, característica deste time de Tite. Logo aos 2 minutos, “Sheik” chutou longe do gol de ROGÉRIO CENI.

Com três volantes, na teoria era de se esperar que o SÃO PAULO viesse mais sólido na defesa. A situação era um dilema terrível para AUTUORI: precisando vencer, partir pra cima com tudo ou, sabedor das deficiências do time e pelo momento, tentar se impor pela marcação. O treinador optou pela segunda opção.

O Corinthians, mais time, tinha a posse de bola e jogava mais. O SÃO PAULO, embora não quisesse ser defensivo, sofria com a marcação bem postada do Corinthians, principalmente de Ralf em GANSO. Mas, a despeito do momento conturbado – e até por isso mesmo – jogava com o coração nos pés.

Aos 12, Edenílson roubou bola de JUAN e rolou para o meio. Danilo entrou batendo forte e ROGÉRIO CENI espalmou para escanteio.

Ainda sofrendo com o domínio corintiano, o SÃO PAULO assustou aos 16 minutos, com bom chute de OSVALDO, que depois de receber pela esquerda, cortou para o meio e do bico da grande área, fez a bola passar com perigo por cima da meta de Cássio.

Aos 18, Emerson adentrou a grande área tricolor e foi para a linha de fundo. LUCIO chegou de carrinho, melhor dizendo, de caminhão e “Sheik” caiu. Nada. O apitador mandou seguir.

E “Sheik”, como se Neymar fosse, voou depois da chegada de DOUGLAS. Falta? Talvez. O apitador marcou e deu amarelo para DOUGLAS, que quase pariu um menino de olhos verdes sobre a lateral direita do SÃO PAULO.

GANSO, o armador, com pouca mobilidade era presa fácil para Ralf. Por consequência, LUÍS FABIANO assistia à partida. Mas movimentar-se também era preciso!

Depois dos 20 minutos, mais por arrefecimento dos ânimos do Corinthians, o tricolor conseguiu equilibrar o jogo, quando viu Ralf, do meio da rua, tentar a sorte aos 28. A bola foi rasteira, marota, quicando na direção de ROGÉRIO CENI que, seguro, encaixou e não deu rebote. No minuto seguinte, Edenílson deu com o cotovelo em OSVALDO. Lance casual, segundo a arbitragem, que nem falta deu.

Aos 35, falta para o Corinthians na intermediária. Romarinho levantou para a área e Gil, mesmo marcado por dois, conseguiu desviar de cabeça e a bola passou tirando tinta do pé da trave esquerda de ROGÉRIO CENI. No minuto seguinte, RODRIGO CAIO desarmou Emerson na bola, sem falta, e o SÃO PAULO retomaria a posse. Mas o apitador viu diferente e assinalou infração. Na cobrança, bola para Emerson na lateral. O atacante corintiano, de dentro da grande área, cruzou para o meio. Guerrero tentou finalizar mais foi travado por TOLÓI. Na sobra, Romarinho veio na corrida e tocou para a rede. Corinthians 1×0.

Pelo momento, pelos sérios problemas que vive dentro e fora de campo, a missão tricolor se tornava cada vez mais difícil. Mas era preciso dizer que o resultado era justo, visto que o Corinthians estava melhor na partida, procurava mais o gol e fazia jus à vantagem.

Não dava pra dizer que o SÃO PAULO sentiu o gol, pois o time pouco tinha feito até então.

Aos 43 minutos, OSVALDO partiu pela meia-esquerda e lançou LUÍS FABIANO que vinha em velocidade pelo meio da área. Mas o centroavante não conseguiu o domínio e a bola se perdeu na linha de fundo. O SÃO PAULO tentava correr atrás do prejuízo, mas parava na boa marcação do time do Corinthians, soberano no jogo.

Sem forçar muito, o Corinthians dominava a partida sem muita dificuldade.

Com dois de acréscimo, o apitador colocou fim ao primeiro tempo.

2º tempo

Perdendo o jogo, AUTUORI voltou para o segundo tempo com ALOÍSIO no lugar de WELLINGTON.

O Corinthians, de novo, inicia melhor, muito melhor. O SÃO PAULO corria como bobo, perdido em campo. Até Danilo, lento, conseguia vencer na velocidade os defensores do SÃO PAULO… Inacreditável!

Quem via o jogo tinha a sensação de que o SÃO PAULO tinha pelo menos dois jogadores a menos em campo, tamanha a desorganização do SÃO PAULO, que corria, se esforçava, mas era engolido por suas próprias deficiências. Incrível!

Aos 6 minutos, falta sobre ALOÍSIO, na intermediária. GANSO levantou na área para LÚCIO. O assistente do apitador assinalou impedimento. ALOÍSIO se movimentava de um lado a outro do campo, lutava. E sofria faltas. Mas nada de bom acontecia. Que fase!

JUAN, na medida do possível, ia bem pela esquerda, na defesa.

Aos 9 minutos, contra ataque do Corinthians. Fábio Santos avançou pela esquerda e, com todos os jogadores do Corinthians em impedimento, arriscou o chute da entrada da área. Para a sorte de ROGÉRIO CENI, a bola saiu mascada, rasteira, fraca, facilitando a defesa.

O SÃO PAULO sofria demais e, de novo, sucumbia frente ao Corinthians em um jogo decisivo.

Aos 13, lance bizarro. OSVALDO cobrou curto o escanteio para JUAN. O lateral devolveu para o atacante, mas errou bisonhamente o passe. E, mesmo que acertasse, de nada adiantaria, pois OSVALDO estava impedido. É…

GANSO, quando aparecia, era pelos erros. Um fracasso até então, tal qual LUÍS FABIANO…

Aos 16, GANSO fez boa jogada na intermediária e foi derrubado. Na cobrança, bola na área do Corinthians endereçada para ALOÍSIO, que dominou e bateu prensado, mas não valia mais nada, porque outro impedimento fora anotado.

O relógio chegava aos 20 minutos quando LUÍS FABIANO conseguiu seu primeiro chute a gol. O centroavante recebeu de GANSO na entrada da grande área, girou sobre a marcação e bateu forte, mas nas mãos de Cássio. Na sequência, AUTUORI chamou MAICON para o lugar de JUAN.

Aos 21, GANSO enfiou outra bela bola para ALOÍSIO, desta vez em posição legal. O atacante, de frente para o gol, bateu forte, porém em cima de Cássio, que espalmou para escanteio. Na cobrança, o goleiro afastou o perigo.

Mas tudo desmoronou aos 23. Guerrero fez boa jogada individual e passou para Fábio Santos, que cruzou para Danilo. O camisa 20 cabeceou no canto e ROGÉRIO CENI espalmou, mas a bola voltou para ele, que não perdoou. Castigo para o SÃO PAULO, justiça para o Corinthians, que sacramentava o título.

E então era zelar para não ser mais humilhado do que já era (afinal, era a sexta derrota seguida do time) e tentar manter alguma dignidade. Na arquibancada, a torcida do Corinthians fazia juras de amor a Juvenal. Cabível.

Aos 30, DENÍLSON tentou de fora da área, mas mandou a bola no céu. Dois minutos mais tarde, falta sobre LUÍS FABIANO. Na cobrança, bola para a área e RODRIGO CAIO cabeceia errado, longe do gol. Nada dava certo, nada…

A verdade nua e crua precisava ser dita: o SÃO PAULO, como time, estava abaixo da crítica. O Corinthians era superior em todos os quesitos, inclusive na vontade. Sobrava em campo. Corria como se estivesse perdendo, enquanto o tricolor andava como quem goleasse.

Não dava pra dizer que JADSON fazia falta, porque TUDO fazia falta ao SÃO PAULO. TUDO! Nada restava ao SÃO PAULO a não ser esperar o tempo passar.

E o tempo passou. Aos 48, o apitador colocou fim ao jogo.

Venceu o melhor, o único time em campo.

Sexta derrota seguida. Dói demais. Principalmente por começar a ver no SÃO PAULO atual as características de um candidato a um inédito rebaixamento. É cedo, dirão. É, assim como era para os rivais que caíram no passado.

Ao escriba sobrava a tristeza, até incapaz de dar vazão ao choro represado, frente à impotência de ver no que este time foi transformado, frente às seguidas derrotas, forçado ao costume de ver o tricolor sair derrotado de campo.

O SÃO PAULO precisa de apoio, mas mudanças precisam ocorrer. Todos sabem onde.

Por: Paulo Martins

 

 

 

Notas

ROGÉRIO CENI: No jogo, fez o que pode. Mas, se os boatos de uma eventual briga com LUIS FABIANO forem verdadeiros, por dignidade deveria parar. 3

DOUGLAS: Pífio, como o time. 1

LÚCIO: Outra péssima partida. 1

TOLÒI: Não foi muito melhor que seu companheiro. 1,5

JUAN: Razoável na marcação. Péssimo no apoio. 1

RODRIGO CAIO: Hoje é o que de melhor há para o meio-campo. O que, de certo modo, é emblemático. Tem futuro, mas não pode, em síntese, ser protagonista do time. 4

WELLINGTON: Partida razoável. E só. 1,5

DENÍLSON: No mesmo nível de WELLINGTON. 1,5

GANSO: Duas boas bolas. Pouco, muito pouco para o jogador que foi um dia. 1,5

OSVALDO: Foi o que mais tentou, o que mais deu trabalho ao adversário. O melhor do time, não pode levar a “equipe” nas costas. 5

LUÍS FABIANO: Errou tudo o que tentou. 1,5.

[ALOÍSIO]: Sua vontade comove. Mas só isso não basta. 2

[MAICON]: Entrou para tentar melhorar o setor de criação, mas não conseguiu. SEM NOTA

PAULO AUTUORI: Reerguer este time será tarefa comparável aos 12 trabalhos de Hércules. Como time, é terra arrasada. Hoje, tentou reforçar a marcação no meio-campo, mas a força do mal momento é muito maior do que qualquer esforço seu. SEM NOTA.

Por: Paulo Martins

Bola+Cheia+Bola+Murcha

 

Bola Cheia

  • NINGUÉM.

Bola Murcha

  • Não dá pra ser diferente: então, repito: a bagunça que virou o SÃO PAULO.

 

Por: Paulo Martins